Pirenópolis: arquitetura colonial, boa gastronomia e ecoturismo no interior de Goiás
Pirenópolis é uma das cidades mais antigas do interior de Goiás. No século XVIII, a cidade foi fundada por mineiros que sonhavam formar riqueza com a exploração de ouro às margens do Rio das Almas. Recebeu inicialmente o nome de Minas de Nossa Senhora do Rosário Meia Ponte e, somente no final do século XIX, passo
u a chamar Pirenópolis - ou Piri, para os íntimos - em homenagem aos Pireneus, cadeia de montanhas que separa a França da Espanha. Com base na mineração, o pequeno vilarejo transformou-se em um importante centro. Ao final do ciclo do ouro, a cidade manteve sua importância por conta da produção de açúcar extraído da cana-de-açúcar e também pela exploração de algodão para fins de exportação. Depois, contudo, sofreu um grande período de ostracismo. Durante a construção de Brasília, a extração da pedra quartzito goiás, também conhecida como Pedra Pirenópolis, ganhou destaque e até hoje é uma importante atividade econômica das região. Além, é claro, do turismo e do ecoturismo, que movimentam a economia local. Todo o centro histórico de Pirenópolis conserva a bela arquitetura colonial, tombada como patrimônio histórico e cultural pelo IPHAN. A Igreja Matriz, construída em 1728, é um dos grandes cartões postais da cidade. A igreja pegou fogo em 2002, mas já foi restaurada. A Rua Aurora, a mais bonita da cidade, tem enormes e centenárias palmeiras imperiais. Há muitas jóias em prata e artesanato dos mais variados modelos. Não deixe de parar no Armazém da Rua (Rua Rui Barbosa, 10, tel: 62 – 3331 1714) para comprar castanhas de baru, um produto típico da região. O baruzeiro é uma árvore do cerrado e a castanha tem um gosto delicioso, que se assemelha um pouco ao amendoim. Se gostar de galerias de arte, dê um pulo na galeria de arte Vânia Machado (Rua do Bonfim 41, tel: 62 – 3331 2708) e também no Galleria Shop (Rua do Bonfim 18, tel: 62 – 3331 1483) para apreciar os vários quadros do artista plástico local Claudimar Pereira, que já ganhou alguns prêmios nacionais. Em suas obras ele aborda cenas do cotidiano da região, como a Festa do Divino. Quase todos os bares têm apresentação de artistas locais com música ao vivo. No entanto, o destaque do último final semana foi a Serenata pela cidade do grupo Trovadores dos Pireneus, um dos eventos da Flipiri – a Festa Literária de Pirenópolis, que ocorre anualmente. A festa contou também com saraus poéticos, palestras e talk shows, além de uma apresentação de jazz da banda Jazz 6, do escritor Luis Fernando Veríssimo. Para quem gosta de programas culturais, vale a pena visitar os museus da cidade: Museu do Divino, Museu das Cavalhadas, Museu de Arte Sacra, Museu da Família Pompeu, Museu Lavras do Ouro, Museu Rodas do Tempo. Conhecer as fazendas históricas da região também é um bom passeio. A Fazenda Babilônia, por exemplo, data de 1800. O casarão dessa fazenda colonial foi construído por escravos e serviu de cenário para filmagens da novela Araguaia da Rede Globo. A gastronomia da cidade também é interessante. E vai bem além dos quitutes tradicionais goianos – empadão goiano, pamonha e arroz com pequi. Recomendo o restaurante Venda do Bento, que f**a cerca de 5 km do centro da cidade. O lugar funcionava como um antigo armazém e tem ares de fazenda. O carré de cordeiro com molho de jabuticaba estava um espetáculo! Mas isso é assunto para um outro post…
Para os amantes da natureza, há várias cachoeiras próximas à cidade. Para opções mais radicais, há rafting, rapel, tirolesa, arvorismo, mountain bike, boia cross… Veja mais detalhes aqui. Gostou? A dica é se programar para conhecer a cidade durante a Festa das Cavalhadas, uma das principais festas da cidade, que ocorre, neste ano, do dia 27 a 29/05/2012. Os moradores da cidade se vestem como pomposos cavalheiros e encenam a disputa entre os cristãos e mouros, em alusão às Cruzadas, com direito a cavalos, armaduras e espadas. Informações úteis
Como chegar: Partindo de Brasília, a distância até Pirenópolis é de 140 km. Siga em direção a Taguatinga pela via Estrutural e depois continue pela BR 070 passando por Águas Lindas/GO. Todo o trecho até Águas Lindas é feito em pista dupla. Depois pegue a BR 414 passando por Cocalzinho de Goiás. Passe por Corumbá/GO e pegue a GO 225 em direção a Pirenopólis. A estrada está em boas condições, considerando o padrão das estradas brasilieiras. Há poucos buracos e a sinalização é boa. Ao se aproximar de Corumbá, pare no mirante existente ao lado da rodovia para admirar e fotografar o belo Salto Corumbá.