Vida na Escócia (2024)

18/11/2024

Nas Ilhas Hébridas da Escócia, em meio à paisagem remota da Ilha de Lewis, está um dos mais impressionantes e antigos círculos de pedras do mundo: Callanish.

O local é um sobrevivente da chamada “cultura megalítica” que estava presente em todas as Ilhas Britânicas. Não sabemos porquê esses povos antigos construíam esses círculos. Existem várias teorias diferentes, desde as que exploram alinhamentos com os astros e acreditam que os círculos eram uma espécie de calendário, desde as que defendem que foram feitos por alienígenas (!! 😆), passando por monumentos comunitários ou de rituais.

Embora o propósito original de sua construção permaneça um mistério, sabemos que Callanish, assim como na maioria dos outros círculos de pedras, foi usado por povos que vieram milhares de anos depois como local de sepultamento.

(Existe um destaque sobre “círculos de pedra” aqui no Instagram, para quem quiser saber mais)

Para mim, o mais interessante em Callanish, é o seu formato, frequentemente comparado a uma cruz celta (foto 7). De um círculo de 13 pedras, saem linhas de pedras para os quatro pontos cardeais: braços menores para sul, leste e oeste, e uma grande avenida para o norte. No centro, há uma câmara de sepultamento.

Não cabe, em um post, todas as coisas interessantes sobre este lugar, mas algumas curiosidades são:

As pedras estavam cobertas por uma camada de turfa que chegava a 1.5m de altura, deixando-as bem mais baixas do que vemos hoje. Foi só no final do século XIX que essa turfa foi retirada e, por muito tempo, a marca na coloração ainda era visível. (Foto 8)

Uma das lendas mais famosas sobre o local diz que as pedras são gigantes que foram petrif**ados por St Kieran, como punição por terem se oposto ao cristianismo. (Foto 9) Claro que as pessoas que inventaram essa lenda não sabiam que as pedras já estavam ali 3000 anos antes de Cristo, então a história nem faz sentido.

A não ser que os gigantes estivessem protestando contra outra coisa, como por exemplo turistas que acham bonito f**ar empurrando-as ou tentando subir nelas. Estou com eles nessa.

26/09/2024

O Iain Burnett é o “chocolatier” (“chocolateiro”, em bom português, não soa tão chique, não é?!) mais famoso da Escócia.

A sua loja, com café, f**a em Perthshire, e é cheia de coisas lindas. Além de chocolates, de todos os tipos, todas as formas, e todos os sabores (até de capim-limão!), também vendem presentes, livros, cartões, etcs.

Provamos a trufa que ganhou um prêmio de “melhor do mundo”. Era ótima, mas sinto que preciso provar todas as outras do mundo antes de poder corroborar esse título. Também provei um brownie (maravilhoso!) e um chocolate quente. Saí de lá sem poder ver chocolate na minha frente 🙃, mas levei alguns para casa.

Para mim, o mais impressionante mesmo, foram as pinturas e esculturas, feitas com chocolate (últimas fotos). Me lembraram um reality show de esculturas de chocolate, que assisti uma vez e que me deixava com vontade de largar tudo para trás e virar chocolatier também (mesmo tendo zero talento).

Mais nos stories.

22/07/2024

Algumas das mensagens que recebi este mês, de clientes de tours. 🥰🙏

Sempre tive muita sorte com isso, com as pessoas que me procuram para tours e, quando o alinhamento do universo está correto (pois tenho pouca disponibilidade e é difícil as datas coincidirem), permitem que eu, nesse tempo, compartilhe com elas meus lugares e histórias favoritos desse país tão lindo. 🏴󠁧󠁢󠁳󠁣󠁴󠁿

E, ainda por cima, são pessoas queridas, educadas, boas companhias e que, muitas vezes, me ensinam muito também, sem nem perceber. Que sorte, não? 🍀❤️

02/06/2024

Quando o 3o Duque de Argyll reconstruiu o Castelo de Inveraray, em meados do século XVIII, ele olhou em volta e não gostou do que viu. O velho vilarejo de Inveraray atrapalhava a vista do lago.

