Expedição Uruguai

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Expedição Uruguai Viagem de bicicleta pela costa do Uruguai, mais de 700km pedalando.

Para comemorar 1 ano de nossa viagem de bike pelo litoral uruguaio, fizemos um video com alguns momentos em ordem cronol...
16/02/2016

Para comemorar 1 ano de nossa viagem de bike pelo litoral uruguaio, fizemos um video com alguns momentos em ordem cronológica da viagem.
Dá vontade de pegar a bike e colocar na estrada novamente!

Espero que novas viagens como esta possam acontecer!!

This is "Expedição Uruguai - 2015" by on Vimeo, the home for high quality videos and the people who love them.

Conforme prometido, este post finaliza nossa jornada em terras Uruguaias. Foram mais de 2.680km percorridos num total de...
17/03/2015

Conforme prometido, este post finaliza nossa jornada em terras Uruguaias. Foram mais de 2.680km percorridos num total de 12 dias, dos quais aproximadamente 700km foram percorridos de bicicleta, durante 10 dias. Agora, decorridos quase 1 mês desse evento épico em nossas vidas, acredito que já temos consolidada uma visão mais esclarecida de tudo que passamos na viagem. Então, lá vai...

Nos preparamos com alguns meses de antecedência, buscando informações, adquirido preparo físico, psicológico e nos equipando para o desafio. Vou tentar resumir em classes o que achamos que é necessário comentar para quem um dia pensa em fazer algo do gênero:
1. Equipamento/bagagem
2. Preparo Físico
3. Preparo Psicológico

1. Equipamento/bagagem

A primeira coisa a definir é o local da viagem. É isso que interferirá diretamente no que você realmente precisa carregar consigo. Parece óbvio, mas não adianta nós apresentar aqui a lista do que nós levamos se o teu destino será diferente. Nós mesmos cometemos esse erro nos baseando no equipamento e bagagem de outros Cicloturistas. Cada pessoa tem uma necessidade, mas aqui vão 2 dicas que a experiência nos ensinou:

1ª)Seja simples. Não busque ter uma roupa para cada ocasião, por exemplo. De preferências por roupas que possam ser usadas em várias situações. No nosso caso, tivemos a sábia visão de fazer camisas especiais para essa viagem na HikeBike de Chapecó. Fizemos uma manga comprida e uma manga curta, mas no fim só usamos a comprida. Por que era frio? Não. Por que a camisa deles é boa e o modelo de manga comprida serve para todas situações. Protege tanto do frio quanto dos raios do sol. O tecido permite transpiração e também é possível controlar o calor com o zíper frontal da camisa. Além disso os bolsos deixam tudo que você precisa ter consigo mais acessível. Por fim, ela ainda é fácil de lavar. Em geral, Cicloturistas não usam camisas de ciclismo, dão preferências para camisas de algodão, mas ao meu ver estão desatualizados quanto aos materiais usados nas camisas de hoje.

E isso não vale só pra roupa. Ser simples serve pra tudo que você for levar. Desde coisas para o camping ou para as refeições. Ser simples, na verdade, vale em tudo pra vida! Mas vale mais ainda pra quem precisa carregar pouco peso...

2º)Revise sua bike antes da viagem.
Se você tiver uma bike boa, com a relação em dia, é desnecessário levar muito equipamento (ex: corrente reserva, raios, etc). A menos que você vá passar meses viajando, basta fazer uma boa revisão e levar o básico: canivete e remendo de pneu. No máximo, um powerlink.
Vale destacar a importância de ter um bom bagageiro. Trata-se de uma peça muito exigida durante os percursos e se ela quebrar pode comprometer a continuidade da viagem. Então, dá pra incluir na lista de indispensáveis, a multifuncional Alicate e seu fiel escudeiro, o arrame.

2. Preparo Físico

Não é algo de se preocupar a ponto de treinar como um Iron man.
Conforme li em algum lugar da internet, se você é uma pessoa capaz de fazer 100km com a sua bicicleta sem se sentir morto no outro dia, você já pode requerer seu atestado ou certificado de Cicloturista para fazer quase todos os trajetos da terra.

Em geral, no cicloturismo, não se costuma pedalar muito mais que 50km por dia.
Nós, infelizmente, por questão de tempo para cumprir a viagem tivemos que acelerar o passo. Além disso, em determinado dia pegamos uma estrada diferente do planejado e chegamos a fazer 136km num único dia, passando mais de 12 horas sobre a bike. Isso sim foi mortal.

