15/05/2014
A história de Santa Teresa se confunde com a própria história da cidade do Rio de Janeiro. Situada no Morro do Desterro, no século XVIII servia de rota de fuga para escravos, através da densa floresta que recobria o morro – assim chamado porque Antonio Gomes do Desterro foi o primeiro habitante da região.
Em 1723, após a construção do Aqueduto da Carioca (Arcos da Lapa), levando água ao bairro, o Convento de Santa Teresa – da Ordem das Carmelitas – se instalou no sopé do Morro. A presença do Convento no bairro era tão marcante que a região passou a ser chamada de Santa Teresa.
O charmoso bairro do Rio de Janeiro, Santa Teresa é um polo artístico e intelectual de ruas estreitas, casarões antigos e muitas atrações culturais. O fato de ser frequentado por escritores, fotógrafos, artistas plásticos, jornalistas e pessoas descoladas em geral, já vem de muito tempo. Santa Teresa serviu de cenário para grandes romances da literatura brasileira, como Lucíola, de José de Alencar, Iaiá Garcia e Quincas Borba, de Machado de Assis.
Além disso, foi o endereço da escritora Raquel de Queirós e dos modernistas Manuel Bandeira e Mário de Andrade. Para completar as curiosidades, Santa Teresa ainda preserva o carnaval de rua; foi o primeiro bairro a ser considerada área de proteção ambiental com metade de sua área não urbana; realiza em todos os sábados de lua cheia um ritual de celebração cultural no Largo das Neves.
Não é pra menos que o Museu do Bonde foi transferido para Santa Teresa em 1998, antes localizado no Largo da carioca. Lá estão peças antigas como relógios originais e réplicas em tamanho real. Outra atração histórica é a casa de um dos ativistas da República do Brasil, Benjamin Constant. O casarão de 1860 virou museu, preservando todos os objetos e uma grande biblioteca. O acesso é restrito a agendamento.
Ainda destacando os museus, a Chácara do Céu guarda obras de grandes artistas como Miró, Portinari e Di Cavalcanti. Logo ao lado está o Parque das Ruínas, um antigo imóvel que pertenceu a Laurinda Santos Lobo. Ali eram realizadas as festas e saraus mais badalados. Hoje, o parque realiza exposições e espetáculos.
Santa Teresa ferve com ateliês. Eles são tantos que anualmente se reúnem no evento Arte de Portas Abertas, realizado em julho. De esculturas de sucata a jóias, as oficinas formam um reduto atrativo. Mas, é importante destacar que muitos funcionam com agendamento.
Para concluir o passeio pela história, o bairro oferece muitas opções de restaurantes, bares e cafés. Misturando cachaça, comida mineira e arte contemporânea está o Bar do Mineiro, embalado pelo samba está o Simplesmente, para quem quer arriscar a comida bem temperada do Norte a opção é o Espírito Santa, já quem busca a culinária européia f**a o Adega do Pimenta - com pratos alemães - e a Alda Maria - com doces portugueses.