Monica Francesca Bertazzolo

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Monica Francesca Bertazzolo Descobrir o Rio de Janeiro. City tours in Rio de Janeiro guided tours in English, Spanish, Portuguese and French
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Ultimo dia com meu casal de italianos. O roteiro era todo no Centro. Entramos nos jardins do BNDES para falar de paisagi...
02/09/2024

Ultimo dia com meu casal de italianos. O roteiro era todo no Centro. Entramos nos jardins do BNDES para falar de paisagismo. Depois de visitarmos a Catedral, dei uma esticada na megaloja Melhor das Casas para vermos os vitrais de Lorenz Heilmar, o mesmo artista que realizou os vitrais na Catedral Metropolitana. Mostrando o conjunto de vidros que adornam as paredes de perto, foi possível explicar a técnica usada pelo artista na igreja. Não são vidros chumbados mas apresentam junções de cimento. Visitamos a exposição do artista Luiz Zerbini no CCBB onde meu cliente se identificou com a psicodelia de algumas obras. Conseguiram completar o percurso a pé graças a uma parada estratégica na Colombo para recarregar as energias com quindins e brigadeiros.

Se preparem, Santa Teresa irá apresentar nos próximos dois fins de semana mais uma edição (a 32º) de Arte de Portas Aber...
02/09/2024

Se preparem, Santa Teresa irá apresentar nos próximos dois fins de semana mais uma edição (a 32º) de Arte de Portas Abertas. O bairro está a todo v***r. Serão quatro dias de estúdios abertos onde os visitantes poderão conhecer as galerias, os ateliers e os artistas do bairro. Um clima de festa que começou com sua primeira edição em 1996, iniciativa da ONG Viva Santa, sendo que o intuito inicial não foi só o de trazer a atenção para os artistas, mas sim para o próprio bairro. E foi então que suas portas se abriram, para que todos o conhecessem e valorizassem. Ontem vimos só os lambe-lambe de divulgação do evento, mas nós passeamos por ruas que já estavam em festa.

No final dos passeios sempre pergunto aos clientes se posso publicar no meu Facebook as fotos que tiro durante a excursã...
31/08/2024

No final dos passeios sempre pergunto aos clientes se posso publicar no meu Facebook as fotos que tiro durante a excursão. Esta atenção é ainda maior quando tenho menores. Hoje minha família preferiu que eu deixasse o filhote de fora. Portanto aí vão fotos de meio corpo que curiosamente ressaltam a beleza do casal. Ambos novayorquinos. Ele de origem Jamaicana, ela da Guiana, tendo uma avó brasileira. Noah de quatro anos, se revelou uma grande surpresa. Curioso, fazia perguntas e repetia as palavras que eu lhe ensinava em português. Esse menino vai longe!

Ontem voltei à Petrópolis depois de muito tempo. Além das visitas clássicas, consegui um tempo para acompanhar meu grupo...
30/08/2024

Ontem voltei à Petrópolis depois de muito tempo. Além das visitas clássicas, consegui um tempo para acompanhar meu grupo à casa de veraneio do escritor Claudio de Souza. Nesta casa ele promovia saraus e performances e deixou expresso em seu testamento que queria que esta, se transformasse em espaço cultural. Hoje está integrada as propriedades do Museu Imperial (junto com a Casa Geyer do RJ). Entre as curiosidades encontramos painéis de azulejos do sec. XVIII que pertenceram a uma residência lisboeta. Se conta que como o dono não queria se desfazer das cerâmicas, Claudio teria comprado o imóvel somente para extrair as peças. E em seguida teria doado a casa para uma instituição de caridade. Outro elemento artístico que decora a casa é um belo vitral do artista Cesare Formenti. Ontem meu olhar, porém, foi atraído pelas três pinturas do teto (foto 1). Se bem que pareçam afrescos, elas foram realizadas em técnica de marouflage (pintura em tela). Meu pensamento foi para as obras de Giambattista Tiepolo, um grande mestre da pintura italiana que realizou as decorações da Villa Pisani (foto 2), um palácio próximo de Veneza. O gosto, típico do século XVIII, por temas ligados a mitologia com céus vastos e luminosos, cores com tons suaves, estão bem presentes nesta casa também. As obras de Petrópolis teriam sido trazidas pelo dono da casa de uma de suas viagens para a Europa. F**a aqui a dica, levem seus clientes quando pararem na praça da Liberdade a caminho do Liberty Garden ou da Casa de Santos Dumont. Frequentar este museu é uma forma de mantê-lo aberto, além de que é uma visita enriquecedora. Arte por todas as partes.