Por isso, independente do destino, aconselharíamos preparar-se minimamente para o seu desafio. Eventualmente você pode precisar encontrar forças extras (mas para isso é necessário ter forças extras). Ou seja, melhor treinar um pouquinho antes de sair pedalando.

3. Preparo Psicológico

Por fim, a mente. Essa sim é preciso preparar.

Encontramos na internet várias dicas sobre cicloturismo. Também conversamos com pessoas que fizeram viagens semelhantes, tudo para se preparar da melhor maneira em todos quesitos. No entanto, em todo que falamos até agora, definitivamente, nada se assemelha a prática. Ela ensina tudo, por bem ou por mal... E, no fim, tudo parece mais fácil do que foi no começo...

No entanto, carregar tudo, montar e desmontar acampamento, pedalar, pedalar, pedalar e, também, pedalar, pode gerar uma tempestade de pensamentos que precisam ser administrados durante a viagem.
Às vezes se tem vontade de gritar, de desistir, de ficar calado. Às vezes você está muito feliz e disposto, depois surgem momentos de esgotamento e tristeza. Enfim, são muitos altos e baixos durante a viagem. Uma hora é céu, outra hora é inferno.

É um desafio pra mente e pro corpo, mas, sobretudo, um grande exercício psicológico.

No entanto, pra esse exercício, em especial, encontramos uma forte aliada: a amizade. Viajar em companhia facilita muito o desafio em vários aspectos. O companheirismo é imprescindível, é motivador. É um combustível nas horas de cansaço. É a garantia de muitas risadas nas horas de descanso.

Por outro lado, uma aventura desse tipo se feita em muitas pessoas pode se tornar até um problema. A probabilidade de dar algo errado (e são muitas coisas que podem acontecer no trajeto) aumenta proporcionalmente de acordo com o número de participantes. Ou seja, acredito que viajar de bike em mais de 3 pessoas pode deixar de ser um benefício e de tornar um problema...

Mas vai de você conhecer bem quem são teus companheiros. No nosso caso, já somos amigos de longa data. Mesmo assim, pudemos nos conhecer ainda melhor convivendo durante o percurso.

Dessa forma, se você já tem parceiros pra sua aventura, basta se preparar (seguindo ou não as nossas dicas) e começar a viagem. Só a experiência dirá tudo que você precisa saber sobre o assunto. Ou, caso não tenha parceiros, você pode até se aventurar sozinho. Basta ter determinação e coragem.

De qualquer maneira, conte conosco para o que precisar e, se quiser, compartilhe também a experiência que você tiver.

Ainda temos muito que aprender sobre o assunto. Afinal, essa é só a nossa primeira de outras tantas que estão por vir, seja de bike, de moto, de carro ou até mesmo de a pé.

A vida é curta!
Vamos aproveitá-la da melhor maneira possível!

Um forte abraço a todos!

Dia 9, 10 e 11 - Montevideo - Colonia Del Sacramento O nono dia foi relativamente tranquilo. Como estávamos no Hostel, n...
18/02/2015

Dia 9, 10 e 11 - Montevideo - Colonia Del Sacramento

O nono dia foi relativamente tranquilo. Como estávamos no Hostel, não precisamos desarmar acampamento antes de sair como aconteceu nos outros dias. Por causa disso, nos programamos para acordar mais tarde nesse dia, às 7:00.

No entanto, a noite foi um pouco "conturbada" no quarto que estávamos. Dividíamos o quarto com muitas pessoas e tudo corria bem até a chegada dos últimos hóspedes (Uma turma de skatistas mochileiros que, infelizmente, não tinham muito senso de coletividade e convivência).
Mas quem se hospeda em Hostel já está ciente que isso pode acontecer e embora eles tenham atrapalhado o nosso sono - principalmente o sono do Pedro, que compartilhava o beliche com um dos skatistas - nós tiramos de letra as inconveniências dos nossos colegas de quarto.

Às 8:00 já estávamos com tudo arrumado sobre as Bikes. Foi só tomar um café, acertar a conta do Hostel e sair. Durante o café conhecemos um brasileiro que está viajando de bike há 3 anos e que seguia para Punta Del Leste, caminho contrário do que fizemos para chegar a Montevdeo.

