14/07/2023
UM POUCO DA HISTORIA DE MINEIROS DO TIETÊ SP
colhidos por Gerson Luciano
Tudo começou em meados do século XIX com a chegada de alguns tropeiros vindo de Alfenas, Minas Gerais, que pararam a beira do Ribeirão São João e do Peixe para descansar. Mas acabaram f**ando, pois as terras eram boas para plantar. Tinha o Rio Tietê com muitos peixes e bom para navegar.
Foi passando o tempo e mais famílias chegando, entre elas: Correa de Mello, Dutra Lopes, Gomes e Alves Pereira. Esse lugar passou a ser chamado de Bairro dos Mineiros por causa dos mineiros vindos de Minas Gerais.
Livro Nelson N Botura "Achados Historicos de Mineiros do Tietê"
Os 22 alqueires que formaram o patrimônio da “Capela do Senhor Bom Jesus de Mineiros”, foram doados através de 17 escrituras particulares (12) passadas a favor da Igreja Católica.
As terras a que se referem essas escrituras de doação saíram todas daquela fazenda que antigamente se denominava “Mineiros” (ou “Ribeirão Silvério”, ou ainda “Ribeirão São João”), cujo primeiro posseiro foi o tenente Manoel Joaquim Lopes. Os doadores eram, portanto, sucessores do tenente Lopes naquela propriedade. A presença de tantos doadores de terras se explica pelo fato de serem eles donos de áreas da mesma fazenda. E como a Igreja fez parte do Estado até 1890, à doação de uma pequena fatia à Igreja, dava ao doador o direito a uma cópia da escritura de doação um documento importante no caso de futuras demandas judiciais.
Os 4 primeiros alqueires foram doados por Vicente Valério dos Santos, através de duas escrituras passadas em Dois Córregos. Já as demais foram lavradas em Mineiros do Tietê. Essas doações foram feitas em épocas diferentes, dividindo-se em três fases distintas. Na primeira fase Vicente Valério dos Santos doou seus 4 alqueires por iniciativa própria, em 1884. Na segunda fase, no ano de 1887, já se percebe que outros sucessores da fazenda Mineiros resolveram acompanhar o raciocínio de Vicente Valério dos Santos, e essa iniciativa foi bem sucedida, pois nesse mesmo ano a Igreja provisionou a construção da capela matriz, primeiro passo para a criação da Paróquia. Mas a última fase de doações deve ser tida como cívica; nela outros sucessores da fazenda também doaram terras, completando a quantia mínima de alqueires exigida pela Igreja (em tomo de vinte), delimitando, assim, a área urbana e tomudo viável a elevação a Município e a criação da Paróquia.
1ºFASE, ANO DE 1884
Vicente Valério dos Santos, em 18 de maio de 1884 – 2 alqueires. Vicente Valério dos Santos, em 18 de maio de 1884 – mais 2 alqueires. 2 fase do ano 1887
Fernando Antonio de Oliveira e sua mulher Anna Luiza de Oliveira, em 11 de janeiro de 1887 – 2 alqueires.
José Joaquim e sua mulher Sabina Francisca de Paula, em 23 de julho de 1887 – 2 alqueires.
(12) . Relação de doadores fornecida pelo Arquivo de Arquidicena de São Paulo – SP. Gentileza do Chefe do Arquivo. historiador Wanderley dos Santos.
Justino Pires dos Santos e sua mulher Francisca do Carmo, em 24 de julho de 1887 – 1 alqueire.
Manuel Dutra Lopes e sua mulher Delfina Maria de Jesus, em
26 de julho de 1887 – 1 alqueire.
Manoel José Pereira e sua mulher Maria Cândida de Jesus, em
2 de agosto de 1887 – 1 alqueire.
José e sua mulher Maria Joaquina da Conceição, em 3 de agosto de 1887 – 1 alqueire.
31º FASE – ANO DE 1896
Tenente JOSÉ VALENTIM BORGES e sua mulher THEREZA FERNANDES
NEGRÃO, em 1 de fevereiro de 1896 – 1 alqueire.
MANUEL JOAQUIM DA SILVA RAMOS e sua mulher MARIA CORRDE JESUS, em 1 de fevereiro de 1896 – 1 alqueire.
FERNANDO JOSÉ FERREIRA e sua mulher IGNACIA MARIA DA CONCEIÇÃO, em 1 de fevereiro de 1896 – 1 alqueire.
JOAQUIM GOMES DE LIMA e sua mulher MARIA VICTORIA DE JESUS,
em 1 de fevereiro de 1896 – meio alqueire.
FRANCISCA MARIA DE JESUS, em 7 de fevereiro de 1896 – 2 alqueires. Dr. DIOCLECIANO PEGADO, em 21 de fevereiro de 1896 – 1 alqueire. LUDOVINO FERREIRA DA SILVA TERRA e sua mulher MARIA BÁRBARA DE OLIVEIRA TERRA, em 21 de fevereiro de 1896 – 1 alqueire.
IGNACIO MAMENDES BORGES e sua mulher MARIA DAS DORES BORGES, em 21 de fevereiro de 1896 – meio alqueire.
JOÃO FRANCISCO DE PAULA e sua mulher MARIA JOANNA DE RAMOS, em 24 de julho de 1896 – 2 alqueires doados.