Não foi fácil individuar o que interessava ao meu cliente. Originário do Congo belga, hoje Republica democrática do Cong...
29/08/2024

Não foi fácil individuar o que interessava ao meu cliente. Originário do Congo belga, hoje Republica democrática do Congo, e há dez anos vivendo na Bélgica, ele realizou comigo um tour pelo Centro histórico. Depois de notar pouco entusiasmo entrando em igrejas e bibliotecas, tentei a carta das artes. Vimos a exposição no Paço Imperial do artista pernambucano José Patrício, “Agitações pelo número”. O artista parte da combinação de objetos cotidianos como peças de dominós, botões, pastilhas de cerâmica, a fim de criar motivos geométricos de forte efeito ótico. Meu cliente começou então a se animar como se essas obras dialogassem de certa forma com ele. Um trabalho de repetição que acaba realmente seduzindo. Do Paço, passando pelo Arco do Teles, visitamos o Centro Carioca de Fotografia, idealizado pela fotografa Renata Xavier. Esta galeria faz parte do projeto Reviver Cultural, um programa que visa revitalizar o Centro do Rio. Lá vimos uma exposição dedicada a escola de Samba Viradouro. Fotos que tem o poder de trazer o desfile para dentro do atelier. Meu cliente adorou conhecer um pouco mais sobre o nosso carnaval. No final descobri o que ele procurava era a cor, não só o que se chama de cor local, feita de coisas e pessoas como também o colorido que provavelmente pouco encontra em Bruxelas mas que lhe recorda sua nação. Adorou a Escada da Bandeira do Brasil, na área da Sacadura Cabral ao lado da igreja de S. Francisco da Prainha. Foi lá que ele se iluminou.

Burle Marx realizou várias expedições no interior do Brasil assim como fora do país em busca de plantas. Quando sua cole...
28/08/2024

Burle Marx realizou várias expedições no interior do Brasil assim como fora do país em busca de plantas. Quando sua coleção começou a crescer e pegar proporções maiores, ele começa sua busca por um sitio de grandes proporções. A propriedade que procurava tinha que ter algumas características, como estar dentro do perímetro da cidade, ter uma nascente de água, ter diferentes níveis de altitude e que fosse um local histórico. A busca levou tempo mas encontrou em 1949 o local ideal na área de Guaratiba. Inicialmente o sitio serviu como repositório onde cultivar as plantas que usaria em seus projetos até que se tornou sua moradia fixa a partir de 1973. Este sempre foi um local de trabalho e de experimentação. Ele dizia que as plantas que ele trazia de suas expedições, não vinham com um manual de instruções. Gostavam de terreno arenoso? Queriam água? Quais as melhores consorciações? No sitio ele não construiu estufas, mas sim sombrais. As estufas são locais que permitem a entrada de luz solar mas bloqueiam o vento e a agua da chuva e nelas é possível controlar a temperatura. Os sombrais por sua vez servem para reduzir a entrada de sol no ambiente e foi por aqui que ele começou a aclimatar suas novas plantas e a reproduzi-las. A visita ao Sitio que realizei ontem começou por estes espaços. Eu estava acompanhando somente um casal, mas o nosso grupo de visita era inicialmente grande e pouco disciplinado. Aos poucos, porém, como o tour começou a se tornar mais longo do previsto, muitos abandonaram o percurso antes do termino. A foto de grupo na frente do eucalipto arco-íris, mostra os únicos quatro visitantes que chegaram felizmente até o final. Meus americanos e dois atendentes da American Airlines encantados com o Rio e loucos para se aposentarem por aqui!

