24/12/2020
Hoje véspera de Natal de 2020 descobri mais uma parte da história do "Chigadinho", por ter descoberto na véspera de Natal esta história teria de começar com o nascimento de um menino chamado (não é Jesus) João Pedro.
Seus Pais, também de nome José e Maria como na Bíblia, (José António Gonçalves Lazeira, marítimo, natural da freguesia de Santa Maria de Agra, Caminha e Maria José da Conceição natural da freguesia de São João da Villa de Setúbal) contraíram matrimónio na Igreja de Santa Catarina em 1833.
A Igreja de Santa Catarina foi construída no século XVI, em Lisboa, por Catarina de Áustria. No dia 1 de Novembro de 1755, o grande terramoto e o subsequente incêndio que vitimou a cidade de Lisboa, destruíram boa parte do edificado. O edificado foi reconstruído em 1757. O incêndio em 1835 destruiu boa parte da edificação. A Igreja do Convento dos Paulistas passa a ser paroquial, sob o orago de Santa Catarina, em 1835.
Nesta mesma Igreja de Santa Catarina em 25 de Julho de 1840 Maria e José baptizaram o menino João Pedro Lazeira que havia nascido a 9 de Junho desse mesmo ano. Moravam na Rua do Conde (de Alvor).
O Palácio de Alvor-Pombal, em Lisboa, também conhecido como Palácio das Janelas Verdes, foi construído nos finais do século XVII (1690) pelo Conde de Alvor D. Francisco de Távora, Vice-Rei da Índia, junto ao Convento de Santo Alberto das Carmelitas Descalças.
Na sequência do caso dos Távoras o palácio foi confiscado aos seus herdeiros, tendo sido mais tarde adquirido por Matias Aires Ramos da Silva e em 1760 por Paulo de Carvalho, irmão de Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal, tendo este em 1770 herdado o palácio do irmão.
Palácio de características seiscentistas, sofreu vários restauros e acrescentos mais nobres com influencias do rococó.
Neste palácio faleceu em 1873, a Imperatriz Viúva do Brasil, Amélia de Leuchtenberg, segunda esposa de D. Pedro I do Brasil / D. Pedro IV de Portugal, e segunda Imperatriz Consorte do Brasil.
Em 1884 foi neste palácio inaugurado o Museu Nacional de Bellas Artes e Arqueologia com a presença do Rei D. Luís, mais tarde em 1911 denominado Museu Nacional de Arte Antiga.
Posso agora imaginar a infância do pequeno João Pedro Lazeira descendo a Rua do Conde, passando pelo palácio dos Távoras descendo até á Doca dos Espanhois.
João Pedro Lazeira adquiriu o Chigadinho a 1 de Outubro de 1889 então com 49 anos de idade á Firma António Soares & Companhia tendo trabalhado com o bote por doze anos (até 23 de Dezembro de 1901) no Cais da Ribeira Nova quando vendeu ao Marítimo Manuel Machado do Seixal