INÍCIO DA POVOAÇÃO
Como já dissemos anteriormente, uma igrejinha rústica servia aos sitiantes do bairro dos Mineiros, construída dentro das terras do tenente Lopes e por sua iniciativa. Essa informação, colhida do depoimento de Dona Alice Dias de Almeida Lima, coincide em princípios com a tradição oral, mineiros tieteense, que também fala de uma capela, certamente a mesma, erguida em louvor a Santa Cruz.
Esse pequeno templo teria sido usado pelo padre de Brotas, até 1866, por ocasião de suas visitas. Depois disso, com a criação do curato na vila de Dois Córregos, coube aos padres dessa Paróquia dar atendimento a Mineiros.
O aumento da população rural justif**a o estabelecimento comercial de José Venâncio de Azevedo (um botequim, Giselle S. Raptopoulosegundo ainda a tradição oral mineiros tieteense), localizado em área de reuniões populares – perto do oratório ou capela. Sendo o tenente Lopes proprietário de milhares de alqueires, não iria se importar com algumas poucas casas em tomo da capela, ainda que construídas irregularmente em suas terras; como patriarca da região, por certo se orgulhava do sucesso da igrejinha. E quanto à construção da capela de São Benedito, ainda em terras das Fazendas de Mineiros, devemos entender que foi obra mais recente, quando a população aumentou e teve recursos para erguer um templo maior, que abrigasse a todos.
Até 1890, quando a Igreja se separou do Governo, a doação de terras ao patrimônio católico era um bom negócio também para o doador. Mesmo que uma pessoa doasse terras à Igreja por pura caridade, não deixaria de lucrar com isso: receberia em troca uma escritura de doação que praticamente o reconhecia como dono do restante da propriedade.
Se essas poucas moradias, irregulares perante a Lei, não incomodaram a tenente Lopes e herdeiros, o mesmo não aconteceria depois, quando a fazenda Mineiros, já possuía novos sucessores que passaram a ver com outros olhos a invasão. Assim os 4 alqueires doados em 1884, por Vicente Valério dos Santos, além de abrir as portas para a legalização do povoado que já tomava forma, ajudou igualmente o doador, documentando-o contra a ampliação da área. invadida (a tradição popular menciona Garibaldi di Lona, que teria construído casas de aluguel na fazenda Mineiros; se essas terras pertences sem de fato a esse italiano ou a outros moradores, Vicente Valério não poderia tê-las doado à Igreja).
Garibaldi di Luna, considerado o patrono dos músicos mineirenses, também residiu em Dois Córregos. O boletim “XXIX – Comarca de Dois Córregos”, publicado em 1895 pela Câmara Municipal daquela cidade, informa que ele era empregado da Câmara, onde exercia único cargo de Fiscal do Município (naquele tempo as Câmaras municipais também tinham o poder executivo, hoje a cargo das prefeituras).
O fato de Garibaldi di Luna ter fixado residência no início de Mineiros, não deve ser tido, porém, como um caso único: muitos outros imigrantes aqui certamente estiveram, apenas a história não guardou seus nomes. O sucesso cafeeiro na região, combinado com a posterior construção da ferrovia, atraiu uma massa de lavradores estrangeiros que aumentou a população em geral, criando espaço para profissionais como sapateiros, alfaiates, professores, etc., atividades que se desenvolvem em povoações e por pessoas de hábitos urbanos. O aumento populacional, portanto, teria forçado o surgimento da vila, independentemente de atos ou leis oficiais.
A própria visita de D. Pedro II a Mineiros em 1886, para a inauguração 1º Estação ferroviária, já é uma prova de que ali existia vida urbana, pois ao Imperador não f**aria bem inaugurar uma Estação construída no meio do mato, com o que correria o risco de ser criticado pelos seus opositores na Corte, que eram muitos. E essa inauguração acontecia antes mesmo de ser criado o Distrito, a demonstrar que o povoado nascia naturalmente, em zona tida como rural.
Mesmo a Paróquia, estava longe de ser criada, tanto que a Provisão autorizando a construção da Igreja Matriz somente sairia em 27 de agosto de 1887, no ano seguinte à visita do Imperador:
“Fizemos saber que atendendo ao que nos representarão os habitantes do bairro denominado MINEIROS, do destrito da Paróquia de Dois Córregos deste Bispado: Havemos por bem, pela presente, conceder licença, para que no referido bairro se possa erigir e fundar uma Capela sob a invocação do Senhor Bom Jesus, com tanto que seja em lugar alto, livre de humidade, retirado quando possível de lugares imundos e casas particulares, e que tenha âmbito em roda para andarem procissões, sendo o local para tal fundação designado pelo Reverendíssimo Parocho respectivo a que autorizamos para benser a primeira pedra do edifício, na forma do Ritual Romano. Na mesma Capela não se poderão celebrar os Ofícios Divinos, sem nova Provisão precedendo informação parochial de achar-se ella provida de paramentos, precisas e tendo em vista a informação do Revmo. Paroco respectivo e habilitada com o competente patrimônio…” (Livro de Tombo do Arquivo da Mitra Arquidiocesana, São Paulo-SP, Folha 42).
