17/10/2016
foto: Daniel Jorge
Detalhes… Lisboa encantada… Estação Central de Lisboa…
“Em uma época em que os desejos duram o tempo de uma estação, amar virou coisa de gente corajosa.” - Fernanda Mello
Um dos ex-libris de Lisboa, a Estação Central de Lisboa ou como é mais conhecida a Estação do Rossio foi uma obra arquitectónica arrojada para altura, uma vez que se optou incluir numa estação de caminho-de-ferro um estilo arquitectónico e uma corrente estética normalmente até aí utilizadas a edifícios Reais, nobres ou de algum modo conotados com o poder.
Foi concebida como a estação central de onde chegavam todas a linhas de comboio nacionais e internacionais.
Construída nos finais do século 19 (1886/7), de acordo com o projeto de José Luís Monteiro, apresenta-se segundo um modelo revivalista neomanuelino e de arquitetura de ferro, segue os cânones das grandes estações europeias, com uma zona de plataforma, coberta por ampla pala em ferro, sustentada por uma estrutura de colunas, com decoração neogótica, seguindo o modelo da Estação de Saint-Lazare, em Paris, possuindo o interior simples e as fachadas com decoração neomanuelina, onde se introduziu o esquema erudito de um "mezanino". No interior, possuía os elementos mais modernos, como dois ascensores para o público, tinha, ainda, uma zona de bilheteira, Alfândega e Guarda Fiscal, demonstrando o seu carácter internacional, sala de espera e os gabinetes para os funcionários, bem como uma zona VIP, destinada aos monarcas e, posteriormente, aos chefes de Estado.
Edifício que veio fechar o "boulevard" português, fazendo parelha com o Hotel Avenida Palace, com o qual tinha ligação física, facilitando o acesso aos turistas que visitavam o país.
O interior, de cariz moderno, recorrendo à arquitetura do ferro, para permitir a construção de uma ampla nave que cobrisse as plataformas, seguindo um esquema decorativo revivalista neogótico, contrasta com o aspeto neomanuelino da fachada, bastante contestado na época, e povoado por elementos de cariz nacionalista, como a figura de D. Sebastião e o medalhão com a esfinge de D. Luís I.
No séc. 20, surgiram várias campanhas de embelezamento das plataformas, com a introdução de tondos cerâmicos e painéis de azulejo.
(38°42'51.79"N 09° 8'26.83"W) Lisboa – Portugal
©Daniel Jorge https://www.facebook.com/fotos.djtc