Ao contrário da visão que se tinha anos atrás, de que a política e os investimentos para o setor de meio ambiente eram elementos secundários na administração pública, hoje, essa realidade se mostra diferente. Os gestores municipais estão, cada vez mais, preocupados em conciliar as estratégias de desenvolvimento econômico a elementos ligados à preservação dos recursos naturais e à criação de espaço
s de lazer aproveitando parte desses recursos. “Isso é que nós chamamos de desenvolvimento sustentável”, destaca o secretário municipal do Meio Ambiente, Luiz Henrique Fonseca, que em entrevista ao CONTEXTO fez um balanço das ações desenvolvidas nesta área no Município, em 2010, e adiantou algumas das metas para este ano. De acordo com o secretário, um ponto importante foi a transformação da Diretoria para Secretaria, o que possibilitou ampliar o trabalho que até então vinha sendo realizado. “Com esta mudança, pudemos estabelecer um melhor planejamento”, disse, acrescentando que o respaldo dado pelo prefeito Antônio Gomide foi, e é fundamental para que o setor do meio ambiente avance e consiga estabelecer resultados que estão colaborando para projetar uma imagem positiva da cidade. Um exemplo - citou - foi a implantação da lagoa de chorume no Aterro Sanitário, a única no Estado de Goiás. “Nós hoje somos uma referência e representantes de muitas cidades têm vindo até aqui ver como esse trabalho foi desenvolvido para levar o modelo”, sublinhou, observando que em função disso, Anápolis foi, também, pioneira a conseguir um licenciamento de cinco anos - até então, o mesmo só era concedido em caráter precário - para o funcionamento do Aterro Sanitário. Ainda sobre a questão do lixo, Luiz Henrique destaca que o Município, também, obteve um grande avanço em relação à coleta seletiva, que já alcança um total de 60 bairros. “Tiramos os catadores do lixão, fizemos a cooperativa que dá a cada um dos cooperados, uma renda em torno de 900 a 950 reais por mês. Investimentos
O secretário destaca que dentro dessa nova mentalidade em relação à política ambiental, o Município fez alguns investimentos signif**ativos no ano passado, como foi o caso da revitalização de 15 praças e canteiros centrais de grandes avenidas. Neste último caso, apontou as intervenções feitas nas avenidas Fernando Costa, Getulino Artiaga e Fayad Hanna. “A Praça “Monsenhor Gregoriano”, na Vila Góis, é um exemplo de modelo de praça que estamos entregando para a comunidade. E, principalmente, o Parque Ambiental do Ipiranga que é um verdadeiro sucesso. Temos por lá, nos finais de semana, de duas mil e quinhentas a três mil pessoas. Isso nos mostrou o quanto a Cidade estava carente de espaços públicos para o lazer”, ponderou Luiz Henrique. Ele acrescentou que o Parque “Antônio Marmo Canedo” (Matinha), que estava praticamente abandonado, foi recuperado, assim como o Parque JK, que recebeu diversos melhoramentos e uma pista de skate e o Central Parque “Senador Onofre Quinan”, onde foi recuperada a cerca de proteção, bancos e brinquedos. “Estamos, agora, elaborando um projeto maior, que é a recuperação do lago formado com água represada do Ribeirão das Antas”, adiantou. Até o final de 2012, a previsão é de que 40 espaços públicos sejam revitalizados. Algumas obras já foram iniciadas, como a Praça “Lemos”, no Jardim Petrópolis; a Praça “Oscar Miotto”, no Bairro Maracanã e a Praça do Ancião, que f**a em frente ao Centro Administrativo. Constam no planejamento da secretaria, a construção de novas praças, sendo que já estão em fase de licitação os logradouros da Vila Esperança, Vila Norte e Jardim Alvorada. Luiz Henrique adiantou que o Parque Ambiental das Antas, que será implantado com recursos financeiros da compensação ambiental com a empresa Valec, construtora da Ferrovia Norte Sul, já está também em fase de licitação. O Parque Catingueiro, no final da Avenida Getulino Artiaga, já conta com recursos assegurados do Ministério do Turismo e há, ainda, um terceiro projeto em andamento, que é o Parque Reboleira, no final da Avenida Fernando Costa. Nascentes
Questionado acerca do trabalho para proteger as nascentes de água, Luiz Henrique enfatizou que este é um trabalho que deve ser de caráter permanente. Uma das providências tomadas pela Administração Municipal foi fazer o cercamento de áreas onde existem vegetações nativas e nascentes. Paralelo a esta ação, existe um trabalho de educação ambiental para que as comunidades próximas a estes locais ajudem a fazer a preservação, que é importante para se manter o equilíbrio ecológico. “Anápolis é um divisor de águas, que contribui para o sistema de abastecimento de Goiânia, através do Ribeirão “João Leite”, e das nascentes do Córrego “Antas” que vão servir à barragem de Corumbá IV para abastecer o Distrito Federal, além do abastecimento próprio. Então, é necessário que este trabalho seja reforçado”, assegurou. Educação ambiental
Quanto aos projetos de educação ambiental, o secretário destacou o programa “Árvore Para Todos”, através do qual já foram plantadas cinco mil mudas de espécies diversif**adas em todas as regiões da Cidade. Inicialmente, o trabalho era feito nas escolas e depois foi expandido em parcerias com o Rotary, SESC, SESI, Comunidade Nova Aliança, Polícia Federal e outras instituições. Além disso, citou a realização da Semana Ambiental. “No ano passado, nós tivemos aqui em Anápolis a banca Afrorregue fazendo a abertura e, este ano, teremos o grupo Cidade Negra, além de palestrantes de renomes nacional e internacional como Genebaldo Freire e Leonardo Boff. Teremos no Parque Ambiental do Ipiranga uma série de atividades”, antecipou Luiz Henrique. Para o secretário, o conjunto de ações desenvolvidas na área do meio ambiente está fazendo de Anápolis uma vitrine para o Brasil. “Nós estamos, com estas obras, melhorando a qualidade de vida das pessoas, preservando a natureza e devolvendo em benefícios o que o cidadão paga em imposto”, frisa o secretário.