Essa provisão foi passada por D. Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, Bispo de S. Paulo, e incluía as doações de terras de 1887, suficientes para se autorizar a construção da Igreja Matriz. Muito embora essa Provisão tenha saído, devido a um trabalho político junto às autoridades eclesiásticas, já que a Igreja fazia parte integrante do Estado. Tanto que a Ata da Sessão Extraordinária da Câmara Municipal de Dois Córregos, de 8 de dezembro de 1887, registra a irritação de um vereador dois-correguense, contra a construção da capela de Senhor Bom Jesus:
“Foi indicado pelo vereador Silva Terra que se faça uma representação à Assembléia Provincial, contra a projetada criação da Capela do Bairro dos Mineiros, visto como esta Câmara reconhece, assim como o público quase que em sua totalidade, a inutilidade dessa Capela…”
Podemos ainda supor que dois motivos principais forçavam os sucessores da fazenda Mineiros a doar terras para a formação da Paróquia; o primeiro seria o de pressões políticas, pois pessoas influentes da comunidade mineirense queriam o progresso do bairro; o segundo motivo seria o interesse dos próprios sucessores: doando à Igreja terras já tomadas, nada perderiam com isso, além de ganhar em troca documentos oficiais que delimitariam a área de atuação dos posseiros urbanos.
Em 1895 seria criado o curato, mas a Paróquia somente se tornaria viável com as doações de terras ao patrimônio feitas em 1896. A construção demorada do prédio da Matriz, porém, atrasou á criação da Paróquia, que somente aconteceria em 1910. sendo inaugurada em 1911.
A PRIMEIRA CAPELA
A primeira capela de Mineiros, conforme relato de Alice Dias de Almeida Lima, foi construído antes da capela de Jaú, por ordem do tenente Manoel Joaquim Lopes e nas terras dele, na fazenda chamada Mineiros. Tenente Lopes, pelo menos uma vez por semana, vinha a Mineiros para rever os amigos e visitar a capela, pois morava no lado jauense da fazenda São João, também de sua propriedade. Mas de manhã, durante sua vinda a Mineiros, tinha de caminhar no rumo leste e então o sol nascente incomodava seus olhos durante o tempo todo.
O mesmo acontecia no período da tarde quando retornava à fazenda São João: tendo de seguir na direção oeste, o sol poente atingia seu rosto de frente, transformando numa viagem penosa aquele que deveria ser um tranqüilo passeio. Esse foi um dos motivos que levaram o tenente Lopes a liderar o movimento pela fundação da capela de Jaú, que teria ainda a vantagem de f**ar mais próxima da sede da fazenda São João, onde ele morava. Na parte da manhã, quando seguisse para oeste, em sua ida à capela de Jaú, o sol não mais o pegaria de frente, e também durante a tarde, quando retornasse à fazenda, deixaria o sol poente para trás (chamamos de capela ao simples oratório, sem provisão da Igreja).
Depois da fundação da capela jauense, as viagens do tenente a Mineiros diminuíram bastante; e então os mineirenses costumavam dizer, em tom de piada, que o tenente Lopes tinha trocado o sol na cara pelo sol no cangote. (A expressão “sol no cangote” quer dizer “sol nas costas”, no linguajar caboclo).
Heusner Grael Tablas e Nelson Natal Botura
UM POUCO DA HISTÓRIA DE MINEIROS DO TIETÊ
Aqui há muitos anos atrás era uma floresta.
Tudo começou em meados do século XIX com a chegada de alguns tropeiros vindo de Alfenas, Minas Gerais, que pararam a beira do Ribeirão São João e do Peixe para descansar. Mas acabaram f**ando, pois as terras eram boas para plantar. Tinha o Rio Tietê com muitos peixes e bom para navegar.
Foi passando o tempo e mais famílias chegando, entre elas: Correa de Mello, Dutra Lopes, Gomes e Alves Pereira. Esse lugar passou a ser chamado de Bairro dos Mineiros por causa dos mineiros vindos de Minas Gerais. Vicente Valério dos Santos e Manoel Joaquim Lopes que por volta de 1.875, construíram a capela de Santa Cruz que hoje é São Benedito por isso Vicente Valério dos Santos é considerado o fundador de Mineiros.
Ao lado da capela surgiu o botequim de José Venâncio de Azevedo. Também um italiano chamado Garibaldi de Luna construiu diversas casas de aluguel e foi maestro da 1ª banda musical. Outro italiano, Salvador Vináglia, também contribuiu para o desenvolvimento, organizando diversas chácaras e doando-as aos colonos para cultivo da terra.
Com o sucesso das plantações de café trouxeram o desenvolvimento, mas como o transporte dessa colheita era difícil para levar até São Paulo e Santos, foi construída a estrada de ferro que foi inaugurada no ano de 1886 por Dom Pedro II.Para fazer a Inauguração vieram Dom Pedro II e Tereza Cristina que se hospedaram no casarão da fazenda Imperial que chama a atenção por sua edif**ação. O casal veio seguindo a rota dos bandeirantes, pelo Rio Tietê. Com 1.200 metros quadrados de construção e 22 cômodos, o casarão f**a na Fazenda Imperial. Na época, chamava-se Fazenda Banharão e pertencia a José Emídio de Almeida Cardia. Para a vinda do casal imperial, o fazendeiro preparou o imóvel durante seis anos, para que f**asse de acordo com as exigências do monarca. Segundo registros da época, foram feitos afrescos nas paredes de toda a casa por pintores portugueses.
