24/02/2024
. ..."e dizem que, a uma certa idade, nos fazemos invisíveis. Que a nossa atuação na cena da vida diminui e que nos tornamos inexistentes para um mundo onde só cabe o impulso dos anos jovens.
Eu não sei se me tornei invisível para o mundo, mas pode ser.
Porém nunca fui tão consciente da minha existência como agora, nunca me senti tão protagonista da minha vida e nunca desfrutei tanto cada momento da minha existência.
Descobri que não sou um Príncipe Medieval ou de contos de fadas; descobri o ser humano sensível que sou e também muito forte. Com suas misérias e suas grandezas.
Descobri que posso permitir-me o luxo de não ser perfeito, de estar cheio de defeitos, de ter fraquezas, de me enganar, de fazer coisas indevidas e de não corresponder às expectativas dos outros.
E apesar disso . …
Gostar de mim!
Quando me olho no espelho e procuro quem fui . … sorrio àquele que sou . …
Alegro-me do caminho andado, assumo as minhas contradições. Sinto que devo saudar o jovem que fui com carinho, mas deixá-lo de lado porque agora me atrapalha.
O seu mundo de ilusões e fantasias, já não me interessa.
É bom viver sem ter tantas obrigações.
Que bom não sentir um desassossego permanente causado por correr atrás de tantos sonhos.
A vida é tão curta e a tarefa de vivê-la é tão difícil que, quando começamos a aprendê-la, já é hora de partir . ...”
Confesso que este último parágrafo me causou algum desconforto, não porque discorde dele, mas porque toca fundo numa circunstância a que já dediquei algum tempo de reflexão e que tem a ver com a forma como desperdiçamos muito do nosso tempo com coisas que interessam muito pouco e não nos acrescentam em quase nada.
Este último parágrafo é um belíssimo alerta.
Em meia dúzia de palavras traz-nos a força do efémero e a responsabilidade que temos em fazer com que ele valha a pena."
(um texto que nao sei quem escreveu mas que me identifica . ... Jp)