Tangará Ecoturismo

17/01/2025

Crossfit camponês nas férias

Fui com meu pai à chácara desatolar o carro que virou a noite lá. Tentaram ontem e não conseguiram, mas hoje tivemos 50% de êxito: tiramos do lugar, mas logo que estávamos saindo uma chuva nos alcançou e atolou novamente.
Suei em bica, pois estava um baita calor e caminhamos 3 quilômetros até começar as tentativas do desatolamento. Acabamos de tirá-lo e caiu um pé d'água e o jeito foi aguardar dentro do carro, até não aguentar mais de tanto calor e então sugeri seguirmos rumo à casa. Mais 3 quilômetros na rodovia estadual sem acostamento, muito utilizada por pedestres, ciclistas e carros em alta velocidade.
Ao sair da chácara é preciso vencer esse atoleiro e ali tem de tudo. Tudo e mais um pouco: agrotóxicos, pigarro de transeunte, chorume da lixeira que está ao lado, urina de preá e lobo-guará, aromas de amor de um colchão descartado incorretamente etc. Meus pés, reluzindo porque fui à podóloga há uma semana, passaram pelo teste. Aparentemente encardiu a lataria das unhas e do calcanhar. A sorte é não ter nenhuma ferida recente além das dezenas de picadas de porvinha (aquele inseto sem coração que pode causar febre de oropuche).
Mas indo direto ao que eu queria dizer. Ainda chegando observei uma nuvem imensa, cumuls nimbus. Enquanto fazia o trabalho de orientador e auxiliar de desatolamento olhava para o céu para prever o tempo de minutos depois. No caminho de casa meu pai voltou para fechar uma parte do carro, fiquei olhando a chuva sobre o asfalto. As gotas se chocavam contra o chão deixando tudo branco e o horizonte esmaecido. Começou a chover forte sobre mim e fiquei admirando o milharal dançado com os pingos d'água grossos. Aos poucos a chuva passou e olhei para o outro lado, vi que a nuvem se deslocava tornando isso perceptível na rodovia. Metros por segundo se deslocava uma parede de chuva deixando para trás a claridade e o v***r. Um motoqueiro alcançou a ducha e ambos foram juntos.
É simples, mas é uma das cenas mais belas que vi na vida.

14/01/2025

12/01/2025

Registro raro da espécie endêmica da Mata Atlântica, uma Tesourinha-da-mata, foi feito em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro

12/01/2025

Os morcegos desempenham um papel fundamental na saúde dos ecossistemas florestais enquanto polinizadores, dispersores de sementes e controle de insetos considerados pragas agrícolas. Mas de acordo com uma nova pesquisa, os morcegos e os serviços ecossi

08/01/2025

8 de janeiro - Reintegração de Galhos e sombras de Frans Krajcberg

Frans Krajcberg (1921-2017), nascido na Polônia e naturalizado brasileiro, foi um artista pelas florestas e a Mata Atlântica. Pintor, escultor, fotógrafo etc, dedicou-se à arte nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. Neste último ficou até o fim da vida com um ateliê em Nova Viçosa.
Conheci um pouco sobre a obra e a vida de Krajcberg por meio de algum canal da tv aberta, não me recordo, pois fazem anos e anos.
Resolvi fazer essa publicação sobre Krajcberg, pois vocês ouvirão falar muitas vezes nessa semana do relógio de mesa de Balthazar Martinot e André Boulle trazido ao país em 1808 por Dom João VI, a obra "as mulatas" de Di Cavalcante e outros, destruídos em 8 de janeiro de 2023, durante a tentativa de que o governo insturasse uma garantia da lei e da ordem e sofresse um golpe, e entregues hoje, 8 de janeiro de 2025, restaurados, no Abraço à Democracia. Entre as obras está Galhos e Sombras, pequena em relação a algumas outras do artista, que podiam ser vistas de longe, conforme vi na matéria que citei ou no documentário "Frans Krajcberg: Manifesto", que assisti no Itaú Cultural em 2018 com a presença da produtora, diretora e roteirista Regina Jehá.

Recomendo também que assistam: Krajcberg - o grito da natureza. (TV Brasil) duração: 25 min. 49 s.