Naquela época a nossa cidade apresentava o aspecto de um bairro simples, com casas de barro e madeira. As ruas eram chão batido, só mais tarde as ruas foram calçadas com paralelepípedos, lá pelos anos de 1.948 a 1951.
As primeiras ruas foram : Rua Municipal, Rua do Comércio, Rua São Paulo, Rua Antonio Botelho. Mineiros tornou-se município no dia 29 de agosto de 1.898 sendo que a nova denominação Mineiros do Tietê ocorreu por Decreto em 1.944.
A cidade foi crescendo com a ajuda das famílias de italianos nas lavouras de café. Naquela época a população das fazendas era 5.179, enquanto que na cidade era de 1.372. Porém tudo começou a mudar com a crise do café e algodão.
Foi no ano de 1.940 que a Usina da BARRA BONITA começou a plantar cana-de-açúcar. Atualmente ela pertence ao grupo Raizen.
As pessoas que moravam nas fazendas foram para as cidades. Mudou-se o estilo de economia, hoje a renda concentra-se na mão-de-obra salarial, no trabalho do corte de cana, pequena lavouras , comércio e algumas indústrias.
A população de Mineiros do Tietê hoje é de aproximadamente 13.000 habitantes. No dia 29 completou 114 anos, e com certeza esta nossa cidade estará sempre se desenvolvendo para poder dar aos seus filhos o que estes merecem.
História
VIGÁRIOS DA PÁROQUIA DO SENHOR BOM JESUS
De 1895 a 1896 Pe. Felippe Speranza (Criado o curato em 1895)
De 1896 a 1897 – Pe. Dario Azzi
De 1897 a . Côn. Elisiário Martim Pedroso
De 1901 a 1903 – Pc. José Antonio Gonçalves Rezende
De 1904 a 1910 – Anexada a Dois Córregos
De 1911 a 1912 – Pe. Luis Priuli (Criada a Paróquia em 1910)
De 1912 a 1914 – Pe. Roque Scafoglio
De 1914 a 1919 – Pc. Antonio Mendes Correia
De 1919 a 1921- Pc. Vicente Coiro
De 1921 a 1922 – Pe. Roque Scafoglio
De 1922 a 1924 – Pc. Francisco Serra
De 1924 a 1924 – Pe. Felippe Alonso
De 1924 a 1926 – Pc. Esmerino Gomes da Silva
De 1926 a 1926 – Côo. Domingos Sars (Pró- Vigário)
De 1926 a 1927 – Pc. Francisco A. Cangro
De 1927 a 1929 – Pc. José Soares
De 1929 a 1930 – Pc. José Paschoal
De 1930 a 1930 – Pc. João Montalvo
De 1930 a 1932 – Pe. Eufrásio Palácio
De 1932 a 1936 – Pc. Antonio Centeino
De 1936 a 1936 – Pc. Francisco Vieira
De 1936 a 1941- Pc. João Frutuoso da Costa
De 1941 a 1942 – Pe. Públio Antonio C. Bardon
De 1942 a 1943 – Pe. Regino Garcia
De 1943 a 1944 – Pe. agostinianos
De 1944 a 1945 – Pc. João Jansen
De 1945 a 1950 – Pe. Gregório B.
De 1950 a 1951 – Pc. Paulino Galbusero
De 1951 a 1957 – Pe. Tobias Colueei
De 1957 a 1958 – Pe. Francisco de Salle Buck Ferreira
De 1958 a 1959 – Pe. Manoel de Souza Cardoso
De 1959 a 1962 – Pc. Afrânio Maria Ramalho Machado
De 1962 a 1964 – Pc. José Andreatta
De 1964 a 1982 – Pc. Hermes José Gaio
De 1982 a 1987 – Pe. Cláudio Borelli.
De 1987 – Pe. Milton Antonio Vendrametto
De 1992 Pe Paulo Fernando Dalla Dea
De 1996 Pe. José Nieto
1998 – Pe. Cézar
2008 – Pe. Paulo Henrique Facin
2009 – Pe. Nilson Francisco
2011 – Pe. Marcos
2012 – Pe. José Carneiro
(Texto lido na Missa em Ação de Graças ao aniversário da cidade, no dia 26/08/12 pelo Diretor do Departamento Municipal de Educação Rubens)
O DESBRAVAMENTO DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO
TRECHO DO LIVRO ACHADOS HISTÓRICOS DE MINEIROS DO TIETE DE NELSON NATAL BOTURA E HEUSNER GRAEL TABLAS
Depois das descobertas de ouro em Cuiabá e Goiás, os paulistas passaram a procurar um caminho mais curto que os levasse a esses lugares, pois descer o rio Tietê por inteiro já se mostrava difícil. Um dos caminhos abertos foi aquele que margeava a serra de Brotas, o que possibilitou o surgimento de postos de apoio aos viajantes, como a fazenda Araraquara, a suprir com grãos e carne as expedições que seguiam para as zonas de mineração. Traçando-se uma linha imaginária que ia de Piracicaba até Araraquara, ao longo dessa linha, no final do século XVIII, o Governo distribuiu títulos de terra, chamados "sesmarias”, como forma de premiar os cidadãos ilustres e também para povoar o caminho das minas, suprindo assim as expedições. As sesmarias, no entanto, foram doadas igualmente nas margens do Tietê, que não deixou de ser navegado.