Como de costume, antes do pedal paramos comprar água. Depois foi só sair tranquilamente da cidade até a rodovia. Como era domingo, as ruas da capital estavam completamente livres e sem trânsito e, assim, pedalamos por Montevideo como se estivéssemos em Xaxim.

À apenas 4km do Hostel já entramos da Rota 1, rodovia que nos levaria até a última cidade da nossa expedição. Trata-se de mas uma rodovia pedagiada e muito bem cuidada. Diga-se de passagem, achamos que os uruguaios sabiam que nós viríamos pedalar aqui e mandaram cortar a grama em todas as rodovias do país. Inacreditável o capricho e o cuidado ao redor das estradas.

Seguimos pela Rota 1 tão calmamente quanto quando saímos da cidade. Domingo é um ótimo dia pra se pedalar, em qualquer parte que se vá, é sempre mais calmo.

Seguimos fazendo nossas paradas programadas a cada 25km, pois elas deram muito certo no último percurso. A parada dos 50km coincidiu com um posto da Rede ANCAP, muito comum aqui no Uruguai. Então aproveitamos e comemos um lanche mais elaborado por ali mesmo e descansamos até às 15:00 para evitarmos o sol mais forte.

Após os 100km de pedal já começamos observar possíveis pontos para passarmos a noite.
Como sabíamos, não haviam campings próximos a rodovia. Todos ficam próximos às praias e, dessa forma, precisaríamos enfrentar longos percursos de estrada de chão, para entrar e ficar em algum camping.

A ideia inicial era encontrar alguma casa em que o morador nos permitisse armar as barracas por ali mesmo. No entanto, quando chegamos próximo a uma cidade já eram quase 20:00 e o dia estava escurecendo. E pedir um favor desse para 3 sujeitos estranhos, sujos e cansados, quando já está escuro é uma tarefa na qual dificilmente se conseguirá êxito. Então decidimos entrar na cidade de Nueva Helvecia, que era a mais próxima de onde estávamos.

Trata-se de uma colônia Suíça em pleno Uruguai. Já na fisionomia dos moradores logo percebemos notória diferença com os uruguaios, Cabelos loiros, quase brancos, e pele bastante clara. Todas as casas da cidade sem cercas, com belíssimos jardins e ruas arborizadas, nos dava a sensação de segurança e de que em qualquer quintal seria possível montar acampamento e dormir com a porta da barraca aberta.

No entanto, a noite foi totalmente ao contrário.

Logo que chegamos buscamos um camping que uma placa na entrada da cidade indicara, mas, como imaginávamos, infelizmente não havia o dito camping. Procuramos pousadas na cidade, mas todas estavam lotadas. Pedimos para acampar em um terreno baldio, mas não fomos autorizados. Enquanto isso a noite chegava, cada vez mais escura.

À certa altura um morador nos indicou um parque da cidade e fomos até lá. Ao chegarmos, algumas pessoas estavam fazendo exercício e uma simpática senhora que havia viajado ao Brasil alguns dias antes veio falar conosco. Explicamos a situação e ela nos aconselhou a procurarmos um outro parque municipal, onde haveria também agua e banheiros para que pudéssemos passar a noite melhor.

Rapidamente embarcamos nas Bikes e fomos em busca do tal parque a uns 3km dali. No caminho paramos numa padaria comprar água para fazer a janta.

Por fim, quando chegamos no parque quase não havia mais luz do sol e a responsável do local já estava fechando os banheiros. Conversamos com ela sobre acampar no local e ela nos alertou que lá não era área de camping, mas que poderíamos passar a noite ali e que ela avisaria a polícia que estaríamos naquele local durante a noite. Ela também nos avisou que era comum alguns jovens aparecerem ali para fumar e beber, mas que não precisaríamos temer quanto a roubo nem nada.

Então não nos restou outra coisa a não ser montar acampamento. Escolhemos um local mais retirado dentro do parque, armamos as barracas e fizemos a janta - tradicional massa com salame. Enquanto isso, continuamente carros e barulhentas motos passavam acelerando numa estrada que havia dentro do parque, bem próxima ao nosso acampamento. Mas até aí tudo bem.

Por volta das 23:00 o movimento já havia quase cessado no local e não restava outra coisa a não ser dormir.
Em questão de 5 minutos já estávamos sonhando, com exceção do Felipe que não pregou olho preocupado com a movimentação no parque.

