24/01/2024
Em 177,2 o vice-rei, representante da Coroa portuguesa no Brasil, mandou demarcar o terreno para a construção da Igreja Matriz Nossa Senhora Madre de Deus, no Alto da Praia, que acabaria se tornando conhecido como Praça da Matriz. O projeto, em estilo barroco, veio pronto do Rio de Janeiro, e a construção teve início em 1779.
Em 1848, o papa Pio IX criou a diocese de São Pedro do Rio Grande do Sul, e a igreja tornou-se catedral provisória. Já no início do século XX, a República provocou diversas transformações políticas, sociais e urbanas – uma delas, a separação entre Estado e Igreja.
O Estado começou a construção de prédios públicos monumentais e suntuosos. A Igreja, por sua vez, representada pelo arcebispo Dom João Becker, promoveu a derrubada da antiga matriz e da capela do Espírito Santo para erguer um templo majestoso, que não parecesse acanhado e demodê em relação ao novo Palácio do Governo, seu vizinho.
A pedra fundamental da nova Catedral Metropolitana foi lançada em 1921. Antes, um concurso para a escolha do projeto teve como vencedor o arquiteto Jesús María Corona, que propôs uma catedral neogótica,. Só que Corona ganhou, mas não levou.
Por indicação do monsenhor João Maria Balem, quem acabou assinando o projeto foi o italiano Giovanni Battista Giovenale, que desenhou inúmeras igrejas italianas e concebeu a catedral porto-alegrense em estilo neorrenascentista. Detalhe: Giovenale nunca pôs os pés em Porto Alegre.
Dizem que a Igreja das Dores levou quase um século para ficar pronta por causa da maldição do escravizado Josino. A Catedral só foi consagrada em 1986. Praga de Jesús María Corona?
Para saber mais sobre a Catedral Metropolitana, recomendamos a leitura do livro Das pedreiras às torres e carrancas: uma nova Catedral para Porto Alegre, de Vanessa Gomes de Campos, Caroline Zuchetti e Lucas Volpatto, disponível para download gratuito no site da Catedral Madre de Deus (www.catedralpoa.com.br).
Agora comente aí: qual das versões é a sua favorita?
Texto:
Imagens:
1. A Matriz barroca
2. O projeto de Jesús María Corona
3. A Catedral hoje