Depois da instalação de um posto aduaneiro próximo do rio Mogi Guaçu, onde havia um caminho ainda mais perto para Cuiabá e Goiás, a passagem pelo pé da serra de Brotas foi proibida. As expedições eram obrigadas a passar pela aduana do Mogi, para que a Coroa pudesse cobrar seus quintos do ouro extraído. E o caminho da serra de Brotas passou a ser rota de contrabando, principalmente por pessoas de Itu.
Mas com a decadência do ouro de superfície em Minas Gerais, os mineiros passaram a migrar para as terras férteis de São Paulo. Essa longa migração mineira, que se iniciou no final do século XVIII e somente terminou no início do século XX, foi a responsável pela fundação de cerca de 100 cidades no interior de São Paulo, entre elas Mineiros do Tietê.
O ALISTAMENTO PARA A GUERRA DO PARAGUAI (1864 a 1870)
O local onde hoje f**a o Cemitério Municipal de Mineiros do Tietê, era a beirada de uma grande,floresta; ali os mais moços se escondiam para fugir do alistamento militar. Na margem do mato f**avam os velhos para dar ó aviso, acaso chegassem os soldados do Império. Esses soldados percorriam povoações e fazendas, recrutando os "voluntários da pátria" que eram obrigados a se alistar, com pena de serem fuzilados.
Certa vez os soldados encontraram um rapaz na beira do mato. Como ele não quisesse ir para a guerra, foi morto a tiros. Depois os soldados colocaram seu corpo sentado sobre um cavalo e saíram desfilando com ele, para que servisse de exemplo àqueles que fugiam do alistamento. Mas o corpo do rapaz de certo viajou tombando sobre os capinzais, pois, ao passar em Dois Córregos, seus cabelos já estavam cheios de carrapichos
Antiga Estação de Trens de Mineiros do Tietê.
A ESTRADA DE FERRO EM 1886
Em 29 de julho de 1880. época em que o ponto final da estrada de ferro, mais próximo desta região, era Rio Claro, o Governo publicou edital abrindo concorrência para a construção dos trechos Rio Claro! Araraquara, Rio Claro Carlos e Rio Claro / Brotas / Dois Córregos / Mineiros / Jaú.
Os vencedores da concorrência transferiram sua concessão ao Barão do Pinhal, que, juntamente com o capitalista Benedicto Antonio da Silva, fundaram a Cia. Rio Claro (estatutos aprovados pelo Decreto 8.638, de 12 de agosto de 1882), dando logo início ao empreendimento.
O Barão do Pinhal, depois Conde do mesmo título, possuía terras em Jaú, o que o animava a construir a ferrovia, além de ser um homem bastante dinâmico: foi um dos fundadores do Banco São Paulo, costumava prestar auxílio a entidades assistenciais e foi também o pioneiro do trabalho livre no campo, através da criação de colônias de imigrantes alemães. Sem contar que, durante a Guerra do Paraguai, a garantia de suprimentos aos combatentes brasileiros, a ele se deveu. E graças ao Barão do Pinhal. devido a seu zelo “os custos da ferrovia foram considerados extremamente baixos na época”.
Quando os trilhos chegaram a Mineiros, a Estação foi demarcada em local distante alguns quilômetros da povoação, segundo depoimento de "Totó" Cardia. Esse fato causou revolta entre os moradores de Mineiros, que se reuniram e, munidos de alavancas e outros apetrechos, marcharam para onde aconteciam as obras, arrancando trilhos já assentados. Esses distúrbios obrigaram a Companhia Rio Claro a mudar o traçado, construindo então a Estação bem próxima do povoado.
A Estação de Mineiros foi inaugurada em outubro ou novembro de 1886, segundo Pedro Calmon (l7) (em seu livro "História de D. Pedro 11", ele conta que o Imperador, durante esses meses, esteve no interior do Estado de São Paulo, inaugurando obras ferroviárias). E também Rubem Cione (18), no livro "História de Ribeirão Preto", assinala a visita de D. Pedro 11 a Ribeirão Preto igualmente em 1886. Além do mais, tendo sido a Estação de Jaú inaugurada em 19 de fevereiro de 1887, a de Mineiros só poderia ter sido antes dessa data, e depois da de Dois Córregos (inaugurada em 07/09/1886).
A vinda de D. Pedro 11, acompanhado da Imperatriz Dona Tereza Cristina, deveu-se ao fato de que a estação de Mineiros, em homenagem ao Imperador, passaria a se chamar Estação D. Pedro U. Mas o bairro sempre manteve a sua denominação antiga, valendo aquela denominação só para a Estação.
Por escritura pública DC (30 de setembro de 1889, a Companhia foi vendida, passando a se chamar “The Rio Claro São Paulo Railway Company”, com sede em Londres). E nas caldeiras das máquinas ardia o carvão mineral importado da Inglaterra, prática comum no início das ferrovias brasileiras.
Em 26 de março de 1892 essa última empresa foi adquirida pela Companhia Paulista, que promoveu a ampliação da rede em direção ao oeste. Desse modo, no final do século XIX se iniciou a construção de um ramal que alcançasse Bauru, denominado "Ramal dos Agudos"; ele partia de Dois Córregos e em 1900 já chegava a Campos Salles.