Então, o que ele fez? Mandou reconstruir o vilarejo inteiro um pouco mais longe, onde não obstruísse sua vista. Uma simples solução…

Quando o novo vilarejo ficou pronto, as pessoas tiveram que aplicar para os alugueis. Mas quando o moleiro teve seu pedido negado, ele carregou essa pedra do moinho até o jardim do castelo e declarou que ela estava amaldiçoada: qualquer Duke de Argyll que encostasse nela morreria!

Será que algum teve coragem de testar? Você teria?

24/05/2024

Gostei tanto dessa foto que vem pro feed! 😍🌳

16/04/2024

Vida de cão apreciador da natureza. 😂😍

09/04/2024

Hoje é Dia Nacional do Unicórnio! 🦄🏴󠁧󠁢󠁳󠁣󠁴󠁿

O unicórnio é o animal nacional da Escócia, e está em brasões, estátuas, tapeçarias reais, etc. Um olhar atento encontra vários, em um dia de turismo pela Royal Mile, por exemplo (aliás, vai rolar um tour inédito por lá neste sábado, informações nos stories!).

Ninguém sabe o motivo de o unicórnio ter sido escolhido como animal nacional, mas eu tenho uma teoria, vou colocar o link nos stories, leiam e me digam se concordam que só pode ter sido assim!!)

Ele sempre aparece acorrentado porque, no folclore, era considerado um animal selvagem e indomável. Mas a coroa no pescoço dele, com a corrente, indica que o rei é tão poderoso que conseguiu domá-lo. Ou seja, o unicórnio acorrentado pela coroa é um símbolo do poder dos reis da Escócia.

Nós não somos tão poderosos assim, então nem nos atrevemos a tentar domar um unicórnio, quando vimos um (foto) em uma aventura no sul da Escócia. 😉 Mas o Pedro fez um pedido a ele e, como unicórnios são animais mágicos, foi atendido. ✨

06/03/2024

Escócia: se vier, fale comigo antes! 😉🏴󠁧󠁢󠁳󠁣󠁴󠁿😁

Sou ruim de propaganda, então obrigada a todo mundo que me manda mensagens comentando e dizendo que gostou - sempre esqueço de pedir depoimento! Tomei a liberdade de usar algumas nesse post. 😊🙏🏴󠁧󠁢󠁳󠁣󠁴󠁿

21/02/2024

Castle Stalker: Se beber, não troque seu castelo por um barco.

Se arrepender de decisões tomadas durante o furor de uma embriaguez não é algo novo. Mas um escocês conseguiu que sua bebedeira causasse dor-de-cabeça em seus descendentes por quase três séculos.

Durante uma festa daquelas, em 1620, Mac Ian Stewart achou que seria divertido trocar o castelo que estava em sua família há séculos por um barco, em uma aposta. E foi assim que o Castle Stalker trocou de mãos e passou a pertencer a um sujeito chamado Donald Campbell.

Décadas depois, um descendente de Mac Ian conseguiu “ganhar” o castelo de volta, através de favores para o rei. Mas os Campbells não aceitaram a decisão e cercaram o castelo até tomá-lo de volta.

Ao longo dos séculos, os Stewarts fizeram outras tentativas de recuperar o castelo de sua família, todas sem sucesso. Até que, em 1908, Charles Stewart conseguiu comprar o castelo de volta, mas este já estava abandonado e em péssimo estado. Tanto trabalho, e tantas brigas, só porque o vovô Mac Ian exagerou no whisky...

Eu fico imaginando gerações de pequenos Stewarts, nascidos em um barraquinho ali perto e sempre escutando os pais deles apontarem para o Stalker e falarem: “Está vendo aquele castelo na ilha? Era nosso. Todo nosso! Mas aí seu avô Ian bebeu todas e hoje nós só temos esse barco…”

O castelo ainda pertence aos Stewart, mas é possível agendar uma visita durante os meses de verão. As datas são bem limitadas, e o acesso é por barco, e dependente da maré.

(Essa história está lá no blog há anos, completa e com uma lenda esquisita de um fantasma/ovni/orb. ) Quem quiser ler o post inteiro, é só ir lá e digitar “Stalker” na busca.

24/01/2024

Eu sempre me achei feia. E sempre tive confirmação externa disso. Às vezes me diziam na cara mesmo (as bonitinhas da escola), às vezes pelas costas (e eu escutava), então eu sabia que não era uma questão de me achar feia. Era um fato, e pronto.

