27/06/2024
Bom dia gente boa!
Bons dias saudade, ...até breve!
Deixo-vos o meu comentário aos comentários no FB do Jornal de Noticias a esta noticia, ...e até sábado na rua convosco, comigo, como sempre!
A obtusidade de certos comentários em pleno século XXI acaba não surpreendendo tendo em conta que um bebé morto na rebentação da praia enquanto fugia de mais uma guerra incomoda a refeição de alguns “Não deviam passar estas imagens à hora da refeição” balbuciou alguém nas redes sociais. Quando o jovem adolescente (aluno do ciclo) algures no norte colocou termo à vida, esse tipo de pessoas que se incomoda (imenso) com essas imagens, e outras que acham que as Marchas reivindicativas de Direitos Humanos (sejam elas quais forem) são desfiles circenses, vão para as igrejas casulos de abusadores de estola e batina, rezar pela alma perdida, mas antes acusaram-nos de vergonhas da sociedade, membros de desfiles circenses, e profetizam continuamente quais animais com palas uma fé que estupra aos milhares de jovens ai confiados.
Para quem não sabe, como quem comenta sem NUNCA ter lá colocado os pés, e aqui incluo aqueles que um comentário aqui diz ter amigos LGBT+ que são “pessoas normais”, não tendo eu a mínima do que seja uma pessoa normal, que de dentro dos seus armários socialmente “corretos”, ou da soleira da casa, quem sabe desde os espaços de férias onde soltam a franga como se não houvesse amanhã, se esquecem que incluindo nessas geografias onde o “galinheiro” não tem cercas nem portas, se pavoneiam porque HOUVE, e HÁ, Marchas que que reivindicam direito a viver em LIBERDADE, que é como quem diz, o direito a viver SEM MEDO.
Mas apetece-me voltar ao “pessoas normais”, porque talvez eu odeie essa definição, o que é normal afinal? Maridos que deixam as digníssimas esposas em casa e procuram as fantasias sexuais junto das e dos profissionais do sexo? O que é normal, as pessoas que oprimidas pela “normalidade” dos falsos costumes, não resistem e se suicidam para nos dar mais um motivo para “sermos normais” na nossa procissão de fé? O que são pessoas normais, aquelas que sabem, leram, ouviram em noticias como esta, que mais um padre católico, um rabi judeu, ou um padre ortodoxo, andou anos a violar jovens que lhes foram confiados em nome de um deus, e que foram REPETIDAMENTE violados, e que mesmo assim reverenciam essas fés e não raramente esconjuram outras?
E por falar em esconjurar outras fés, o que são pessoas normais, aquelas que na igreja batem no peito, sabem de cor as liturgias, mas negam depois o apoio ao próximo, e preferem fazer furor nas campanhas de solidariedade de quem passa fome num outro continente porque isso sim é solidariedade? Esta coisa das “pessoas normais” causa-me ainda mais asco quando quem o diz são mulheres, que usufruem hoje de direitos vários que as protegem da violência de género em várias dimensões, direitos obtidos à força de muitas Marchas realizadas um pouco por todo o mundo e também em Portugal, quando para essas mulheres o normal devia ser ficar em casa, não sair em passeio sem autorização do marido, ou serem espancadas sem direito a qualquer proteção, ou começando pela base, fazerem escola apenas para saberem ler e escrever cartas de amor infinito aos seus agressores chamados de maridos, espera isso não conta, porque as coisas evoluem, e não foram as Marchas, ...claro que não, a classe politica tem uma vontade própria em remar ou contra a corrente, ou de enfrentar os stattus quo, ...espera, afinal não, esses progressos acontecem porque houve Marchas e outras ações sociais que qual enchorrada empurraram as pedras da politica para legislar no sentido do progresso...
Antes de abrirem a boa ou movimentar os dedos num acesso LIVRE à fala que a normalidade antes das Marchas não vos dava, dispam-se frente a um espelho e ai fiquem em busca da vossa LIBERDADE, se a encontrarem em vós sem a colaboração de milhões é porque não há mesmo nada a fazer por vós! Porque no mundo cada pessoa do seu jeito fez o seu caminho para que não todos, ainda, mas cada vez mais pessoas de todos os tipos e géneros possam de fato VIVER EM LIBERDADE que como disse acima, é VIVER SEM MEDO.
A Marcha do Orgulho LGBTI+ do Porto vai regressar no sábado, adiantou hoje a comissão organizadora, que promete resistência contra aqueles que "tentam promover uma sociedade retrógrada, conservadora e odiosa".