04/02/2016
SENHORA DA PIEDADE DE TÁBUAS
No sopé de uma vertente da Serra da Lousã, localiza-se Santuário da Nossa Senhora da Piedade de Tábuas, enquadrado por uma paisagem de rara beleza.
A fundação e o fundador da capela, Domingos Pires, um rico lavrador, estão envoltos numa curiosa lenda de aparições e anjos escultores.
O sítio onde se edificou a capela da Senhora da Piedade tinha antigamente o nome de Malhadinha e a ela vinha Domingues Pires esperar o regresso dos seus gados.
Diz a lenda que a senhora apareceu a este venturoso lavrador, por várias vezes sobre um penhasco, numa gruta que ainda hoje existe na encosta fronteira do referido sítio da Malhadinha. Tratou logo Pires de edificar, no sítio da Malhadinha, uma casa à Senhora da Piedade, e depois de construída a capela, foi a Coimbra onde então havia bons escultores, para encomendar a imagem representando o transe doloroso em que tinha o seu Divino Filho morto nos seus braços. Chegou à cidade, ao antigo convento de Santa Clara, que está junto à ponte, e ali foi pousar, a uma casa que devia ser hospedaria. Pouco tempo depois de aqui chegar, entraram dois formosíssimos mancebos que perguntando-lhe o motivo da sua ida a Coimbra, e sabido por eles, disseram a Pires que eram escultores, e que se lhes quisesse encomendar a manufatura da imagem, que não ficaria descontente; e que mesmo já tinham feito algumas imagens, que lhe traziam para examinar, ao que Pires acedeu.
No dia seguinte chegaram os dois escultores com uma perfeitíssima imagem da Santíssima Virgem da Piedade que mais parecia obra de anjos do que de homens, e exatamente semelhante à que lhe tinha aparecido na Malhadinha. Ficou Pires de sobremaneira alegre e satisfeito, sem querer ver mais nenhuma imagem, perguntou logo quanto esta custava. Disseram os mancebos que ficasse com a imagem, e no dia seguinte viriam tratar do ajuste; mas não vieram e Pires os andou buscando dois dias pela cidade, sem deles poder obter a menor notícia, nem na hospedaria houve quem os visse entrar ou sair.
No fim de dois dias de buscas infrutíferas assentou Pires que os dois pretendidos escultores eram anjos que lhe tinham dado a imagem, e tratou de a levar Mondego acima, até ao lugar de Ceira e aí a colocou num carro seu, levando-a para casa até se concluir o seu altar.
Foi uma dia de grande festa o da colocação da imagem na capela.
A capela principal, datada da segunda metade do séc. XVI, encontra-se disposta cenograficamente numa elevação que se destaca numa garganta apertada da serra. Apresentase sóbria e valiosa, tanto artística como arquitetonicamente.
Como de costume, desenvolveu-se o santuário ao longo do caminho de acesso, por meio de motivos secundários, que formam um todo: capela de S. José, cruzeiro e capela de Santo Amaro, fonte, a capela propriamente dita, ao que juntaram nas vertentes próximas umas capelas.
Na madrugada do dia 15 de Novembro de 1998, um violento incêndio destruiu a capela irremediavelmente juntamente com grande parte do seu recheio interior. Seguiu-se a obra de recuperação, inaugurada em 2005.
Aqui decorrem no Domingo a seguir ao dia 08 de Setembro, as festas em honra de Nossa Senhora da Piedade. Esta secular romaria teve outrora grande predileção do povo do concelho, e até de fora, o que justifica as hospedarias que circundam o santuário destinadas ao albergue dos forasteiros.
A frondosa vegetação que rodeia este espaço e as águas puras e cristalinas que brotam das suas fontes transmitem uma sensação de frescura muito apreciada no verão, tornando este local bastante aprazível.
SENHORA DA PIEDADE DE TÁBUAS
No sopé de uma vertente da Serra da Lousã, localiza-se Santuário da Nossa Senhora da Piedade de Tábuas, enquadrado por uma paisagem de rara beleza.
A fundação e o fundador da capela, Domingos Pires, um rico lavrador, estão envoltos numa curiosa lenda de aparições e anjos escultores.
O sítio onde se edificou a capela da Senhora da Piedade tinha antigamente o nome de Malhadinha e a ela vinha Domingues Pires esperar o regresso dos seus gados.
Diz a lenda que a senhora apareceu a este venturoso lavrador, por várias vezes sobre um penhasco, numa gruta que ainda hoje existe na encosta fronteira do referido sítio da Malhadinha. Tratou logo Pires de edificar, no sítio da Malhadinha, uma casa à Senhora da Piedade, e depois de construída a capela, foi a Coimbra onde então havia bons escultores, para encomendar a imagem representando o transe doloroso em que tinha o seu Divino Filho morto nos seus braços. Chegou à cidade, ao antigo convento de Santa Clara, que está junto à ponte, e ali foi pousar, a uma casa que devia ser hospedaria. Pouco tempo depois de aqui chegar, entraram dois formosíssimos mancebos que perguntando-lhe o motivo da sua ida a Coimbra, e sabido por eles, disseram a Pires que eram escultores, e que se lhes quisesse encomendar a manufatura da imagem, que não ficaria descontente; e que mesmo já tinham feito algumas imagens, que lhe traziam para examinar, ao que Pires acedeu.
No dia seguinte chegaram os dois escultores com uma perfeitíssima imagem da Santíssima Virgem da Piedade que mais parecia obra de anjos do que de homens, e exatamente semelhante à que lhe tinha aparecido na Malhadinha. Ficou Pires de sobremaneira alegre e satisfeito, sem querer ver mais nenhuma imagem, perguntou logo quanto esta custava. Disseram os mancebos que ficasse com a imagem, e no dia seguinte viriam tratar do ajuste; mas não vieram e Pires os andou buscando dois dias pela cidade, sem deles poder obter a menor notícia, nem na hospedaria houve quem os visse entrar ou sair.
No fim de dois dias de buscas infrutíferas assentou Pires que os dois pretendidos escultores eram anjos que lhe tinham dado a imagem, e tratou de a levar Mondego acima, até ao lugar de Ceira e aí a colocou num carro seu, levando-a para casa até se concluir o seu altar.
Foi uma dia de grande festa o da colocação da imagem na capela.
A capela principal, datada da segunda metade do séc. XVI, encontra-se disposta cenograficamente numa elevação que se destaca numa garganta apertada da serra. Apresentase sóbria e valiosa, tanto artística como arquitetonicamente.
Como de costume, desenvolveu-se o santuário ao longo do caminho de acesso, por meio de motivos secundários, que formam um todo: capela de S. José, cruzeiro e capela de Santo Amaro, fonte, a capela propriamente dita, ao que juntaram nas vertentes próximas umas capelas.
Na madrugada do dia 15 de Novembro de 1998, um violento incêndio destruiu a capela irremediavelmente juntamente com grande parte do seu recheio interior. Seguiu-se a obra de recuperação, inaugurada em 2005.
Aqui decorrem no Domingo a seguir ao dia 08 de Setembro, as festas em honra de Nossa Senhora da Piedade. Esta secular romaria teve outrora grande predileção do povo do concelho, e até de fora, o que justifica as hospedarias que circundam o santuário destinadas ao albergue dos forasteiros.
A frondosa vegetação que rodeia este espaço e as águas puras e cristalinas que brotam das suas fontes transmitem uma sensação de frescura muito apreciada no verão, tornando este local bastante aprazível.