Mas tudo bem, porque acredito em reencarnação então, quando era mais nova, eu pensava que, se eu fosse boa nesta vida, talvez pudesse voltar bonita em uma próxima vida. Ainda bem que a gente amadurece, f**a mais sábia, se dá conta do real valor das coisas. Hoje eu sei que beleza não é importante. Quero voltar é rica! 😁

Brincadeiras à parte, isso deixou de ser um problema quando baseei minha autoestima em outros atributos. Mas nunca gostei de fotos. Me vejo e instintivamente acho mil defeitos, na certeza de que todos vão perceber o mesmo.

Encarei o desafio de fazer esse ensaio fotográfico com a sabendo disso, sabendo que seria muito difícil eu gostar de mim em alguma foto, por mais que eu gostasse da foto como um todo, como arte. E confesso que, sim, eu vejo os defeitinhos, as marcas do tempo, mas também consigo ver beleza. Aliás, eu vejo essas fotos e penso, com satisfação (e certa surpresa) que até que virei uma quarentona bonitona!! Quem diria?! E nem precisei esperar outra vida.

Então, pessoas, peço desculpas antecipadas mas vou postar várias fotos do meu dia de modelo por aqui. Tanto porque eu finalmente tenho fotos que adoro (queria poder ter uma dessas no meu passaporte!) quanto pra incentivar vocês a fazerem o mesmo!! A gente às vezes se olha com olhos tão cruéis, tão cheios de críticas… e uma experiência assim ajuda a mudar um pouco isso.

Obrigada, Ariana, por essas imagens, pela sua sensibilidade incrível, e por toda a paciência que teve para me guiar nesse ensaio. Mas obrigada, principalmente, pelo talento de captar uma beleza que sempre tive dificuldade de enxergar mas que, com essas fotos, consigo ver. ❤️🤩

21/11/2023

Clava Cairns é um cemitério pré-histórico de cerca de 4000 anos, composto de “cairns”, que são câmaras funerárias arredondadas, com menires (pedras erguidas na vertical) ao redor, formando um círculo ao redor de cada cairn.

Já tem post aqui e no blog sobre este lugar. O que eu queria mostrar aqui é como algumas dessas pedras que formam um círculo foram utilizadas na construção do muro. E uma delas, inclusive, ficou do outro lado da rua que passa ao lado.

Tanto o muro quanto a rua são antigos, provavelmente de uma época em que não se tinha a consciência histórica de hoje e por isso não houve a preocupação de manter a estrutura junta. Ao longo do tempo, era muito comum que pessoas usassem pedras de construções pré-históricas para suas próprias construções.

Considerando isso, eu acho incrível que tanta coisa tenha se preservado, mas penso muito nas que desapareceram.

15/11/2023

O programa de domingo foi fazer uma “Treasure Trail”, que é uma espécie de caça ao tesouro mas com vários temas diferentes. A gente compra o mapa na internet, imprime, e voilà, uma tarde de diversão garantida. São específ**as de cada lugar, e tem no Reino Unido inteiro. Já fizemos algumas e valem sempre muito a pena porque sempre passam por cantinhos bonitos que talvez nem fôssemos se não fosse por elas.

A que fizemos foi em South Queensferry, e era um murder mystery. As crianças tinham que sair andando pelo vilarejo procurando as pistas (e aprendendo sobre a história do local, ainda!) que, no final, ajudavam a descobrir quem era o assassino. Os meninos adoraram! Saímos tarde de casa então anoiteceu muito rápido mas deu tempo de fazer toda. E ainda curtimos o pôr-do-sol, com direito a sorvete depois, de prêmio pela investigação criminal.

Super recomendo pra quem tem crianças aqui. É só buscar por Treasure Trails e escolher uma pra fazer perto de onde você está. São especialmente úteis nessa época do ano, pra darem uma animada a sair de casa e caminhar por algumas horas ao ar livre.

27/10/2023

Já fiz post sobre o Midhope (Lallybroch, em Outlander), mas faltou mostrar esses detalhes:

Logo na entrada, o doocot (pombal) que também foi utilizado nas filmagens. Aparece só de passagem na temporada 1, mas na temporada 3 é o local onde o Fergus procura pelo revólver escondido.