(17) “Pedro Calmon”. "História de D. Pedro 11", Rio de Janeiro. S tomos
A FESTA DE SANTO ANTONIO
DESDE 1904
UM POUCO DA HISTORIA POR DR VICENTE CARRARA
O povo que comparecia aos festejos - pouco de cidades vizinhas porque inexistia facilidade de transporte - concentrava-se no pátio da igreja, na rua Antonio Botelho, esquina com a rua Santa Cruz, numa extensão linear inferior a 100 metros. Ali ocorria de tudo o que se referia à festa: barracas de bugigangas, de alimentação, de jogos, etc, e, quase todos os anos, os mesmos "negociantes" compareciam oferecendo suas "mercadorias". Havia a famosa Pinhata da Nona, que sorteava utilidades domésticas ao grito do camelot, residente em Torrinha ou Brotas; a do sr. José Gonçalves da Silva (era hábil marceneiro), que fazia estardalhaço oferecendo seu "pastel de vento"; o jamais superado tabuleiro de doces, cobiça das crianças, da sra. Isaura Chagas, bondosa e famosa parteira; o jogo de buzo no terreno do sr. Vergílio Rampazo, situado nessa esquina citada, e à esquerda da igreja de quem dela olha para a rua; logo acima, uns 40 metros, na Antonio Botelho havia a cervejaria da família Zugliani, que fabricava e vendia no local cerveja e guaraná, f**ando lotada nos dias de festa. O quentão e o vinho quente, como ainda hoje, eram vendidos em barraca de alimentação.
Não faltavam também no último dia o pau de sebo em que as crianças tentavam subir para retirar o prêmio e a fogueira na véspera do dia de São João, quando alguns frequentadores passavam, descalços, sobre as brasas!
Como era um acontecimento anual, aguardava-se ansiadamente os festejos, e quando chegavam seus dias a rapaziada f**ava deslumbrada, quase que extasiada. Tempo de luz mortiça de lâmpadas fixadas em postes distantes uns dos outros, o clarão concentrado em pequena área era motivo de admiração. Como o vestuário de então fabricava-se artesanalmente, personalizado, sob medida, o confeccionador perguntava ao freguês: para quando quer a roupa? Imediatamente a resposta: para a festa. Os artesões trabalhavam até à noite nesse período para dar conta do recado.
As crianças refestelavam-se com as quinquilharias das barraquinhas, principalmente pelas bexigas coloridas que logo estouravam; f**avam encantadas com as novidades que viam.
Com o fim da festa, coroada com os fogos de artifício em noite quase sempre muito fria, nascia a saudade e o desejo para que o ano passasse rápido e chegasse novamente a Festa de Santo Antonio..
Até a primeira metade da década de 1940, a Festa de Santo Antonio não era beneficente, isto é, tudo que arrecadava convertia para o próprio festejo, como a contratação de fogos de artifícios, construção de quiosques, compra de madeira, fios elétricos, etc. Tudo era novo, a quermesse, os quiosques da banda de música e do leilão eram construídos de madeira, peroba rosa, abundante à época. O coreto da banda era espaçoso o suficiente para acomodar uns dez músicos com seus instrumentos, e f**ava próximo da rua Santa Cruz; também a edif**ação do leilão, feita de madeira com assoalho à altura de uns 80/90 cm. do chão, fechada em todo contorno com portinhola para colocar e retirar prendas vivas como frangos, leitões doados pela comunidade rural. Havia espaço para armazenar abóboras, cereais e outros produtos agrícolas a serem leiloados. A quermesse era relativamente espaçosa e possuía um tablado de madeira onde se dançava ao som de pequena orquestra local. Todas edif**ações eram cobertas de capim-sapé; O piso da quermesse, excetuando o tablado, permanecia no seu estado natural: chão de terra. Só que em cima dele depositava-se enorme quantidade de palha de arroz. Portanto, andava-se sobre palha de arroz. As jovens mais sociais da cidade, vestidas de uniforme, eram garçonetes voluntárias e não só serviam as mesas como dançavam com os frequentadores da festa. Se a memória não me trai, havia "baile" todas as noites do período de festa, que era ininterrupto.
É de se destacar o meio de comunicação, através do "correio elegante", entre os jovens que procuravam namoro. As garçonetes voluntárias é que entregavam o cartão amoroso, sob sigilo de quem o escreveu, e quem o recebeu sonhava romanticamente apesar de não faltar o "gozador" dissimulado a declarar amor sem o tê-lo. Mas o recebimento do correio elegante era motivo de honraria e de muita satisfação!
Naquele mundo fechado e pequeno, a festa era um acontecimento ansiosamente esperado, e os fogos, na última noite acesos no terreno onde hoje é a Casa da Criança, depois no pátio da igreja Matriz, então desprovido de árvores e calçamento, posteriormente acesos onde se localiza hoje a Prefeitura Municipal, seguravam as pessoas até as 23 horas, a maioria residente longe, na zona rural. Lindo tempo, romântico, introspectivo, sonhador!