Conta a lenda que Sherazade, a filha de um vizir, para se salvar das iras de um rei tirano da Pérsia, decide lhe contar ...
26/08/2024

Conta a lenda que Sherazade, a filha de um vizir, para se salvar das iras de um rei tirano da Pérsia, decide lhe contar uma estória a cada noite, adiando assim a sua sentença a morte. Surge então uma saga na qual um conto é emendado a outro, e se tornará no livro das Mil e uma Noites, do século X. Este expediente narrativo é visto pelo artista plástico Hilal Sami Hilal, brasileiro de origem Síria, como a própria vida, na qual um evento nos leva a outro, e está a base da primeira instalação “Sherazade” que vemos entrando na Casa França Brasil onde uma série de livros são entrelaçados criando uma narrativa infinita. A exposição com o sugestivo nome de “Lugar de Passagem” traz também uma instalação site specific que atravessa de um lado ao outro o espaço, como fosse uma renda, ou um delicado muxarabi. Realizada em cobre filigranado com o título “Artigo 3º”, é composta por nomes de pessoas próximas ao artista. Se trata de uma alusão ao terceiro artigo da Constituição brasileira de 1988 em que trata da construção de uma sociedade livre, justa e solidária com o intuito de erradicar desigualdades e pobreza. Outra obra marcante da exposição e de uma certa forma ligada a literatura é a obra “Atlas”, um grande livro fabricado com papel feito à base de pasta de algodão, realizado reciclando roupas velhas de amigos e da família. Em suas páginas vemos aquarelas representando nuvens, como fossem a passagem do tempo, dando uma leitura possível ao próprio tema da exposição que a torna um “lugar de passagem”, um momento para refletir sobre nós e o nosso caminhar. Domingo, Centro da Cidade. Poucos espaços abertos. O guia tem que se inventar e a Casa França Brasil veio a calhar. No final do tour passamos por Santa Teresa. Com tantos murais pelo bairro, o passeio por lá está extremamente lúdico.

Manhã de chuva. Sorte que eu tinha reciclado umas capas esquecidas tempo atrás na minha van e consegui assegurar um pass...
26/08/2024

Manhã de chuva. Sorte que eu tinha reciclado umas capas esquecidas tempo atrás na minha van e consegui assegurar um passeio aos meus clientes sem que se molhassem. Indo à Floresta da Tijuca, conto sempre sobre a grande empreitada feita pelo Major Archer que a partir de 1861 reflorestou a área com plantas nativas provindas de seu sitio em Guaratiba. Conto também que infelizmente mais tarde foram introduzidas plantas frutíferas entre as quais as jaqueiras que com o passar do tempo se tornaram um problema. Não são plantas do nosso bioma, e mais da metade de suas sementes vingam, o que as levou a se alastrar rapidamente. Tem um ponto onde mostro um bosque de jaqueiras e pergunto: “onde está a biodiversidade?” é nesse momento que os clientes entendem qual o problema que a introdução de espécies exóticas pode trazer. Terminamos a manhã no Jardim Botânico.

Casal da Espanha com filha, mais 3 profissionais que por motivos diferentes vieram ao Rio de Janeiro. Todos antes de dei...
26/08/2024

Casal da Espanha com filha, mais 3 profissionais que por motivos diferentes vieram ao Rio de Janeiro. Todos antes de deixar a cidade quiseram conhecer os nossos ícones principais. Harmonia perfeita entre os integrantes do tour que um pouco brincavam por conta das fotos que a esposa do espanhol pedia, e que nunca estava satisfeita com os cliques feitos pelo marido. Tive que o socorrer várias vezes! Foi bom e divertido.

“Arte não é um artigo de primeira necessidade, mas ninguém vive sem”. Estas são palavras do grafiteiro baiano Tomaz Vian...
23/08/2024

“Arte não é um artigo de primeira necessidade, mas ninguém vive sem”. Estas são palavras do grafiteiro baiano Tomaz Viana, conhecido como Toz, no Rio há mais de duas décadas. Formado em Arte e Design começou sua trajetória nos anos 2000, alegrando com seu universo colorido a alma dos cariocas. Provavelmente todos lembram do mural numa das fachadas do antigo hotel Marina Palace no Leblon. Ali estava ele, o “Vendedor de Alegria” com seus balões coloridos. A foto que tirei com meu grupo foi a primeira do nosso passeio em Santa Teresa.
Coloquei meus andarilhos no humor certo para entrarem em sintonia com o bairro. Entramos no mundo dos mangás e saímos perambulando. Terminei o tour com a visita ao Centro.