Às 23:30 um susto. Um sujeito mal encarado começou a falar alto e a bater violentamente numa churrasqueira de latão que havia próximo às nossas barracas. O Felipe imediatamente nos acordou e ficamos todos alertas esperando o que se sucederia. Mais pessoas apareceram e pararam as batidas na churrasqueira.

Pouco depois o sujeito e seus amigos se afastaram. Já estávamos quase dormindo novamente quando um carro acelerou e deu um "cavalo de pau" muito próximo às nossas barracas. Barulhentas motos seguiram o carro também fazendo manobras perigosas. Foi um susto muito grande e a partir desse momento ficou dicil dormir.

A cada pouco ouvíamos pessoas andando e conversando pelo parque. Tínhamos a sensação de estar invadindo o canto deles...

Às 2:00 da manha a sensação de insegurança do local nos forçou a tomar a decisão de sair do local imediatamente.

Esperamos as pessoas que estavam nas redondezas saírem e desmontamos o acampamento. Saímos do parque por volta da 4:00 da manhã.

Estava muito frio naquela manhã. Por sorte encontramos um posto de combustível aberto na cidade e paramos lá tomar um café e comer alguma coisa. Ficamos por ali até às 5:30, quando saímos rumo a Colonia.

Estávamos com muito sono e fazia realmente muito frio essa hora. Como ficamos acampados sem ponto de luz, ainda estávamos com as lanternas quase sem bateria. Ou seja, pedalávamos no frio, cansados, com sono e no escuro. Condições nada motivadoras pra quem ainda estava a 60km do fim da jornada.

Apesar disso voltamos para Rota 1 e seguimos viagem. Vinte e cinco quilômetros depois, fizemos uma parada para descansar e vislumbrar o nascer do sol na fria manhã uruguaia.
Apesar do belo cenário, logo voltamos a pedalar para não deixar esfriar o corpo. A essa altura o sono, misturado ao cansaço, era tão grande que nas descidas também tínhamos que nos manter pedalando para não haver risco de "dormir no volante".

Aos 50km, mais uma breve parada.
Colonia estava próxima. Já podíamos ver as palmeiras que anunciam a chegada a cidade.São mais de 10km de lindas árvores plantadas em todo entorno da rodovia (Foto).

Por volta das 9:00 horas, finalmente, chegamos ao ponto final da nossa expedição. Foram horas e horas sobre a bike para chegar até essa cidade histórica. E ela merecia ciclistas mais bem dispostos à conhecê-la. Então, devido a todo o ocorrido, a primeira coisa que fizemos ao chegar na cidade foi procurar um camping, armar "las carpas" (barracas em espanhol), tomar um banho e dormir.

Acordamos por volta das 14:00 e então fomos almoçar, também fomos até a rodoviária para programarmos a nossa volta e, finalmente, saímos para conhecer a cidade.

Passeamos por todas as ruas históricas e tiramos muitas fotos.
Também paramos tomar uma merecida cerveja para brindar o momento.

Quanto a cidade em si, Colonia Del Sacramento não nos pareceu tão monumental quanto imaginávamos.
Apesar disso é uma rota turística bem explorada. Encontramos muitos brasileiros por lá inclusive.

Após uma tarde "turística" paramos num bar e aproveitados para jantar. Pedimos uma pizza. Lá o dono do bar veio conversar conosco e nos falou do seu filho, Diego Morales, que já está a mais de 300 dias pedalando. Segundo o orgulhoso pai, o objetivo do seu filho de 23 anos é tocar todos países da América com sua Scott. Nós, que ficamos apenas 10 dias pedalando, podemos dizer com toda certeza que é um feito admirável.

Por fim, voltamos ao camping. Pedro e Felipe fizeram amizade com alguns ciclistas argentinos que também estavam acampados e trocaram uma camisa do Pedal Xaxim por uma do grupo argentino.

Ficamos mais um tempo curtindo a tranquilidade do camping, mas logo fomos dormir para carregar melhor as energias.

Dia 11 - Colonia Del Sacramento

Após um dia de jornada dupla, quase sem dormir, tivemos uma ótima noite de sono. Vale a pena destacar mais uma vez a tranquilidade nos campings uruguaios. São realmente lugares onde se pode relaxar com a família e com os amigos, sem ter que escutar a música do carro do vizinho, como é costume Brasil, por exemplo.

