28/12/2023
"Conversas ao pé tanque"
Palavras, emoções, Amor, valor
Num crepúsculo presente, banhado em raios de luz pousante, as conversas encontram-se ao pé do tanque, num entrançado de palavras, emoções, Amor e valor.
As couves folhescem aguardando a colheita.
As abóboras que não se apanham sozinhas.
A chuva que tarda ou que abunda excessiva.
O jogo das diferenças das épocas.
O que era e já não é.
O tempo e a luz escoam-se serenamente, no vagar sábio da cadência incontrolável e incontornável.
Tia Angelina e Fatinha esboçam o Amor apalavrado, entrançado naquele habitual "leva ali uns ovos.... e leva também feijões. Este ano deu muito"
O Amor partilhado, oferecido pelas coisas, sabendo com simplicidade que também ele, mora nelas. Como não podia deixar de ser.
Não é o tema que faz o Amor, mas antes o Amor que faz os temas.
Não é acção em si que traz o bom resultado, é antes a singeleza do detalhe Amoroso, que confere ao ordinário, o toque, a leveza do extraordinário.
O ingrediente secreto e indispensável que transforma o chumbo em ouro.
Inalienável, só o Amor contextualiza o Feminino.
Sem ele o metal não brilha em valiosos reflexos dourados, é baço e cinzento, embora útil, mole, pastoso e pesado.
Sem ele, não é Feminino, é feminismo.
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SET 2022