Os bueiros
A parte urbana da cidade até a década de 1950 era muito pequena, haveria menos que 350 casas residenciais, pois sua população girava em torno de 1.350 habitantes, apud ACHADOS HISTÓRICOS UMPOUCO DA HISTORIA DE MINEIROS DO TIETê---DE MINEIROS DO TIETÊ de Heusner Grael Tablas e Nelson Natal Botura. Nessa pequena parte da cidade, no início das ruas de acentuado aclive como a Antonio Botelho, Maria Elídia Ferraz de Arruda, Salvador Mercadante e Edgar Ferraz, que cruzam as transversais Municipal, 27 de Agosto, Santa Cruz e Dr. Antonio Teixeira Sobrinho, ruas estas de leito quase nivelado, havia naquela época sem calçamento apenas guias (meio fio) e sarjetas estreitas confeccionadas com pedra-ferro (basalto). Para proteger o leito não pavimentado das esquinas dessas ruas contra as enxurradas foram construídos - não se sabe quando e por que prefeito-, bueiros, cavados no próprio leito da rua, com dimensão mais ou menos de 0,60m. de largura por 0,40m. de altura, no comprimento da largura da rua, em cima revestidos de madeira sobre a qual depositava-se terra. O leito das ruas transversais f**ava, nas esquinas, mais alto que o das ruas por onde fluíam as águas de chuva. Muitos moleques, brincando, atravessavam os bueiros que não raro abrigavam baratas e pequenos animais peçonhentos; outros se escondiam dos pais para não apanhar pela travessura cometida no dia.
Coisas de antanho.
Postado há 19th August 2015 por VICENTE CARRARA
O transporte do gado abatido para o açougue
A indústria automobilística foi implantada no Brasil no final da década de 1950. Antes disso,os veículos eram importados para rodar em poucas estradas existentes e sem pavimentação. Predominava para distâncias curtas o uso de carroças para o transporte de cargas. Não poderia ser outro, portanto, naquele tempo, senão o emprego de carroça para levar ao açougue o gado vacum abatido no matadouro. Só que a carroça era um carroção, este mais alto, enquanto que o assoalho estivesse bem mais próximo do chão do que naquela, com dimensão que favorecia a entrada e saída de um homem no e do seu interior - o açougueiro. Possuía uns 2 metros de altura por uns dois e pouco metros de comprimento por um metro e meio ou mais de largura de espaço livre, cobertura de folha de flandres, porta traseira que se abria em duas partes. No seu interior havia ganchos de ferro para pendurar as partes do gado retalhado, e o chão era reservado para as bacias com os miúdos. No mais, era uma carroça, com dois varais, retranca (dispositivo para outro animal), freio com sapatas de madeira acionado por manivela de rosca sem fim, etc., e as rodas maiores por causa de sua altura, presas em um eixo não reto que contornava o carroção por baixo numa figura semelhante a um U acrescido de dois braços, um à esquerda, outro à direita (braços em que giravam as rodas).
O açougueiro (ou seu auxiliar) tirava do gancho a parte do gado retalhada no matadouro pondo-a em suas costas e levando-a até o gancho do carroção para, ao depois, descarregar no açougue, onde era pendurada e picada na quantidade solicitada pelo freguês.
Quando saía e chegava o carroção, ouvia-se o ladrar de cães pela rua afora a acompanhá-lo no percurso, auxiliares que são dessa atividade pecuária.
O açougue principal, e que permaneceu por longo tempo assim, situava-se na rua do Comércio, posteriormente denominada Dr. Salvador Mercadante (onde se localiza hoje a casa lotérica), era da família de Arthur Batista de Mattos, transferido posteriormente para José Aparecido Campos.
Saudoso tempo romântico que não volta mais!
Postado há 25th June 2015 por VICENTE CARRARA
Como era conduzido o gado bovino para o matadouro
Ainda no início da década de 1964, quando inexistia camionete com gaiola para transporte de gado, as vacas e bois eram conduzidos, puxados, com corda de couro - o famoso laço - para o abate. Como o matadouro f**ava lá embaixo, no início da rua Dr. Salvador Mercadante, a reses trazidas dos bairros onde residiam as famílias Cesarino, Feltre, Bottura; da Fazenda Boa Esperaça, etc. não passavam pela cidade. Porém as que partiam, por um lado, do Borralho, Campos, Saldanha Marino, etc., por outro, que vinham da direção Barra Bonita ou de Capim Fino iam cair, forçosamente, na rua Municipal, no seu início (450 metros) ou no seu fim (300 metros), para, ao chegar à rua Dr. Salvador Mercadante descer, ao matadouro.
Quando a rês puxada pelo comprido laço preso no arreio do animal montado pelo cavaleiro condutor chegava à rua Municipal sempre havia alguém que avisava, alertava, em vós alta: olha a vaca! Quem na rua estivesse sairia correndo procurando abrigo seguro. E era um tal de fechar portas para que o animal não entrasse em casa residencial ou comercial! De fato, era perigoso essa maneira de conduzir o gado. Se escapasse do laço a vaca poderia provocar ferimento aos transeuntes. Vi, no antigo posto de gasolina do sr. José Altimari, que f**ava na esquina da rua Municipal com a rua Dr. Salvador Mercadante, uma vaca derrubar, do banco em que se encontrava sentado, um senhor idoso. Felizmente não se machucou muito.
Coisas do então!