A partir do momento em que a humanidade começa a dominar a escrita inicia a saga das bibliotecas como locais onde guarda...
22/08/2024

A partir do momento em que a humanidade começa a dominar a escrita inicia a saga das bibliotecas como locais onde guardar documentos. Inicialmente os acervos eram constituídos de placas de argila. Em seguida se passa aos papiros e pergaminhos até o advento do papel. O Renascimento foi a época decisiva para o nascimento das bibliotecas no sentido moderno, e a invenção da imprensa no Ocidente por Gutenberg no sec. XV, permitiu a multiplicação e disponibilidade de volumes. O tour que fazemos no Centro do Rio nos leva a conhecer duas bibliotecas, com duas histórias diferentes, mas que tem o mesmo intuito, o de promover o conhecimento e o saber e facilitar a circulação de ideias. Espaços fascinantes. O primeiro núcleo de livros que irão compor o acervo da Biblioteca Nacional veio pouco depois da chegada da Corte em 1808 ao Rio de Janeiro. Já os fundadores do então Gabinete Português de Leitura foram 43 emigrantes portugueses, em sua maioria, literatos, advogados, comerciantes, que compartilhando a paixão pela leitura fundaram o Gabinete em 1837. O intuito era de permitir o acesso à cultura aos seus compatriotas. Meu dia com este casal de franceses terminou com a parte mais lúdica do roteiro. Passeamos através dos novos murais de Santa Teresa. Caça ao grafite. Foi bom demais.

Os dois senhores espanhóis me adotaram e eu adotei as jovens mexicanas. Dia tranquilo sem pressa.
22/08/2024

Os dois senhores espanhóis me adotaram e eu adotei as jovens mexicanas. Dia tranquilo sem pressa.

Lá no Parque Lage, no interior do palacete, mostrei a foto 1 ao meu grupo quando tirei a foto 2. A casa era conhecida co...
22/08/2024

Lá no Parque Lage, no interior do palacete, mostrei a foto 1 ao meu grupo quando tirei a foto 2. A casa era conhecida como Villa Gabriella, em homenagem a esposa de Henrique Lage, cantora lírica italiana que usava o piano que vemos no fundo da sala para entreter os convidados. Antigamente, entrando no hall, prestando atenção, se ouvia uma música de fundo com a voz de meio soprano que criava a atmosfera perfeita para uma imersão no mundo encantado onde viveu esta estrela. Pena que o fundo musical tenha sido tirado. A Besanzoni em sua carreira se apresentou em vários palcos como a Scala de Milão e o Metropolitan de Nova York, além do Colón em Buenos Aires e o nosso Municipal. Quando se tornou viúva regressou para Roma. A opera Carmen foi o papel que lhe trouxe mais fama e sucesso internacional, e em 1962 quando faleceu foi enterrada com seu traje do quarto ato da Carmen. Uma diva até o final. Não sei se os clientes captam a atmosfera que envolve o espaço, já que a atenção está toda voltada para as fotos. Eu tento sempre envolvê-los com estas estórias. Nossa manhã continuou através de um outro setor da Floresta da Tijuca e terminamos vendo o mar.

Vassouras, Barra do Piraí, assim como outras cidades que surgiram na rota de escoamento do ouro, se desenvolveram por se...
19/08/2024

Vassouras, Barra do Piraí, assim como outras cidades que surgiram na rota de escoamento do ouro, se desenvolveram por ser pouso no caminho, aos tropeiros. Com o passar do tempo, a importância da região se consolida por conta da produção de café. Por volta de 1830 surge a classe dos Barões do Café, cafeicultores que contribuíram com suas riquezas ao próprio desenvolvimento do Império e, portanto, agraciados com estes títulos pelo Imperador. Ontem, saindo de Copacabana com meus clientes eu estava adiantada de uma hora para o início da atividade que eles tinham reservado, que era uma visita a uma fazenda de café (foto 2). Fiz um detour e parei, antes de começar a visita na Taquara, em Vassouras para ver a Casa da Hera que hoje é museu-casa e que pertenceu a Joaquim Teixeira Leite (foto 1), que foi um importante comissário do café. Na sua residência ele tratava negócios que fizeram não somente aumentar o seu capital, mas também desenvolver a malha ferroviária e indiretamente a economia nacional. Ele teve duas filhas, sendo Eufrásia Teixeira Leite a que mais se destacou por ser uma mulher bem à frente de seu tempo. A casa de Vassouras tem a mesma conformação da casa grande da Fazenda da Taquara. Uma sala para negócios, uma sala de música, uma sala para jantares importantes. Uma área intima, um pátio interno e alcovas para dar pouso a comerciantes de passagem. A Casa da Hera está mais bem conservada por ser hoje um museu ligado ao IBRAM, órgão que gerencia os museus federais (foto 3). A Casa da Taquara, de 1830, segue ainda na mesma família (foto 4 e 5). Marcelo Streva, descendente de sexta geração do fundador da Fazenda, está apostando na produção de café Gourmet e coloca toda a paixão possível nas explicações que dá. O que a Taquara tem a mais, além dos cafezais, é uma capela privada, um verdadeiro luxo que demonstra a riqueza e o poder da família na época. Por lá estão terminando as obras de restauração do altar. Espero na próxima visita poder tirar fotos.