Acordamos tarde pela primeira vez durante os últimos dias. Fomos comprar um pão para o café, mas infelizmente a mercearia próxima ao camping não aceitava nem reais e nem cartão de crédito e só nos restavam 40 pesos, insuficiente para o pão.

No entanto, a dona da mercearia vendo nossa situação gentilmente nos ofereceu o pão do dia anterior de graça e, com os 40 pesos, pudemos compra um pote de doce de leite. Estava garantido o café.

Tranquilamente comemos e passamos a manhã no camping. Por volta das 11:00 começamos desarmar as barracas pela última vez nessa expedição.

Com tudo pronto para a saída, passamos num mercado para comprar algo rápido para comer e conseguir algumas caixas de papelão para envolver as bicicletas durante o transporte no ônibus.

A companhia de ônibus que pegamos carrega só 2 Bikes por viagem. Então o Pedro pegou o ônibus de Colonia para Montevideo uma hora antes que eu e o Felipe, embarcando às 15h. Por isso, desmontamos e embrulhamos primeiro a bike do Pedro e depois terminamos as outras 2.

Em Montevideo necessitamos trocar de ônibus para partir de volta destino ao Chuí. Mas nesse bus, felizmente pudemos carregar as 3 Bikes no mesmo bagageiro.

A Expedição Uruguai está chegando ao fim. Ainda teremos longos 1000km a serem percorridos de carro até Xaxim. Mas em resumo, isso foi tudo que aconteceu durante nossa trip.

Agradecemos a todos que acompanharam, curtiram ou que comentaram nossas postagens.

Apesar dessa página ser apenas um relato pessoal da nossa aventura, ela foi a melhor forma que encontros de permitir que nossos familiares e amigos, que pedalam ou não, também pudessem nos acompanhar e se sentir conosco nessa viagem.
Isso só foi compartilhado por causa disso. Não imaginávamos que tantas pessoas pudessem achar essa ideia tão legal a ponto dela ir parar no jornal. Ou seja, se você chegou até essa parte desse texto ou você é nosso familiar ou é nosso amigo ou realmente gosta muito de pedalar!
De qualquer forma, obrigado a todos.

E tomara que tenham mesmo se sentido conosco durante esses
dias, pois nós realmente percorremos toda costa Uruguaia levando vocês na bagagem.

Ainda faremos um ultimo post, mas sem relatos. Só comentando o sentimento e aprendizado da viagem.
Queremos agradecer melhor os parceiros como a Hike Bike, por exemplo. Também queremos falar no último post sobe dicas pra esse tipo de aventura, pois muita coisa do que lemos em blogs enquanto nos preparávamos pra viagem não acontecem na prática. Então penso que é importante relatar a nossa experiência nesse sentido pra alguém que futuramente se proponha a fazer algo do gênero.

Aproveito pra pedir desculpas pelos eventuais erros de português e concordância de um matemático. Escrever não é o meu forte nem em condições normais, imaginem fazer um relato de viagem num celular e com o seu ma***to corretor ortográfico. Mas no fim, acredito que deu pra passar a mensagem.

Antes de finalizar a parte pessoal, quero apenas reconhecer de forma
especial as nossas amadas esposas e namoradas que vivenciaram conosco toda preparação da viagem e nos apoiaram em todos os momentos, antes e durante nossa aventura. Não é por acaso que amamos vocês.

Forte abraço a todos!

Uruguai
17/02/2015

Dia 6, 7 e 8 - Punta Del Leste - Montevideo Depois do exaustivo dia pedalado entre La Paloma e Punta, necessitávamos de ...
15/02/2015

Dia 6, 7 e 8 - Punta Del Leste - Montevideo

Depois do exaustivo dia pedalado entre La Paloma e Punta, necessitávamos de um dia de descanso para poder seguir viagem.
E assim foi.

O sexto dia foi um luxo. Foi um dia férias em meio nossas férias "pedalantes". Não ascendemos nem os fogareiros. Tomamos café no camping, mas almoçando e jantamos em ótimos restaurantes para recuperar as energias e também os ânimos.

Antes do almoço lavamos algumas roupas e deixamos a secar.
Passamos a tarde na praia de Punta Ballena. Uma linda praia, de água quente e quase sem ondas.
Como estávamos sem guarda-sol, nos acomodamos atrás da casinha dos salva vidas e curtimos uma tarde tranquila. Na saída da praia tiramos a areia dos pés (foto) e fomos em busca de um restaurante. Após a janta, voltamos para o camping.

