08/12/2017
só coisa boa acontecendo na bela Mauá
Quarta edição do FIM confirma festival como manifesto pelo Rio de Janeiro
Desejos, memórias, fé, cansaços, resistências, saudades, frestas, violências, crise e liberdades são os temas principais da quarta edição do Fim de Semana do Livro no Porto, ou simplesmente FIM, como é conhecido o festival que — aquém e além da literatura — pensa o Rio de Janeiro desde 2012. Idealizado pelo produtor Raphael Vidal, que divide a curadoria (eles se chamam de cambonos, cargo na Umbanda dos que auxiliam as entidades incorporadas) com o historiador Luiz Antonio Simas e o escritor Zeh Gustavo, o evento é o mais informal possível — os convidados bebem cerveja, comem tremoços e vão de chinelo, como numa ida ao botequim. As últimas edições foram no Morro da Conceição, no Mirante do Valongo e no Largo de São Francisco da Prainha, na Região Portuária, e confirmando o conceito itinerante, aporta na Praça Mauá entre os dias 8 e 10 de dezembro de 2017.
O início do FIM é uma aula pública de Luiz Rufino sobre a cidade encruzada e invenção pela dobra {Festejos Cariocas – Paixão de Ler, 8/12 – 13h}. Após, as atenções são voltadas para a UERJ (Crise é Lucro, 08/12 – 14h) e o convite para criar um manifesto coletivo dos desejos de cidade (Fórum Popular Carioca, 8/12 - 15h), que certamente também será construído nos encontros programados ao longo dos três dias. O sarau “Um brinde à poesia” (08/12 – 17h) nos dá respiro para o primeiro bate-papo (Tempo me disse que só com tempo a gente chega lá, 8/12 -18h) quebé “flores em vida” ao baluarte Zé Luiz do Império Serrano, com a presença do próprio, o filósofo Bernardo Oliveira e a jornalista Aída Barros, diretora do documentário que inspirou a homenagem: “Tempo Ê” (três sessões abertas: 8/12 - 13h, 14h30 e 16h). A sexta-feira termina em samba na beira da baía de Guanabara, com o Terreiro de Breque convidando Zé Luiz para celebrar o Morro da Conceição no dia da padroeira (8/12 - 20h). O presidente da tradicional Banda da Conceição, Frigideira, também será homenageado com um estandarte.
A fé abre os caminhos do sábado, segundo dia de FIM, com o encontro ("Andá com fé eu vou / Que a fé não pode faiá", 9/12 – 14h) entre a jornalista Flávia Oliveira, o escritor Rodrigo Santos (autor do romance Macumba), e Marcio Debellian (diretor de Fevereiros, sobre Maria Bethânia e as nossas festas populares). A tarde avança com as resistências pelo imaginário, na vida e na arte ("Vamos brindar o cansaço", 9/12 – 16h), com os escritores Marcelo Mirisola, Bruna Mitrano e o cartunista André Dahmer. De saideira, um bate-papo ("Que São Sebastião do Rio de Janeiro / Ainda pode se salvar", 9/12 – 18h) entre Omar Catito Peres, empresário que vem recuperando bares tradicionais e comprou os direitos do Jornal do Brasil, com Alvaro Marechal, jornalista dos mais apaixonados pela cidade. Conforme a noite cai, a cantora Fabíola Machado (Moça Prosa) encanta com o show Piseiros de Clementina (9/12 – 20h), em homenagem a rainha Quelé, que completa trinta anos de saudades.
Domingo começa com as festas e frestas ("Toda festa que se dá ou não se dá / Passa pela fresta da cesta e resta a vida", 10/12 – 14h) de Luiz Antonio Simas, Jabuti de livro do ano de não ficção (Dicionário da História Social do Samba, com Nei Lopes) e Leandro Vieira, carnavalesco da Mangueira, autor do polêmico enredo de 2018: “Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco”. Logo depois a violência toma espaço ("Tá tudo dominado", 10/12, 16h) com a juíza Andréa Pachá, a militante do coletivo Fala Akari, Buba Aguiar, e delegado Orlando Zaccone. Inspirados por versos de Noel Rosa ("E o povo já pergunta com maldade: / Onde está a honestidade?", 10/12 – 17h), os escritores Alberto M***a, Marcia Tiburi e João Paulo Cuenca se encontram para um papo sobre nossas crises políticas. Encerrando os encontros que pensam o Rio de Janeiro no FIM, os desejos de cidade: a cantora Cristina Buarque, o escritor Marcelo Moutinho e Alfredinho do bar Bip-Bip ("Liberdade a toda prova / Faz nossa gente sorrir". O FIM termina com um encontro (10/12 – 20h) que só poderia acontecer em terras cariocas. A cantora britânica Folakemi, com sua jazz band, recebe a participação de Mariúza, diva dos anos setenta e oitenta, que recentemente reapareceu na mídia em uma fila de servidores do Estado sem salário para receber uma cesta básica. Será emocionante e, sem dúvidas, inesquecível.
E tudo isso abraçados por uma quermesse com autores e editoras independentes, livraria, sebos, artesania, moda literária, comidas e bebidas.
FIM
Fim de Semana do Livro no Porto
8 -10 Dezembro 10h às 22h
Praça Mauá – Grátis
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21 984721040 whatsapp
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