Habitado desde a pré-história por populações berberes, o Marrocos conheceu no tempo a colonização de vários povos como o...
19/08/2024

Habitado desde a pré-história por populações berberes, o Marrocos conheceu no tempo a colonização de vários povos como os fenícios, os romanos, os vândalos, os bizantinos e, por fim, os árabes. O domínio das dinastias islâmicas teve uma enorme influência no país a partir do século VII, enquanto foi no século XIX que remontam às primeiras infiltrações coloniais de França e Espanha. Vemos então que se trata de um pais que passou por várias dominações criando uma cultura diversif**ada se bem que na arquitetura a influência árabe seja a que predomina. Um elemento marcante na arquitetura local são as portas e janelas em arcos em forma de ferraduras, muitas vezes extremamente trabalhados. Nesse dia eu tinha duas clientes do Marrocos que logo na Escadaria Selaron, quando lhes mostrei um pouco receosa dois azulejos, sem ter certeza que fossem do seu país logo disseram: “Sim, são portais marroquinos!”. Porém, analisando bem, o que é a arquitetura árabe? Primeiramente é um estilo que se desenvolve em 22 países situados entre África e Médio Oriente se bem que na verdade, as nações que mais influenciaram o Ocidente com esta linguagem foram o Marrocos e o Irã. Os elementos mais marcantes deste estilo são encontrados em edifícios usados pela coletividade como mesquitas, mercados e banhos públicos, onde os traços que mais se destacam são as abobadas, cúpulas e os portões (fotos 3 e 5). Voltando então ao azulejo da Escadaria, mesmo que reconhecido pelas minhas jovens como um azulejo marroquino, não posso com certeza afirmar isso. O que sei é que elas f**aram felizes e empolgadas, e para mim, basta. Cliente feliz, guia feliz!

Aí estão (foto 1) os Super Heróis deste fim de semana em Santa Teresa. São os artistas grafiteiros que presentearam com ...
19/08/2024

Aí estão (foto 1) os Super Heróis deste fim de semana em Santa Teresa. São os artistas grafiteiros que presentearam com sua arte seja o público, que veio vê-los em ação, que os moradores do Bairro. Uma iniciativa muito bem orquestrada, pois, foi pensada para que as pessoas se aventurem em ruas menos conhecidas, e fora da artéria principal, para descobrir as obras que estão sendo feitas, ampliando assim seu conhecimento sobre a área. Santa Teresa se transformando em uma Galeira de Arte a Céu Aberto. Meus clientes adoraram e eu tirei foto com o artista Kajaman (foto 2). Seu trabalho leva o nome de “Folia de Rainhas”, num dos perímetros do hotel Santa Teresa M.Gallery, onde encena um carnaval folclórico no meio de uma mata de cores intensas e vibrantes, sua marca registrada (foto 3). Seu pensamento bem se expressa quando diz que “a rua é um universo muito grande, é para ser compartilhado, é minha galeria“. Nessa manhã meus turistas ítalo-franceses conheceram também a mosaicista Andrea Imbiriba, quem idealizou um grande painel de pequenos mosaicos com um único tema: todos representam a alma do Bairro, ou seja, o bonde. Uma ideia sua que deixou de ser pessoal a partir do momento que convidou dezenas de outros mosaicistas para colaborarem tornando-se assim numa arte coletiva (foto 4). Paramos para conversar com Tatiana Araujo, artista e também guia de turismo, personagem multifacetada moradora do Bairro (foto 7), e por fim visitamos o atelier do artista Ze Mog e de sua esposa Rita (foto 5, 6). Sobre eles poderia escrever um post inteiro. Por lá a criatividade vive solta. Ele coleta objetos que estão no mundo e os torna outras coisas. Fileiras de tampinhas recicladas montadas em um cabo de aço. Unidas dariam a extensão da Praia de Copacabana. Impossível não se deslumbrar. Saímos de Santa Teresa como se tivéssemos passeado por um parque de diversões, com o espírito bem alimentado.

