15/12/2021
30 anos de municipalismo em Cabo Verde
Completam-se hoje 30 anos sobre as primeiras eleições autárquicas em Cabo Verde, em que o MpD ganhou oito câmaras, os independentes quatro e o PAICV duas, segundo a Direcção de Serviços de Apoio Eleitoral (DESAPE).
Num ano, era pela terceira vez que os cabo-verdianos eram chamados às urnas, desta feita, para escolherem os governos locais.
O Movimento para a Democracia (MpD) ganhou as câmaras de Praia, Santa Cruz, Santa Catarina, Tarrafal, São Nicolau, Ribeira Grande, Porto Novo e Brava, enquanto o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) saiu vencedor na Boa Vista e no Fogo.
Segundo o jornal Voz di Povo, da época, os independentes Onésimo Silveira, Alcídio Tavares, José Teixeira Azevedo e Amílcar Andrade, respectivamente, ganharam as câmaras de São Vicente, Paul, Sal e Maio.
Onésimo Silveira havia sido apoiado pela União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), enquanto Alcídio Tavares contou com o apoio do PAICV e José Azevedo e Amílcar Andrade pelo MpD.
No município da Praia. concorreram dois grupos independentes, sendo o Pro –Juventude Democrática, liderado por Emanuel Sapinho Monteiro (Nelito) e o Grupo Independente para a Melhoria do Concelho da Praia, encabeçado por António Carlos Tavares (Sabú), um oficial militar na reforma.
Boa Vista contou com um único candidato, na circunstância o do PAICV, Eutrópio Lima, porque o MpD entregou as listas fora do prazo. O partido de Carlos Veiga recorreu da decisão da Comissão Eleitoral local junto do Tribunal Supremo da Justiça, mas esta instância judicial negou provimento à reclamação.
Na Ribeira Grande, em Santo Antão, o grupo independente Unir, Democratizar e Desenvolver- Ribeira Grande (UDD-RG), encabeçado por João José Spencer, quis que as eleições neste município fossem adiadas por um período não inferior a 45 dias e a substituição imediata dos titulares dos órgãos institucionais, nomeadamente o delegado do Governo, o Conselho Deliberativo e as direcções regionais do Ministério das Obras Públicas e do Ministério do Desenvolvimento Rural, mas o executivo não aceitou.
Entretanto, nas vésperas dessas autárquicas, em cerimónia presidida pelo primeiro-ministro, Carlos Veiga, o edifício da antiga Câmara Municipal da Praia, onde durante 15 anos funcionou a sede da Chefia do Governo, foi devolvido ao município.
Às primeiras eleições municipais, os partidos políticos apresentaram, ao todo, 17 listas, sendo o MpD 10 e o PAICV 7 e os grupos independentes 14.
Na Praia, concorreram quatro candidatos: Jacinto Santos (MpD), Nuno Duarte (PAICV), António Carlos Tavares (GIMCP) e Emanuel Sapinho Monteiro (Pro-Juventude Democrática).
Em Santo Antão, candidataram-se Jorge Santos (Ribeira Grande); César Almeida (Porto Novo), Pedro Monteiro (Paul), todos nas listas do MpD; Natalino Rocha (Grupo Independente para o Desenvolvimento do Porto Novo-GIDPN); João José Spencer (Grupo Independente Unir, Democratizar e Desenvolver- Ribeira Grande -UDD-RG;) e Alcídio Tavares (Grupo Independente para o Desenvolvimento Socio-económico do Paul – GIDSP).
Para a Câmara Municipal de São Vicente concorreram Onésimo Silveira (Movimento para Renascimento de S. Vicente); Moacyr Rodrigues (PAICV) e Alfredo Ferreira Fortes (MpD).
A autarquia da ilha do Fogo foi disputada por Eugénio Veiga (PAICV) e João do Rosário à frente do grupo independente “Pa Frente Djarfogo”.
No Maio, Amílcar Andrade chefiou o grupo Alternativo para o Desenvolvimento do Maio (GAPDM) e Nadir Frederico liderou a lista do PAICV.
No Tarrafal, houve uma corrida entre primos. Jacinto Furtado, apoiado pelo MpD e Carolino Dias, do grupo independente Nova Esperança para Tarrafal (NETA).
Na Brava, Jorge Nogueira (MpD) disputou com António Pina (PAICV) o cadeirão do Paços do Concelho da Nova Sintra.
No Sal, o independente José Teixeira de Azevedo (Frente de Desenvolvimento da Ilha do Sal- FDIS) e o também independente Carlos Lopes (Promoção da Ilha do Sal- Pro-Sal) estiveram a medir as forças para conquista da câmara local.
Na Boa Vista, o candidato do PAICV concorreu sozinho, embora tivesse manifestado ao enviado especial do “Voz di Povo” que gostaria de ter um adversário.
Em Santa Cruz, Frutuoso de Carvalho encabeçou o Movimento de Apoio à Candidatura Independente de Frutuoso (MACIF) que disputou a autarquia local com Pedro Alexandre Rocha (MpD) e o professor Brito (PAICV).
A câmara de São Nicolau foi disputada entre João de Deus Lopes da Silva (MpD) e António Lopes Soares, do grupo Cidadãos Independentes de S. Nicolau (CINS).
Em Santa Catarina, Celestino Almada (MpD) esteve na corrida à câmara com Aires Borges que liderou Grupo de Apoio à Lista Independente de Santa Catarina (GALIS).
No Maio, Amílcar Andrade, à frente do Grupo Alternativa para o Desenvolvimento do Maio (GAPDM), foi à luta com Nadir Frederico (PAICV)
Eis os vencedores das primeiras eleições autárquicas em Cabo Verde: Jacinto Santos (Praia) Onésimo Silveira (São Vicente), Pedro Alexandre Rocha (Santa Cruz), Jacinto Furtado (Tarrafal), Celestino Almada (Santa Catarina) Eugénio Veiga (Fogo), Jorge Nogueira (Brava), Eutrópio Lima da Cruz (Boa Vista), José Azevedo (Sal), João de Deus Lopes da Silva (São Nicolau), Amílcar Andrade (Maio), Jorge Santos (Ribeira Grande), César Almeida (Porto Novo) e Alcídio Tavares (Paul).
Fonte: https://inforpress.cv/efemeride-15-de-dezembro-de-1991-15-de-dezembro-de-2022-30-anos-de-municipalismo-em-cabo-verde/
Publicado por: VM