Nas últimas fotos: um dos funcionários do local teve a ideia de colocar os nomes dos personagens nas caixas de correio, como se eles realmente morassem lá. Perguntei a ele se já haviam postado alguma carta de amor para o Jamie (imaginei que teria muitas 😂), e ele me disse que ainda não porque fazia poucos dias que havia colocado. Achei a ideia muito bacana, aproximou mais a ficção da realidade.

17/10/2023

Postando só pra não desperdiçar essa foto que gostei 😍

13/10/2023

O Midhope Castle costuma ser o lugar que fãs de “Outlander” mais querem visitar. Este pequeno castelo foi escolhido para ser “Lallybroch”, na série, o lar ancestral do protagonista, e palco de grandes emoções.

Só que, na vida real, sua história tem poucas emoções. Quer dizer, tenho certeza que acontecimentos pessoais importantes e emotivos ocorreram no local, assim como em todas as casas. Mas, do ponto de vista histórico e informativo, de interesse turístico, há muito pouco a narrar.

Construído entre os séculos XV e XVI, o Midhope serviu de residência para várias famílias nobres locais: os Martin, os Drummond, e os Livingston. A inscrição do portão, “AD 1582 MB”, marca o casamento de Alexander Drummond e Marjory Bruce.
Em 1678, John Hope adquiriu o castelo, e fez as últimas obras nele. Os Hope adquiriram todas as terras ao redor e, mais tarde, construíram a Hopetoun House, que também pode ser visitada e também foi utilizada nas filmagens de Outlander.

O castelo foi, então, utilizado como residência para funcionários. Segundo um censo de 1851, 53 pessoas moravam nele. Com o tempo, foi abandonado e agora está em ruínas por dentro, embora o exterior tenha sido restaurado e reforçado em 1988.

Algumas fãs do seriado se revoltam porque acham que o governo deveria restaurá-lo. Realisticamente, não existe uma importância histórica que justifique o imenso investimento público com isso. Existem quase 3000 castelos, entre inteiros e em ruínas, na Escócia. Não se pode restaurar todos, e nem seria desejável.

Mas o aumento da popularidade do Midhope e do fluxo de visitantes, por causa do seriado, já chamou a intenção de investidores privados. Uma destilaria está para ser construída atrás do castelo, e os planos incluem a possível restauração de um pedaço do castelo, talvez até com quartos para acomodação turística.

Ou seja, é possível que, em um futuro próximo, você possa se hospedar em Lallybroch. 😍

…..

09/10/2023

Cripta abandonada. 👀

03/10/2023

Já tinha postado nos stories mas essas fotos com meu modelo predileto merecem o feed, e aí já f**a aqui a dica de atração em Edimburgo: Camera Obscura & World of Illusions.

05/09/2023

Quando os romanos chegaram na Escócia, encontraram um povo que eles chamaram de "pictos", por terem o corpo "pintado" com tatuagens.

Esses pictos eram os descendentes dos primeiros habitantes da Escócia, aqueles que se estabeleceram aqui há cerca de 12 mil anos (antes disso, tudo estava coberto de gelo).

Tudo que sabemos deles vem do que os romanos deixaram escritos e de pesquisas arqueológicas.

Sabemos que eles viviam em pequenas comunidades tribais, e que se uniram, com sucesso, para lutar contra os romanos (o "Asterix" da Escócia era tatuado!!).

Sabemos várias outras coisas mas, neste post, quero mostrar algo valioso que eles nos deixaram: pedras esculpidas, como essas das fotos.

A grande verdade é que ninguém tem certeza do que esses símbolos nas pedras realmente signif**am, mas na arqueologia costumamos os dividir em três categorias: animais, geométricos, e cotidianos.

O "Crescente em Haste-V" (aparece na segunda e na quarta fotos) é bastante comum, e um dos meus favoritos. Em um deles, percebe-se uma meia lua estilizada, em um "V que termina em flechas.

O "Disco Duplo" e a "Haste em Z" também aparecem com bastante frequência (fotos 1, 2 e 3).

Não vou entrar nas teorias porque, como eu disse, os signif**ados reais desses símbolos permanecem um mistério. O que, na minha opinião, torna tudo isso ainda mais especial! 😍✨️

(Vou mostrar mais um pouco nos stories, assim que der. E também tem outro post aqui e no blog sobre os pictos. Lá, é só usar a lupa para buscar. Aqui, eu não sei porque a Meta ainda não implantou uma busca!)

Vida na Escócia