O Matadouro Municipal e o abate dos bovinos
Ainda na década de 1960, o abate de animais para o consumo dos mineirenses era realizado no matadouro municipal. Ignoro como era feito nessa época, se com ou sem sofrimento dos abatidos. Porém na década de 1940 fui algumas vezes acompanhar o trabalho dos açougueiros que abatiam os animais de forma primitiva: com um varão de ferro, com dois a dois e meio centímetros de diâmetro, um metro e meio de comprimento. O matadouro era alto, de formato retangular (4m x 8m + ou -), com espaço útil interno de uns 30 e poucos metros quadrados; sua altura aproximava-se de 2 metros, encerrando-se em uma plataforma livre de uns 50 centímetros (+ ou -) em todos os lados onde o açougueiro percorria com a lança mortal. Não me lembro da altura total do prédio e nem de sua área construída, mas o abatedor andava com segurança na plataforma. (Todos esses números saíram da memória e não têm compromisso com a realidade.)
As rezes f**avam num compartimento anexo, sem cobertura e sem alimentação na véspera para esvaziar o quanto possível os intestinos; no dia seguinte, as reses (uma ou mais) eram empurradas do anexo para a área de abate, fechando-se o forte portão existente entre as duas alas. Começava então a macabra operação com o abatedor segurando o pontiagudo varão à procura de uma posição ideal para cravá-lo na nuca do animal. Se certeiro, caia fulminante; se errava, feria dolorosamente o animal enquanto não atingisse a medula espinhal, e ia repetindo o gesto até vê-lo caído no chão (que era de cimento queimado). Como era um retângulo grande e não um corredor estreito, o animal ia de uma direção a outra tentando fugir. Se mais de uma rês, aguardava-se a queda da próxima para o ato do abate que consistia na introdução de uma faca grande no coração do animal para a sangria, cujo plasma escorria para o Ribeirão São João, pois deste vinha a água que passava em canaleta no piso para depois retornar a seu leito, cuja existência, do ribeirão e do aclive de sua margem esquerda, ensejaram a construção do matadouro. Por isso é que o local era relativamente grande para o pós abatimento.
Morta a rês, começava seu retalhamento começando pela retirada do couro inteiro no chão, pendurando em ganchos com roldanas as partes do corpo separadas para o transporte ao açougue. Antes disso, retirava-se as vísceras separando as aproveitáveis.
O abate de suínos, feito próximo ao local acima descrito, era mais cruel ainda: imobilizava-se o animal amarrando suas pernas, e com uma faca afiada e aguda o açougueiro enfiava-a em seu coração, ouvindo o tétrico som do cuinchar do animal. Tirava os pelos em água fervente, extraia as vísceras, bipartia o corpo para transportá-lo ao açougue.
É de lembrar que naqueles anos de 1940 só se abatia uma vaca (boi) por semana.
Postado há 19th June 2015 por VICENTE CARRARA
O acendedor e apagador de luz
Até a década de 1940, havia somente dois transformadores de energia elétrica em Mineiros: um na rua Sub-Delegado Ferrinho, em frente à máquina beneficiadora de café do Guirro, que pertenceu depois a Vicente V. Napolitano, próximo da atual Câmara Municipal, e outro na rua do Comércio, depois Rua Dr. Salvador Mercadante, perto do pequeno estabelecimento comercial do sr. Tomaz Mursila, em frente onde seria instalada a farmácia do sr. Pedro de Oliveira Brandão. Pois bem, junto desses transformadores que f**avam bem no alto dos postes havia uma chave para ligar (no crepúsculo vespertino) e desligar (no crepúsculo matutino) a energia elétrica, apagando e acendendo as lâmpadas que pouca claridade davam à cidade. Esse trabalho era feito por um empregado que carregava uma vara comprida, de bambu ou de outra madeira, engatando e desengatando dita chave, não importando as condições atmosféricas: chuva, vento, calor, frio, etc.
A chave geral todavia f**ava em Dois Córregos, na subestação como ocorre até hoje, e só um empregado lá dava conta do recado para iluminar nossa Mineiros. E lá ia o encarregado a caminhar pelas ruas que conectavam os dois transformadores, portando o varão iluminador!
POR QUE RUA 27 DE AGOSTO?=====>a Provisão autorizando a construção da Igreja Matriz somente sairia em 27 de agosto de 1887, no ano seguinte à visita do Imperador
WHERE IS SITUATED PRECISELY MINEIROS DO TIETÊ, CITY TODAY began in the mid-nineteenth century, when there came some families from Minas Gerais, as Corrêa Mello, Dutra Lopes, the Gomes and Pereira Alves.
Around 1875, one of the residents of "Bairro dos Mineiros" - as it became known, in view of the origin of the settlers - Vicente Valerio dos Santos, donated a part of their land for the creation of a heritage, erected a chapel in honor of Santa Cruz, around which houses were built it. In 1891 the village Capela de Mineiros became a district of the municipality Dois Córregos. In August 1899, it was elevated to town status, and it became an independent municipality with the name of Mineiros. Its name was changed to Mineiros do Tietê (after the Tietê River) in 1944 HISTÓRIA DE MINEIROS DO TIETÊ
colhidos por Gerson Luciano
Livro Nelson N Botura "Achados Historicos de Mineiros do Tietê"
(abstract in English below)
POR QUE RUA 27 DE AGOSTO?=====>a Provisão autorizando a construção da Igreja Matriz somente sairia em 27 de agosto de 1887, no ano seguinte à visita do Imperador