17/07/2022
Coluna do diretor | Replicando a história do Brasil
Como é de conhecimento geral, estamos reconstruindo o palácio da Quinta da Boa Vista, sede do Museu Nacional/UFRJ. Não tem sido um trabalho fácil, com grandes dificuldades, como a pandemia, restrições de financiamento e pela própria situação do palácio após o incêndio de 2 de setembro de 2018. Aliás, em breve, registraremos a passagem dessa data complexa que, como sempre digo, deveria entrar para o calendário nacional como um dia de reflexão sobre a necessidade da proteção do patrimônio científico e cultural do nosso país. Para 2022, ano do bicentenário da independência, estamos preparando surpresas bem interessantes...
Sempre é bom destacar que, desde o tempo do império, o palácio sempre foi um templo das ciências naturais e antropológicas, particularmente durante a regência de D. Pedro II e de sua esposa, a Imperatriz Teresa Cristina. Ambos eram verdadeiramente apaixonados pela ciência e procuravam expressar essa paixão em diferentes salas de sua moradia.
Voltando às obras, que se iniciaram para valer em novembro do ano passado, temos muitos desafios. Um dos mais complexos é a restauração de elementos que remetem à história do palácio. Não é segredo para ninguém que muitos de nós gostaríamos que as obras procurassem retratar alguns espaços tal como eram no passado.
Nesse momento, entre as diversas frentes que são desenvolvidas durante uma obra deste vulto, destaco a confecção de réplicas de elementos arquitetônicos, como portas e janelas. Um trabalho delicado que reúne perícia e arte, como se pode ver nas imagens.
Como sempre, procuramos destacar que todos estamos trabalhando com muito afinco para devolver o palácio o quanto antes para a sociedade, com belas exposições de história natural e antropologia e com essa importante vertente histórica que nos é tão cara.
Alexander W. A. Kellner
Diretor do Museu Nacional/UFRJ