02/11/2023
Capri - Itália
Junho/2023
Me pediram para contar algumas coisas da viagem que fiz.
Essa viagem foi um quase mochilão. Li um bocado antes de ir nessa viagem e meus pensamentos já viajavam. Roma eu falo depois.
Como em junho é começo de verão, bem difícil escolher os lugares na Europa 1 mês antes e quando decidir, ainda no mesmo dia, ele ter lugar. Muita preparação, agitação e mudanças.
Escrever sobre Capri e minha experiência lá, é bom demais.
Depois de 3 dias em Roma, fomos de trem a noite até Nápoles para dormir e sair dali no dia seguinte cedo para Capri de balsa (com mala de mão) e terminar em Amalfi para chegar ao nosso lugar para dormir.
Saímos cedo de Nápoles e corremos buscando o píer, mas nos indicaram outro lugar e perdemos o primeiro barco. Mas deu tudo certo depois. Pegamos a balsa.
Estando perto de Capri, tomei um susto. Uma ilha com escarpas e pico muito altos. Não imaginava bem assim. Mar bem azul. A marina se aproxima e os olhos scaneando tanta beleza. E emoção. As fotos não condizem.
Logo ali, parando a balsa, vemos as montanhas, as lojas coloridas, muito movimento, com vários barcos, pessoas e o frenesi dessa corrida no verão. Tudo salta aos olhos.
Parei para saber sobre o passeio para gruta Azul. Acabei comprando 2 lugares para o barco que saía em seguida, e deixamos nossas malinhas guardadas ali.
O barco foi beirando a costa até chegar num local com escadas, bar, e vários botes pequenos e um pequeno buraco na altura do mar em meio ao paredão de pedra.
Depois de aguardar um bom tempo, chegou a vez de sairmos do barco grande para os botes em 3 ou 4 pessoas. Ali, os remadores aguardavam sua vez de entrar na gruta Azul por aquela abertura pequena no paredão, onde precisávamos deitar no bote e aguardar a maré descer para entrar na gruta. Dentro dela, tudo escuro, apenas a luz do sol pela abertura, batendo na água azul e criando uma situação bem diferente. Só víamos as sombras das pessoas com aquela água azul brilhando. Os barqueiros, vários cantando dentro da gruta, nos faziam sentir uma experiência única. Ficamos pouco tempo e pela ordem fomos saindo novamente da gruta e retornando aos barcos maiores.
Quando todos retornaram, o barco voltou para a Marina Grande. Pensei que daríamos a volta na ilha, mas isso era o outro passeio. Quem escolhia a gruta, via só a gruta. Quem dava a volta na ilha, não fazia a gruta.
Daí, fomos para o teleférico. Um bondinho para a parte alta. Uma fila enorme no sol forte da manhã. Conseguimos depois de um tempo, subir da Marina Grande para a parte alta, Capri.
E caímos num vilarejo de vielas e casinhas penduradas no morro, com 1 mirante e vista incrível dos morros e da Marina grande, onde chegamos. Primaveras, hibiscos, cores nos detalhes para enfeitar, tudo maravilhava o olhar. Buscando andar por ali, vendo tudo e procurando a rua onde veríamos o ônibus que nos levaria a Ana Capri. Outro lado mais alto ainda da ilha.
Mas as vielas, as lojinhas, casas, eram tão bonitinhas que resolvemos seguir uma delas que subia e descia um pouco e fomos por um labirinto, achar alguma saída, uma outra vista do mar. Até pousadas tinham ali. Mas você só chegava em algumas delas, subindo pelas vielas estreitas, várias escadas e precisando conhecer os caminhos ou tentando seguir as placas. Passamos por alguns mochileiros. Sem carros, carrinhos. Até mala com rodinhas não seria indicada ali. Mas era lindo e divertido.
Sem chegar a uma outra vista do mar, resolvemos voltar para alguma rua com carros. Andando e perguntando, conseguimos encontrar o ônibus para Ana Capri. Mais fila e lá fomos nós.
