17/05/2024
A chuva aumenta. O vento é forte e desfavorável. O frio chega. O que já era ruim, piora. Cidades sumiram do mapa. A geografia do Rio Grande foi redesenhada. Os meses que virão colocarão o povo gaúcho mais uma vez à prova. Não adianta chorar sobre leite derramado. Foram anos, décadas, de negligência e irresponsabilidade. O positivismo castilhista, o trabalhismo getulista, o estatismo nacionalista dos cunhados Brizola e Jango, o sindicalismo petista, a socialdemocracia e o ambientalismo psicótico, fenômenos que alargaram o Estado parasitário, e afundou a iniciativa privada. Diques, barragens, represas, estradas, açudes, drenagens, aterros, cidades feitas nas coxas, de forma precária, subdimensionada, ou mal-mantidas. O Muro da Mauá é o marco. Anos décadas de discussões efêmeras, ideológicas, cosméticas. De concreto, de racional, nada. Dizem que o Guaíba vai invadir a cidade agora por cima. Já invadiu por baixo, já invadiu pelas frestas, já invadiu até botando abaixo uma frágil comporta. Só não vai sofrer as consequências desse desastre, meio climático, meio estatal, quem já se bandeou para outros pagos. Nos últimos anos, deixaram sua terra natal mais de 700 mil gaúchos por falta de oportunidades. Esse fluxo talvez aumente se não forem tomadas as medidas liberalizantes necessárias para se reconstruir o Rio Grande, em muitos lugares do zero porque não vai sobrar nada. As tragédias, quando bem compreendidas, podem fortalecer o caráter e a mentalidade de um povo. Quem luta lutas homéricas, desenvolve a autoestima, recorre à racionalidade, torna-se mais produtivo, exige mais respeito e passa a amar mais a liberdade para realizar seua feitos, ou então, sucumbe para sempre. Não adianta enaltecer as virtudes que fazem um povo não ser escravo, mas que se deixa transformar em vítima dessa organização parasitária, incompetente, muitas vezes governada por populistas, por demagogos e até por psicopatas, Tivemos 83 anos para nos preparar no teste da providência. Rodamos. Não fizemos o tema de casa e não é de hoje. Que sirvam nossas facanhas de modelo a toda terra. Que vergonha do exemplo que demos. Agora, precisamos aprender com nossos próprios erros. O preço, gaúchos sofrendo