Pantanal do Nabileque PDF Imprimir E-mail
O pantanal de Nabileque, apresenta como limites: ao norte, o pantanal do Abobral, ao sul, a floresta chaquenha de Porto Murtinho; a leste, o pantanal de Miranda; e a oeste, as matas situadas na fronteira boliviano-paraguaia. A vegetação do Nabileque é do tipo savana, porém nela não ocorrem algumas espécies lenhosas observadas em Nhecolândia e Paiaguás, que
são substituídas por uma palmeira que aparece em formações densas. Esta palmeira é o carandá (Copernicia alba), espécie dominante no conhecido Carandazal. A fisionomia deste pantanal, assim como aquelas dos municípios de Porto Murtinho e Miranda, tem muito a ver com a fisionomia do Chaco. O pantanal de Nabileque pode ser interpretado como uma extensão do Chaco paraguaio-boliviano. O Nabileque é um dos primeiros pantanais a receber o flagelo das inundações, em boa parte devido a seu solo argiloso, pouco permeável e de drenagem lenta. A chegada das primeiras chuvas em outubro é motivo de preocupação, pois à altura da segunda quinzena de novembro a locomoção já se torna precária. Em novembro, dificilmente um veículo automotor pode trafegar nas picadas desta área. Os solos do Nabileque são principalmente argilosos, orgânicos, escuros. As espécies forrageiras ali ocorrentes são em sua maioria distintas das que ocorrem na Nhecolândia e Paiaguás, sendo o elemento edáfico o principal fator limitante para seu encontro, embora talvez não seja o único. O Nabileque é reputado como pantanal possuidor de excelentes forragens e, de fato, as possui em número apreciável. Pode-se citar Paspalum virgatum, excelente forrageira que se desenvolve em solos argilosos, Paspalum plicatulum, Panicum laxum, Hymenachne amplexicaulis, Leptochloa virgata, etc. Este estrato forrageiro herbáceo dispõe-se nos interstícios deixados pela vegetação arbórea. Visto do alto, o pantanal do Nabileque parece ter vegetação de mata, tal é a concentração do palmar. No solo, porém, vê-se que há suficiente espaço entre as árvores, por onde a pastagem natural se intromete. FONTE:
Recursos Forrageiros nativos do Pantanal mato-grossense, por Antonio Costa Allem e José Francisco Montenegro Valls. Documentos, 8)