19/09/2024
O Dicastério para a Doutrina da Fé, com a aprovação do Papa Francisco, deu seu aval ao fenômeno de Medjugorje sem declarar sua sobrenaturalidade, mas reconhecendo os frutos espirituais provenientes da devoção à Rainha da Paz.
O documento, apresentado nesta quinta-feira, 19 de setembro, afirma que as peregrinações ao local resultam em abundantes conversões, retorno à confissão e comunhão sacramental, vocações, reconciliações familiares e até curas. Essas experiências são especialmente associadas às práticas espirituais nos santuários e não diretamente aos “videntes” ou supostas aparições.
O foco das mensagens de Medjugorje é a paz, entendida de forma espiritual, familiar e social, e a centralidade de Deus e de Jesus Cristo, com Maria atuando como intercessora e destaca o “chamado à conversão”, aspecto constante na paróquia-santuário da Rainha da Paz. Este convite envolve o abandono de um estilo de vida mundano e do apego excessivo aos bens materiais, oferecendo a conversão como o caminho para a verdadeira paz no mundo.
A mensagem insiste em não subestimar o mal e o pecado, além de reforçar a necessidade de lutar contra a influência de Satanás, que é visto como fonte de ódio, violência e divisão. A oração, o jejum, a missa, a comunhão fraterna e a busca pela vida eterna são indicados como elementos centrais nessa luta.
Embora haja muitos frutos positivos, algumas mensagens podem ser mal interpretadas e distorcidas, criando confusões teológicas e até interesses indevidos. Mensagens que insinuam previsões catastróficas são advertidas como interpretações errôneas. Apesar de alguns videntes demonstrarem fervor ao insistirem em determinadas mensagens, a própria Virgem Maria orienta os fiéis a se concentrarem na leitura do Evangelho, relativizando o papel das visões em relação às Sagradas Escrituras.
O Dicastério autoriza o culto público relacionado ao fenômeno, sem obrigar os fiéis a acreditar na autenticidade sobrenatural dos eventos. As autoridades locais são encorajadas a promover essa proposta espiritual com prudência, garantindo que as peregrinações sejam focadas em Maria e não nos videntes.