Inaugurado em 1962 e com uma capacidade para 20 pessoas, o teleférico Namsan se encontra em Seoul, na Coreia do Sul. Des...
15/08/2024

Inaugurado em 1962 e com uma capacidade para 20 pessoas, o teleférico Namsan se encontra em Seoul, na Coreia do Sul. Descobri hoje que essa é uma das atrações mais importantes desta cidade (foto 1). Meus clientes coreanos me contaram tudo sobre esse bondinho, mas acrescentaram que a vista nossa do alto do Pão de Açúcar é bem mais bonita! Vocês mesmos podem julgar. Coloquei as duas fotos uma ao lado da outra. Como o Rio, só o Rio!

Quem trabalha no turismo bem sabe que o mês de agosto é o mês dos italianos. Até os meus motoristas aprenderam a dizer “...
14/08/2024

Quem trabalha no turismo bem sabe que o mês de agosto é o mês dos italianos. Até os meus motoristas aprenderam a dizer “grazie” e “buongiorno”. E na Itália, como vão as coisas? País de tradição milenária no setor do turismo, está lidando com o “overtourism”. Este fenômeno se dá quando a presença de turismo acaba sobrecarregando alguns destinos impactando negativamente sobre a população local e o meio ambiente. As prefeituras têm colocado taxas de acesso e permanência em certos locais como praias e localidades de montanha, tentando assim dissuadir os turistas. Mas sem grande sucesso, como no caso de Veneza. O que eu creio que deveriam fazer é trazer a atenção para outras localidades, que são menos conhecidas, mas tanto interessantes quanto as que já são badaladas. O que não falta na Itália é história e arte. Porque não estimular outros destinos como Mantova ou Verona. Porque só Veneza? Aqui no Rio de Janeiro deveríamos seguir o mesmo raciocínio. Porque não divulgamos outros pontos instagramáveis que temos na cidade, como uma bela foto na escadaria da Biblioteca Nacional, na Galeria de Moldagens do Museu de Belas Artes na foto 1 (torcendo para que reabram em breve) ou sob os pilotis em V do MAM? A TurisRio deveria apostar mais nessas divulgações. Caso contrário, continuaremos vendendo um turismo sempre igual em locais sempre mais lotados. Hoje comecei a Escadaria Selaron do alto. Em cima estava mais vazia. Pude seguir esta estratégia, e não me limitar a parada tradicional lá no começo da escada, pois era um grupo privado. Meus italianos se deram bem.

Ontem aqui no Rio saíram do armário luvas, cachecóis, gorros e botas. Meus clientes também sentiram frio, principalmente...
14/08/2024

Ontem aqui no Rio saíram do armário luvas, cachecóis, gorros e botas. Meus clientes também sentiram frio, principalmente porque saíram da Itália em pleno verão. Não esperavam por essa. Nas Paineiras o termômetro estava a 13 graus! Durante o dia a temperatura subiu um pouco, e ninguém reclamou. Viram uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno, o nosso Cristo. Porque reclamar?

Estão prontos? O Festival de Arte Urbana de Santa Teresa vem aí. A primeira edição deste Festival vai acontecer de 15 a ...
12/08/2024

Estão prontos? O Festival de Arte Urbana de Santa Teresa vem aí. A primeira edição deste Festival vai acontecer de 15 a 18 de agosto (foto 3). O bairro está em efervescência, os muros estão sendo preparados e os artistas misturando as tintas. Hoje foi o dia de reencontrar Raphael Arruda. Conheci seu trabalho lá atrás em 2019. Ele começou decorando os muros da Zona Sul com grafites de animais raros ou ameaçados de extinção, para trazer a atenção dos passantes para esta temática. Seguindo o pensamento de que as pessoas têm mais acesso à rua do que aos museus, ele continua sua cruzada difundindo arte urbana. Hoje o vi trabalhando no perímetro do Hotel Santa Teresa da rede Accor. Um Tamanduá Bandeira estava pegando forma. Ao lado, um Lobo Guará, e um Calau Gigante lhe faziam companhia. Voltarei um desses dias para ver o trabalho completo. E para quem quiser conhecer melhor o trabalho deste artista, que entre seus sucessos está a participação ao Jaguar Parade de Nova York de 2022, f**a a dica: dia 15 estará inaugurando uma exposição solo na Casa Caminhoa no Horto (foto 5).

