15/11/2015
sem palavras
LAMA TÓXICA ESTÁ MATANDO O RIO DOCE
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O rompimento das barragens de rejeitos da Samarco/Vale/BHP Billinton não apenas soterrou o vilarejo de Bento Rodrigues, deixando vários mortos e desaparecidos, como agora atinge 228 municípios em Minas Gerais e Espirito Santo. A lama passa contaminando a água, matando a fauna e a flora local, e deixando as cidades em situação de calamidade.
O impacto do rompimento da barragem é humano, ambiental e será também econômico, pesando especialmente sobre os pequenos produtores e comerciantes. A região do Rio Doce é produtora de leite e vários outros produtos que sofrerão enormes impactos com a falta d’água.
O aumento da acidez da água do Rio Doce e a presença de metais pesados estão destruindo a flora e a fauna do rio e extinguindo variedades de peixe que só existiam em seu leito. Pesquisadores e ambientalistas acreditam que será impossível recuperar o rio. Além disso, os metais pesados se acumulam ao longo da cadeia alimentar afetando a saúde de toda a população por anos.
Em Governador Valadares o abastecimento de água foi cortado desde segunda-feira e não há previsão de retorno. A cidade cheira a peixe morto e muitas pessoas estão saindo da lá. A Análise do Serviço de Água e Esgoto de Valadares mostrou que a lama que atingiu o rio Doce tem concentração de metais até 1 milhão de vezes acima do normal. A turbidez, que mede a transparência, chegou a 80 mil uT na cidade. O máximo que uma estação consegue tratar é 1.000 uT.
Apesar de todos esses impactos a empresa Samarco declarou que a lama não é tóxica, embora a represa fosse usada para lavagem de minério e contenção de resíduos pesados tais como o arsênio e o mercúrio, cuja presença na água ainda não foi testada.
Os impactados pelo crime da Samarco/ Vale/ BHP Billiton, em aliança com o Estado, irá afetar a vida de pelo menos um milhão de pessoas, principalmente as populações mais pobres, ribeirinhas e camponesas que vivem do Rio.
Os acionistas das grandes empresas desde os países do Norte Global não comerão alimentos contaminados e nem terão suas casas destruídas. São das veias da América do Sul que escorrem sangue e lama enquanto o modelo de dependência se arrasta séculos adentro. Até quando!?
Brigadas Populares
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