Quando voltávamos uma pancada de chuva quase molhou nossa roupa estendida no acampamento. Por sorte estávamos perto e, em meio às árvores, a chuva não chegou molhar muito.

Antes de dormir fizemos um soro que compramos na farmácia pra tomarmos e recuperar um pouco nossa hidratação. Podíamos nos afogar bebendo água que não conseguíamos matar a sede, então o soro foi a melhor alternativa.

Depois foi só cair na cama, ou melhor, na barraca. Em menos de 2 minutos já estávamos dormindo.

Dia 7 - Punta Del Leste - Montevideo

Muitas expectativas se criaram pra esse dia. Não tínhamos certeza de como as pernas reagiriam depois do último desgastante trajeto. Seriam 120km até Montevideo.

Logo cedo, um problema mecânico: o bagageiro do Pedro não resistiu e quebrou um parafuso enquanto ele acomodava os alforges.
Infelizmente o parafuso quebrou dentro do quadro da bike, sendo impossível removê-lo. Ou seja, tivemos que fazer um
"Arranjo Técnico". Com a alicate, "pegamos emprestado" um pedaço de arame da cerca do camping e fizemos o "conserto".

Para nossa sorte, tirando esse probleminha mecânico, os ventos literalmente sopraram a favor nesse dia. Pedalamos pela Rodovia Interbalnearia, uma estrada pedagiada em excelentes condições.
Fizemos todo trecho sobre o largo e liso acostamento (Um sonho de pista pra quem pedala com bike speed). Essa rodovia inicia em Montevideo, então as placas que marcam a quilometragem da estrada diziam exatamente a distância que estávamos da capital, ou seja, a numeração diminuía a cada quilômetro e ver esses números diminuindo era bem motivador.

Combinamos fazer paradas a cada 25km. Na segunda parada o sol estava forte, então aproveitamos para almoçar num restaurante à beira da estrada. Um big e calórico almoço (foto). Depois do almoço descansamos por uma hora para driblar o sol mais forte.

Seguimos tranquilos, pedalando num ótimo ritmo e fazendo as paradas programadas até chegar à entrada de Montevideo (por volta das 18h). O trânsito estava intenso, acredito que pelo horário, mas seguimos em direção ao centro da cidade seguindo as placas. Foi necessário andar muito atento nessa hora, pois dividíamos as vias com ônibus, carros e motos cortando incessantemente nosso caminho. De carro já não seria muito fácil, imaginem de bicicleta. Errar uma entrada, por exemplo, pode custar cansativos quilômetros adicionais na rota. Apesar disso, a entrada na cidade foi tranquila.

Há alguns dias atrás falei com o nosso amigo Xenna, que passou por Montevideo ano passado, e ele nos indicou um Hostel chamado Dolce Vita. Então assim que nos aproximamos do centro fomos em busca desse local.

Infelizmente, por causa do Carnaval, eles estavam sem acomodações disponíveis, mas conforme o Xenna já avisara o atendimento foi fantástico. A atendente do próprio hostel nos conseguiu acomodações em outro local, Hostel Willie Fog (foto). Um Local bem alternativo e honesto, com uma boa vibe. Estamos dividindo um quarto com mais 17 pessoas de todo canto do mundo, diga-se de passagem. Mas também, por $160,00 (cerca de R$16,00) por dia, é o melhor custo benefício do Sul do Mundo.

Dia 8 - Montevideo

A capital merece um dia só pra ela.
Por isso aproveitamos todo dia de hoje circulando (a pé) a capital uruguaia.

Nosso Hostel é muito bem localizado (centro) e estamos perto de pontos turísticos, museus, lojas, etc.

Dormimos bem, tomamos um rápido café e saímos explorar a cidade.
Foi um dia divertido, conhecendo museus, teatros, catedrais, prédios e monumentos famosos e o mercado público.

Aproveitamos e fizemos algumas compras, sempre observando os pesos, tanto na questão "valor da compra" quanto o peso "quilograma", pois amanhã a viagem continua e toda bagagem segue viagem conosco.

A partir de amanhã será muito desafiante. É o trecho mais difícil da viagem. Serão 180km até Colonia Del Sacramento, que provavelmente faremos em dois dias. No entanto há poucas comunidades nesse rota, o que significa que temos que carregar conosco toda comida e água para os dois dias, além de fazer um "acampamento selvagem" no meio do trajeto.