Tendo como influencia a arquitetura do italiano Carlo Scarpa, do franco-suíço Le Corbusier e do americano Louis Kahn, o ...
12/08/2024

Tendo como influencia a arquitetura do italiano Carlo Scarpa, do franco-suíço Le Corbusier e do americano Louis Kahn, o arquiteto Mario Botta, de origem suíça, criou a sua própria linguagem. Ele explica que de Scarpa absorveu a capacidade de dar dignidade e forma aos materiais mais simples. De Corbusier a habilidade, através de seu trabalho, de criar um estilo que representasse seu próprio tempo. De Kahn ele seguiu a busca pela origem dos problemas procurando dar uma explicação filosóf**a ao que se desenha e se projeta e que precisa se expressar em uma imagem e forma. Em entrevista, Botta disse que nunca começa um projeto por uma forma, a partir de uma geometria, mas sim que busca a solução à um problema. A partir daí ele examina o espaço, a paisagem onde deve inserir seu projeto. Só então é que a forma física surge e se encaixa no seu pensamento. Ele foi escolhido para desenhar a Igreja do Santo Vulto em Torino inaugurada em 2006. Externamente não temos uma fachada principal. A igreja de forma cilíndrica é circunscrita por sete torres que permitem a filtragem da luz. Meu cliente italiano ontem, logo me disse que pensou na “sua” igreja entrando na “nossa” catedral. As fotos lhe dão razão. Inclusive sobre as polemicas que seguiram sua construção dividindo a população entre os que amam a nova estrutura e os que não se identif**am com ela. Bem como aqui no Rio.

Já ouviram falar do carnaval de Oururo na Bolívia? Hoje declarado Patrimônio Oral da Humanidade pela UNESCO, esse carnav...
12/08/2024

Já ouviram falar do carnaval de Oururo na Bolívia? Hoje declarado Patrimônio Oral da Humanidade pela UNESCO, esse carnaval tem suas origens numa tradição indígena secular dos Andes. A festa é baseada na invocação da Pachamama, ou Mãe Terra, contra o Tio Supay, que tinha amaldiçoado as terras de Uru. Os espanhóis tentaram sufocar esta celebração sem sucesso, e a população então mascarou a festa sob forma de comemoração cristã. Os dois deuses dos povos andinos se transformaram sincreticamente na representação da Virgem que luta para liberar a cidade das pragas lançadas pelo Demônio, e a passeata ganhou o nome de carnaval. O desfile de mais de 30 mil dançarinos que percorrem as ruas da cidade, termina com na igreja da Virgem da Candelária, conhecida como a Mãezinha de Sacovan, que misteriosamente teria aparecido nas minas de prata de Oruro. Existem vários tipos de dança que se apresentam neste desfile, entre elas a Diablada. A coreografia traz alguns personagens malignos, os diabos, e a dança metaforicamente representa a luta do bem contra o mal. A máscara do azulejo que temos na Escadaria Selaron reproduz uma destas figuras que no final da encenação se converte e se torna devoto da Virgem. Minha cliente me explicou tudo com muito entusiasmo e me disse que já participou da romaria. Uma festa que hoje se tornou atração turística, e que diferentemente do nosso carnaval que tem sua origem na preparação para a Páscoa cristã, as raízes do carnaval de Oruro são na realidade pré-hispânicas. Será que Selaron teve todas essas informações? Eu acredito que sim pois os azulejos na Escadaria são como cerâmicas falantes, prontas a contar sua história para quem quiser ouvir. É só escutar os relatos dos clientes quando mostramos as peças relativas aos seus países.

Um casal assim eu guiaria o ano inteiro! Muito simpáticos, curiosos, respeitosos, cultos, abertos. Querem mais qualidade...
11/08/2024

Um casal assim eu guiaria o ano inteiro! Muito simpáticos, curiosos, respeitosos, cultos, abertos. Querem mais qualidades? O roteiro que nos leva para a floresta da Tijuca e Jardim Botânico é por si só um roteiro feliz. Dia de semana, quando a passagem dos carros é permitida no setor B da Floresta, temos também a possibilidade de parar na Vista Chinesa e falar sobre a construção deste mirante de estilo tão insólito. Construído durante a gestão do Prefeito Pereira Passos por volta de 1903, como homenagem aos chineses que tinham sido convidados nos tempos de D. João VI para iniciar uma plantação de chá no Jardim Botânico, cultivo que não teve bom êxito. O mirante ganhou visibilidade internacional no filme “Rio”, quando os protagonistas, as araras Blue e Jewel, passam a noite por lá. Fora alguns estereótipos que continuam firmes no imaginário coletivo, devo dizer que o filme é uma ode de amor a Cidade Maravilhosa. Deste mirante meu casal viveu este romance com o Rio por alguns minutos.