A experiência de andar nos ônibus em Capri e na Costa Amalfitana é incrível. Eles vão por ruas estreitas, na beira de precipícios, correndo e buzinando para que todos carros saiam da frente, nas curvas fechadas, algumas com quase 360 graus, rápidos e certeiros, onde temos a certeza de que vão bater em qualquer lugar, até nos muros, mas escapam ilesos. Vai gente sentada, gente em pé. É uma loucura, mas precisa conhecer.
Em Ana Capri, outro vilarejo mais alto, voltamos a caminhar nas vielas calçadas em pedras, com restaurantes abertos de mesinhas nas ruas com toalhas de cor, lojinhas com roupas coloridas colocadas fora em cabideiros, casas e igreja enfeitadas com flores, nos convidando as fotos o tempo todo. Aproveitamos para almoçar embaixo da árvore do restaurante local. Ali perto, muitos pés de limão (sicilianos para nós), carregados, e até enfeitaram um caramanchão do restaurante dirigindo galhos e limões pendurados fazendo sombra para os que ali ficavam...
Tomamos sorvete e muita água... e andamos rodeando a vila.
E então, voltando ao local perto do ônibus, vimos o teleférico para o Monte Solaro, ponto mais alto de Capri. Este era com cadeirinha. Estava desistindo pensando no tempo, na volta, quando minha filha me convenceu a ir. Combinamos de ir rápido para voltar e pegar o barco para ir embora. Demora uns 15 minutos a subida. Se for de havaianas, tire e segure para não perder, pois os pés ficam soltos. Dali vemos ao longe o mar, as casas, um vento agradável nos fazendo chegar ao alto do monte com bastante sol.
Uma paisagem indescritível. Um barzinho bem no topo, com vista de quase toda a ilha. O tempo começou a mudar e umas nuvens começaram a tampar boa parte do que víamos. Mas achando alguns locais bem legais, esperamos um pouco as nuvens saírem e tiramos fotos incríveis.
A combinação dos penhascos monstruosos cinza, o mar azul bem forte, muitos iates brancos, pequenos ao longe, navegando rápido, fazendo ondas sobressaírem como raios no azul escuro do mar, sol, casinhas brancas em meio ao verde da vegetação, flores alegrando e colorindo como as roupas das lojas... Ah! Que delícia... muitas sensações. Alegria era a base.
Valeu muito a pena subir. Imperdível. Fiquei imaginando ver o pôr do sol ali. Música, um lugar envolvente, beleza maravilhosa.
E daí a volta, que precisávamos pegar ônibus até a Marina Grande para ir com a lancha rápida até Amalfi e mais um ônibus até o alto dos morros na Costa Amalfitana, em Agerola, onde íamos dormir.
Tudo lindo, colorido, rápido, lotado, nos fez chegar até a praia, pegar as malas e seguir para o barco rápido no fim do cais. Despedindo de Capri, tão lindinha, de grandes extremos, colorida e aconchegante. Mesmo tão corrido, deixou marcas.
E fomos de lancha rápida passando por Positano na Costa Amalfitana e seguindo até Amalfi, vendo toda a costa pelo mar. As construções nas montanhas, casas, hotéis, mosteiros e igrejas, os fiordes, pequenas praias, a estradinha rodeando a costa... Estava totalmente encantada. Dali, nosso ônibus para Agerola, mais 1h. Terminando nosso dia jantando no restaurante da pousada que ficamos.
Observações : Capri é um lugar caro. Podemos passear por 1 dia na ilha e voltar como fizemos, calculando bem o tempo para tudo. E dá. Sugestão minha é dormir pelo menos 1 noite para curtir bem o local e fazer mais devagar, se puder.
Outra coisa: em Capri, na Costa Amalfitana, várias ilhas e locais na Grécia, por serem lugares com costas íngremes, tem muitas escadas, vielas estreitas e desníveis, entra em barcos, praias com pedras... não são lugares fáceis para quem tem dificuldade de locomoção. Malas são difíceis, até com rodinhas. Malas grandes, nem pensar. E você mesmo carrega em vários lugares. Algumas pousadas e hotéis ficam nos lugares altos, mas complicados para chegar. E andamos a pé. Então pense no peso que vai carregar e como e pergunte as possibilidades antes.
Rosana Kazakevic 11 981212297
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