Dessa forma, nos próximos dias dificilmente mandaremos notícias. Mas fiquem tranquilos, certamente voltaremos com muitas histórias. Torçam por nós!

Hasta luego!!!

Montevideo
14/02/2015

Dia 4 e 5 - La Paloma - Punta Del LesteO quarto dia foi aproveitado para descansarmos. Na noite anterior perdemos um tem...
13/02/2015

Dia 4 e 5 - La Paloma - Punta Del Leste

O quarto dia foi aproveitado para descansarmos. Na noite anterior perdemos um tempão nos preparando pra uma chuva que não foi tão intensa quanto esperávamos.

Acordamos por volta das 9:00 e tomamos um reforçado café da manhã. Fizemos algumas manutenções nas bicicletas e depois fomos até a praia mais próxima do camping. Não chovia, mas o tempo estava fechado e acabamos não ficando muito. Voltamos ao camping e por fim acabamos almoçando por lá mesmo. Depois do almoço demos uma boa dormida, aproveitando o som de uma leve garoa que caía.

Quando o sol abriu saímos das barracas rumo à praia e aproveitamos o fim de tarde.
Eu e o Pedro jogamos bola com uma garotada Uruguaia. Ouvíamos gritos de 7x1 de quem assistia (em referência ao fiasco Brasileiro durante a última copa), mas não perdemos nenhuma. Enquanto isso o Ballin arriscava umas braçadas em alto mar.

No Final do dia fizemos uma deliciosa massa com salame, nos preparando para o desafio do próximo dia. Estamos melhorando dia a dia no quesitos comida e acampamento.
Deixamos tudo pronto para sair cedo.

Dia 5 - La Paloma - Punta Del Leste

O dia foi difícil. Caramba (Para não dizer algum palavrão)!!! Hoje sentimos muita dificuldade mesmo.
Não sou escritor e dificilmente conseguirei transmitir nesse texto o sofrimento sentido durante alguns momentos do pedal do quinto dia.

Segundo o que ouvimos, quem se propõe a esses tipos de desafios geralmente atravessa pontos de altos e baixos, de sentimentos opostos, de euforia e depressão. E ontem tiramos essa teoria para prova.

Começamos bem. Acordamos e fizemos mais um café reforçado. Às 6:00 estávamos de pé já organizando as coisas para sair. O sol nascia lentamente e todo camping ainda estava dormindo enquanto finalizávamos as coisas para sair.

A ideia inicial, segundo o programado e segundo o que indicava o GPS, era seguir a Rota 10 costeando a orla e pegar uma balsa em Laguna Rocha, afim de evitar fazer uma volta de 40km para contornar a Lagoa pela Rota 9.

Enquanto eu esperava os guris terminar de recolher as coisas do acampamento, me passou pela cabeça perguntar ao porteiro do camping sobre esse trecho que seria de estrada de chão.

Imediatamente o uruguaio olhou minha bike e toda bagagem, arregalou os olhos e em bom espanhol só faltou me chamar de louco: "No, no, no, no puede! Tienes que ir a Rocha pela rota 9"...

Mesmo com os conselhos, resolvemos seguir pela 10 e pedir uma segunda opinião uruguaia, para ver se com Bikes não seria mesmo possível atrevessar o trecho da laguna.

Andamos alguns quilômetros até encontramos uma uruguaia e nos certificar. Infelizmente, segundo ela, não era possível atravessar nesse momento, por causa da maré.

Não teve jeito. Tivemos que enfrentar 27km para voltar a rota 9 e depois seguir sentido Sul. O que acabou atrasando muito nosso planejamento.

Desde que saímos de La Paloma o vento foi um enorme adversário.
Parecia sempre estar na direção contrária. Além disso, sua ação é potencializada pelos nossos alforges, que atuam como paraquedas nos forçando a pedalar com muito mais força do que normalmente se faz num pedal.

Por volta do quilômetro 30 do percurso do dia tivemos o primeiro pneu furado da viagem. Um micro arame cravou no pneu traseiro do Felipe, nos atrasando mais ainda.

Ao meio dia em ponto paramos almoçar um Carbup (energético em Gel) num posto policial, nos molhamos um pouco e seguimos viagem.