Estava até achando estranho. Atendendo tantos italianos sem ainda ter ido no “grande templo”. E sexta foi o dia. Entrada...
11/08/2024

Estava até achando estranho. Atendendo tantos italianos sem ainda ter ido no “grande templo”. E sexta foi o dia. Entrada triunfal no Maracanã! Nem queriam sair de lá, olhando, saboreando, relembrando. Sabiam de cor o resultado de muitos jogos, citaram nomes de jogadores e reviveram com dor o fatídico chute de Roberto Baggio. O jogador italiano cobrou o quinto pênalti alto demais e deu a vitória ao Brasil em 1994 nos EUA que saiu do campo como tetracampeão mundial. Se passaram 30 anos mas essa copa eles não esqueceram!

Foi uma meia maratona. Queriam arte e os levei para Santa Teresa. Queriam história e perambulamos pelo Centro. Queriam a...
09/08/2024

Foi uma meia maratona. Queriam arte e os levei para Santa Teresa. Queriam história e perambulamos pelo Centro. Queriam arquitetura e em Niterói encontraram um prato cheio. No MAC aproveitamos a exposição “Luzes da Coreia” que nos apresenta uma tradição cuja história remonta ao sec. XVI. Por dois anos seguidos em 1592 e o sucessivo, a cidade de Jinju na Coreia do Sul, foi alvo de invasão por parte dos japoneses. Em 1593 se estima que 60.000 coreanos perderam suas vidas na tentativa de proteger seu país. É na época do primeiro cerco da cidade que surgiu a prática de flutuar lanternas coloridas como tática militar a fim de avistar o inimigo que tentasse cruzar o rio Namgang à noite. As lanternas cobertas por fina seda produzida na região serviam também como meio de comunicação, ocultando mensagens que eram enviadas de um lado ao outro do rio para familiares ou pessoas próximas divididas pela invasão. Nos anos a seguir começou-se uma tradição de lançar lanternas no Rio Namgang para homenagear as almas dos que deram suas vidas para salvar sua cidade. Foi por esta carga emotiva que as lanternas se transformaram em símbolo da resistência do povo coreano e surgiu o Festival das Lanternas de Jinju. O que vemos no MAC é uma reprodução em pequena escala do que este festival pode representar. Mais de 1200 fontes de luz colorida são um convite para uma imersão nessa cultura. Percorri com meu casal de alemães esses tuneis de luzes e nos divertimos como crianças. A arquitetura de Niemeyer serviu como abraço unindo o ocidente ao oriente dentro de um lugar só. Aproveito para sinalizar que as obras de impermeabilização do espelho d’agua na base do pilar único onde se apoia o Museu, como fosse uma escultura de 16 metros de altura, terminaram. A praça do Museu, por conta deste lago, voltou a se expandir dando a sensação de continuo com a baia ao redor. Uma poça d’água que fazia muita falta!

Ontem em Santa Teresa estava ela, uma grafiteira com alma, a Rafaela Monteiro colocando mais um pouco de cor no Bairro. ...
08/08/2024

Ontem em Santa Teresa estava ela, uma grafiteira com alma, a Rafaela Monteiro colocando mais um pouco de cor no Bairro. Mineira morando no Rio de Janeiro há mais de 15 anos, tem as cores fortes e um traço bem definido como sua marca registrada. Ela estava lá cobrindo um outro trabalho seu (foto 3) com os morros mais icônicos do Rio, que fotografei várias vezes e que estava perdendo seu brilho. Descendo do Cristo e passando por lá, era um ponto do “quiz time”. Perguntava aos meus clientes se identif**avam as montanhas. Agora teremos que explicar a filosofia do “tudo vai passar”. Assim escreveu Ar**no Suassuna: “Dizem que tudo passa e o tempo duro tudo esfarela”. Adoro este “esfarelar” dos tempos duros.

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