14/11/2024
Relato de nossa viajante
Hoje resolvi escrever algo sobre mim… Sempre quando volto de uma viagem como fiz semana passada a pergunta que mais ouço quando me encontram é: você foi sozinha? O espanto surge com um misto de curiosidade e admiração, como se viajar sem companhia fosse uma fronteira distante que poucos ousam atravessar. Alguns se encantam, dizem que um dia gostariam de experimentar essa liberdade. Outros, porém, já sabem que esse caminho não é o deles, é tudo bem também. Cada ser humano é único.
Mas, para mim, viajar sozinha é uma jornada que vai além do destino. É mergulhar em um silêncio que não é vazio, mas cheio de vida. É um silêncio que desperta pensamentos e verdades que, no ritmo comum, f**am abafados.
Estar só em um lugar desconhecido é um encontro inevitável comigo mesma, uma oportunidade de ouvir o que realmente se passa aqui dentro, de reconhecer medos, desejos e, acima de tudo, de encontrar coragem. Quando estou sozinha, não há ninguém para moldar minhas escolhas; o ritmo é meu, a descoberta é minha.
Viajar sozinha, então, é mais do que apenas ver o mundo — é ver a mim mesma no mundo. É viver dias em que cada passo ecoa e cada silêncio revela. É descobrir que, apesar de tudo, somos capazes de ser completos, mesmo quando estamos só.
Viajar sozinha é um mergulho,
um convite ao desbravar
territórios onde os mapas não chegam,
onde o compasso é o coração
e a bússola, o silêncio.
É estar num silêncio que não cala,
que ecoa verdades que só aparecem
quando nos permitimos ouvir,
sem pressa, sem distrações.
É ali, na quietude do desconhecido,
que encontramos o espelho verdadeiro —
reflexo de quem somos
e de quem queremos ser.
São dias de passos leves,
sem planos rígidos,
apenas o chamado do instante
e a liberdade do agora.
Sozinha, percebemos o quão vasto é o mundo
e, ao mesmo tempo, o quanto cabemos dentro dele,
inteiros, completos,
reaprendendo a ser.
Viajar sozinha é descobrir
que o caminho mais profundo
não é apenas aquele que percorremos,
mas o que nos percorre
por dentro.