Leiam: Revista Piauí: Doação, ilusão e imbróglio: o destino do acervo de Frans Krajcberg (agosto de 2024)

Frans Krajcberg_por uma arquitetura da n | mube https://search.app/DgQvhHXhnKYbQmwb9

07/01/2025

Reflexão: O surto de gastrointerite e o turismo de massa

Todos os dias a mídia está noticiando a explosão de casos de gastrointerite no litoral dos municípios de Bertioga, Guarujá, Santos (SP) e Florianópolis (SC), além de Cubatão. São milhares de casos entre novembro de 2024 e os primeiros dias de janeiro de 2025. Uma suspeita é de que haja efluentes chegando ao mar, porém os mesmos que afirmam essa possibilidade falam das possibilidades de contaminação por água, raspadinha e alimentos contaminados. Visitantes contaminados já têm deixado o litoral e o risco de contaminação se espalha também para o planalto.
Mas o que pouco ou quase não tem feito parte do assunto é o turismo de massa. Todos os anos conheço moradores da Baixada Santista deixam seus imóveis, muitas vezes até vazios, rumo à Região Metropolitana de São Paulo em busca de tranquilidade. Filas imensas para comprar pães, música alta, resíduos descartados irregularmente etc, são algumas das queixas.
O outro lado diz "Todo mundo ganha dinheiro, então isso é bom!"
Será? O turismo é bom quando incomoda moradores, lota farmácias e adoece pessoas? Algumas pessoas consideram que isso é uma externalidade e que se um local com capacidade de carga para receber 5 mil pessoas, terá vantagens ao receber o triplo. (Já vi até mesmo empreendedor do ramo de lanchinhos afirmar isso).
Na Europa e na Ásia, principalmente o turismo tem sido repensado. Capacidade de carga tem sido implantada não somente para locais de turismo, mas para espaços públicos visando a qualidade. Quantidade, em excesso, não vantagem para ninguém, nem mesmo para os profissionais do turismo. A alta dos casos de gastrointerite poderiam abrir discussões sobre o turismo sustentável, mas será que os municípios estão preparados para isso?

29/12/2024

"Os caminhos rumo ao planalto pelo interior da serra do mar" pelo Dr. Benedito de Lima Toledo (foto: Israel Lopes, 2016).

Em 30 de setembro de 2016 tive o privilégio de assistir à palestra proferida pelo Dr. Benedito Toledo sobre suas pesquisas no Caminhos do Mar na Academia Paulista de Letras. Na plateia composta por muita gente grisalha estavam Lygia Fagundes Telles, José de Souza Martins e outros. Benedito contou sobre a história dos caminhos rumo ao planalto, suas explorações nas margens do Rio Perequê nos apresentando seu acervo da época em que tinha cabelos pretos. Assim como muitas outras vezes, eu era o único monitor ambiental na plateia, foi assim em debate com Lowy e Carlos Nobre há quase uma década e na homenagem à Emília Viotti da Costa com a presença de Marilena Chauí e outros.

Há 2 dias o nome de Benedito de Lima Toledo voltou às matérias e seu nome circula pelos grupos de whatsapp, pois, foi lançada uma matéria sobre sua pesquisa na BBC News Brasil. Em 7 de dezembro Os Caminhos do Mar, obra póstuma, foi lançada em São Paulo em inglês e espanhol além do português.

Essa obra essencial para se conhecer a história de São Paulo, que começa pelos caminhos percorridos para além do litoral já está disponível.

27/12/2024

Maria-faceira na borda do campo do Serrano

27/12/2024

A Mata Atlântica é nossa história

Histórias, tempo, detalhes, formas, texturas, sabores e aromas da Mata Atlântica em Paranapiacaba.

26/12/2024

Na penumbra das bordas da floresta flores e frutos se destacam

24/12/2024

Biodiversidade de Paranapiacaba

Paranapiacaba está entre os locais com maior diversidade de opiliões do país. Muitos estudos iniciais de opiliões e até mesmo aranhas no país tiveram como campo de estudo o Parque Cajuru e as margens da ferrovia da Serra de Paranapiacaba (atual Serra do Mar, nos trechos entre Mourão e Mogi).

