19/04/2024
O nome Aiuruoca é de origem indígena, vem do Tupi-Guarani: Ajuru + Oca. Ajuru, o “Papagaio-de-peito-roxo” devido ao seu peito arroxeado, cujo nome cientifico é Amazona Vinacea. Amazona - relativo ao Rio Amazonas, relativo a floresta amazônica. Vinacea - do latim, “vinaceus, vinum”, relativo ao vinho, que tem a cor do vinho. Oca, casa, alusão ao Pico do Papagaio onde se aninhavam os Ajurus. Portanto, Aiuruoca significa “Casa de Papagaio”.
A carta 29 de julho de 1694, de Bento Pereira de Sousa Coutinho ao Governador Geral do Brasil, D. João de Lencastre, é a primeira referência sobre os povos indígenas em Aiuruoca, nela, é citada a tribo Guanhães, pertencentes a um tronco da nação Caingangue, do Estado de Minas Gerais. Já no século XVIII, os assentos de batismos e casamentos da Igreja Matriz de Aiuruoca registram as seguintes etnias em nossa terra: Carijós, Moriguites e Caxixanas.
Algumas localidades de Aiuruoca que trazem nomes indígenas e seus significados: • Angaí: "Anhangá ou Anhanga” (espirito) e “Y” (rio) - Rio dos Espíritos • Catitú: “kaiti'tu” ou “taïte'tu/taytetú” - Porco selvagem. • Coivaras: “koîbara” - Monte de galhos secos. • Congonhas: “kõgõi” - O que sustenta, o que alimenta. Uma erva medicinal semelhante a erva mate, da família das arquifoliáceas. • Cucuiá: “kakuya”, da união de “ká” (casco) e “kuya” (cuia, vasilha) - grande vaso de cerâmica para sepultamento indígena, uma urna funerária. • Guapiara: Ouro na serra ou caminho para a enseada, a partir da junção dos termos “kûá” (enseada) e “Piara” (caminho para). • Içaras: “yu’sara” - Palmito-doce e “palmiteiro”, uma palmeira nativa da Mata Atlântica. • Matutu: “MbaTuTu” - Eco, barulho repetido aglutinado. • Mutacá: “Mu'tuka” - Mosca da família Tabanidae. • Pitangueiras: ybápytanga “pitanga”, que significa "fruto rosado" (ybá, "fruto" + pytang, "pastel, qualquer cor clara" + - a, sufixo substantivador), numa referência à cor mais comum do fruto, "Pitangueira". • Tijuco: “tu'iuka” - Lugar de lameiro, de onde se extrai o barro, matéria-prima para produção de telhas e tijolos. • Tripuí: “Ityra-poí” ou “Tipi-í”, - Colina, morro esguio ou córrego seco, o que seca.
O DNA indígena já se encontrava nos primeiros povoadores paulistas que aqui chegaram. Diversas famílias aiuruocanas que descendem daqueles velhos troncos ligando-se ao afamado Cacique Tibiriçá, falecido em São Paulo em 25/12/1562, importante líder indígena dos primórdios da colonização portuguesa do Brasil.
Fonte: Livro “Ayuruoca nos Setecentos”, do Aiuruocano Ir. José Mauro Maciel.