Pouco depois do posto encontramos uma rota alternativa que liga a rota 9 a rota 10.

Infelizmente não sabíamos, mas trata-se de 60km de estrada de chão /areia até chegar a uma balsa. Uma longa estrada, com trechos irregulares (como se fossem quebra molas), cercada por grandes fazendas.

Esse foi o primeiro momento que aflorou um sentimento de estresse da viagem. Encontramos um condomínio fechado lindíssimo em meio às fazendas. Havia um restaurante no local, à 3km adiante da portaria. Parecia um oásis em meio ao nosso sofrimento. No entanto o porteiro não se comoveu com a nossa causa. Já passavam das 14:00 e ele não deixou entrar.
O jeito foi tomar mais um Curbup e seguir viagem.

Depois de 18km do condomínio, chegamos em José Ignacio.
Derretidos pelo sol, sedentos e famintos. Foi só atravessar uma balsa e acabou a estrada de areia. A rota 10 voltou a ser asfaltada e só de ver uma placa apontando uma cidade nosso sentimento de estresse deu lugar à esperança. Continuava o calor, o vento e as retas sem fim, mas ao menos era asfaltado. E as paisagens! Sim, as paisagens!
José Ignacio é o lugar mais lindo que passamos até agora. É uma região bem preservada, cercada por resorts e casas de alto padrão. Um sonho...

Passamos e víamos hóspedes deitados em enormes espreguiçadeiras à beira das piscinas, enquanto passávamos fome
sentados sobre o duro banco das bicicletas.

A cada pedalada o esgotamento físico aumentava. Aumentava a fome. Aumentava o vento.
Só não aumentava o tamanho do farol da cidade de José Ignacio. Víamos esse farol no horizonte desde que saímos da balsa, mas a impressão era que ele continuava do mesmo tamanho, longe, por mais que nos aproximássemos da cidade.

À essa altura, Pedro já ameaçava fugir com as 2 latas de atum que ainda restavam na bagagem. Mas eu e o Ballin sabíamos que ele não teria força para um sprint. E o abridor estava comigo.

Brincadeiras à parte, estávamos realmente no limite. Fiz uma promessa que se não aparecesse nada de restaurante, mercado ou qualquer coisa do gênero ao final da subida que estávamos no momento iríamos parar e fazer o resto de massa que ainda tínhamos na mochila.

Felizmente, após a subida, havia um posto de combustível.

Estávamos realmente tremendo de fome. Na loja de conveniência, agarramos tudo que conseguíamos segurar e levamos para o caixa.
No impulso compramos muita porcaria, mas não importava, tudo era comida.

Pessoas que passavam pelo posto paravam e tiravam fotos nossa. Devíamos parecer estar chegando direto do Brasil.

Descansamos quase uma hora e meia. Tomamos coragem e partimos sentido a Punta, pois ainda faltavam cerca de 30km.

Aproximadamente 1:30 depois chegamos em Punta. Vale a pena destacar a passagem por La Barra, que também é uma cidade muito bonita. Possui uma ponte com uma arquitetura diferente (foto), uma obra bem interessante.

Às 20h30, finalmente, chegamos em Punta. Mas não sabíamos onde era o camping.

Quando nos aproximávamos do centro da cidade um "anjo" ciclista local nos viu e veio conversar e pedalar conosco. Quando falamos o nome do camping a notícia: É longe!
Mas eu acompanho vocês.

O nome do anjo é Jorge, um uruguaio que morou em Bagé-RS por 6 anos. Ele nos conduziu por mais de 20km dentro da cidade, nos desviando do trânsito intenso e das subidas. Sem a ajuda dele jamais teríamos encontrado. Decidimos dar uma camisa do Pedal Xaxim pra ele (foto), em agradecimento.

Após exaustivas 11h sobre a bike, chegamos enorme camping Punta Ballena. Ainda tivemos que andar uns 2km dentro do camping para encontrar um bom lugar para armar acampamento.

O camping tem boa estrutura e jantamos na lancheria do próprio camping.

Hoje foram 135 exaustivos quilômetros. Devido a tudo que passamos hoje, decidimos ficar por aqui também amanhã.
As marcas do bretelles também já começam a aparecer.
Serão mais 120 quilômetros até capital Montevideo.
Amanhã vamos tentar recuperar as forças.

Abraço

Punta Del Leste
11/02/2015

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