Uma característica marcante dos opiliões e que gosto de chamar atenção é o odor repugnante exalado como forma de defesa. Muitas vezes, durante as caminhadas pela floresta, o grupo inteiro sente o odor semelhante ao carbureto, também a borracha queimando e naftalina. Se a gente não fala sobre isso, todos sentem e ficam quietos. Mas quando perguntamos se sentiram, geralmente todas as pessoas do grupo afirmam ter notado.

Trilha é isso. Não é cheiro de terra molhada, é o cheiro da floresta e suas relações complexas, mas também a geomorfologia influenciando com as correntes que passam do litoral ao planalto. Mas geralmente o aroma geral passa despercebido, já o de opiliões, de musgos e algumas plantas não.

24/12/2024

Tranquilidade

Vila operária (ferroviária) de Paranapiacaba - Santo André (SP)
Região Metropolitana de São Paulo, Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo e Reserva da Biosfera da Mata Atlântica

22/12/2024

Página 352 do volume 69 da revista Chácaras e Quintais, de 1944

Em março de 1944, o sr. A. L. B., morador da capital, em pergunta à edição Chácaras e Quintais afirma ser proprietário de 42 alqueires paulistas, 24.200m² no município de Mogi das Cruzes na porção que se aproxima de Campo Grande, Rio Grande da Serra e Alto da Serra da São Paulo Railway (Paranapiacaba). A .L. B. afirma ter 1000 sementes do fruto para plantio experimental. Segue informando, ainda, o certamento com cerca-viva de uma espécie chamada popularmente unha-de-gato, que contém espinhos, adquiridas na firma Dierberger.

Segundo Enokibara, Marta (2016)¹, as organizações Dierberger, fundada por Johann Dierberger e filhos, são um conjunto de empreendimentos comerciais, empresas e campos de cultura com período de existência entre 1893 e 1940. A família diversificou a área de atuação continuando ainda com o ramo de produção vegetal, no site consta óleos essenciais, frutas cristalizadas e macadâmias.

Demorei alguns minutos caçando por satélite algum aspecto fitofisionômico nas áreas de Campo Grande e Mogi das Cruzes como plantio em linha que não seja eucalipto. Aproveitei procurando também um plantio experimental de cacau nas áreas do baixo Quilombo, mas sem sucesso.
Em trabalho do mesmo período, Frederico Carlos Hoehne, antigo gestor da Estação Biológica do Alto da Serra (Reserva Biológica do Alto da Serra de Paranapiacaba) criticou em Frutas Indígenas o modo de produção brasileira voltada às espécies exóticas, principalmente aos citrus. Em Frutas Indígenas o autor apresenta uma diversidade da flora nativa próprias para o consumo e o combate à fome. É esse talvez o primeiro livro de plantas A
alimentícias não convencionais e nela consta o nosso jatobá.

A. L. B. e W. F. também pensavam diferente.

1 - Enokibara, Marta - Paisagem e Ambiente: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, 2016

19/12/2024

Detalhe da biodiversidade do meu jardim

17/12/2024

Uma das begônias mais belas do Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba. Talvez apenas duas pessoas sabem dizer exatamente onde está esse espécime.

15/12/2024

Nem sempre vemos o que não é fofofauna

Ontem falei com amigos sobre a beleza dos morcegos. Em 2019 colaborei com uma pesquisa e tive a oportunidade de observá-los de perto e em detalhes. Considero que parte ou até mesmo grande parte do preconceito aos morcegos, mas tbaratas, aranhas, larvas e mariposas está relacionado aos filmes que assiatimos na infância. Quem não sai do imaginário cinematográfico para a vida na natureza, não vai presenciar a beleza da vida real. Eu falo sempre dos morcegos, mas tive muitos encontros com belas baratas silvestres (até de coloração verde), larvas minúsculas (

14/12/2024

Um pouco da biodiversidade do Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba

14/12/2024

Dia de visita ao Mirante e Núcleo Olho d’água com dois alemães, Alex e Bia.
E tive a sorte de ter Alex como intérprete também.

Tiveram coragem de comer plantas do início até o topo e ao fim da trilha encontramos uma juçara arrancada e tiveram a sorte de replantá-la em local adequado com menos risco de ser atingida durante manutenções da trilha.