Para entender como o surgiu o projeto vocês precisam conhecer um pouco da pessoa que aqui vos fala.
Meu nome é Tatyane Ribeiro (mas podem me chamar de Taty) sempre fui apaixonada por História daquelas que podem passar o dia inteiro conversando sobre o assunto, quanto mais antigo melhor! Em 2013 tive a oportunidade de realizar um intercambio voluntário por meio da AIESEC, e escolhi o Egito de cara, mas o que eu sabia do país era sua história ancestral do Egito moderno não sabia NADA!
Para terem uma ideia só fui saber que era um país árabe quando já tinha a passagem e só então decidi pesquisar sobre.
Mas apesar de todas as pesquisas nenhum site ou depoimento que li realmente me preparou para o Egito, acredito que isso aconteça com todos, pois, o Egito é uma montanha russa de sensações e energias, e com todos os ‘’perrengues’’ aqueles 3 meses foram os mais desafiadores e com certeza também os melhores de minha vida!
Após retornar ao Brasil, terminar a faculdade, começar outra faculdade, trabalhar, etc. Voltei ao Egito em abril de 2018, desta vez como turista para visitar os lugares históricos que não pude ir em 2013.
Nesta experiência como turista experimentei as mesmas sensações que da primeira vez, mas me sentindo muito mais preparada com certeza. Não vim com um roteiro pronto, sagitariana raiz que sou eu sabia os lugares que queria ir porém, não tinha nada planejado queria chegar lá e ir de acordo com o que estivesse sentindo no momento.
Cheguei ao Cairo encontrei meus amigos e nos primeiro dias decidi como seria minha viagem, passei 3 semanas no Egito e fiz Alexandria, Luxor e Aswan. Em toda a viagem eu estava sozinha ia até a estação de trem, comprava minha passagem (dependia da ajuda de ‘estranhos’ para isso porque só sabia algumas poucas palavras em árabe e não havia sinalização em inglês) fazia o booking do hotel online e me virava na cidade com o Uber.
Nos dias que se seguiram não conseguia parar de pensar em minha situação como turista e como mulher. Todas nós nascemos com o estigma de ter regras de comportamento estabelecidas por homens, como disse James Brown “It´s a man´s world”, mas durante aqueles dias isso me incomodou muito mais do que o usual (o que já era muito, sendo feminista de berço).
Incomodava-me ainda mais em pensar nas mulheres que como eu que sonham em conhecer o berço da humanidade, mas tem medo, que querem viajar sozinhas e independentes de agências, que querem ter a liberdade de escolher o que visitar e quando jogam as palavras “mulher viajar sozinha Egito” no Google todos os artigos dizem “preferencialmente não vá sozinha ao Egito”, “é sempre melhor acompanhada de um homem” ou “vá com uma agência. Estes são conselhos válidos e realmente irão lhe garantir uma viagem mais tranquila e segura.
No entanto, não me conformei.
Não aceitei que isto seja normal e que esta é a única realidade para a mulher que queira conhecer o maior país/museu a céu aberto do mundo, não era possível que não existisse nada que pudesse ser feito. Foi quando surgiu a SINA.
Queremos mostrar as belezas desse país que tem o poder de cativar, um país que possui segredos e mistérios que ainda hoje não conseguimos desvendar. Um país com um povo alegre, sabores invejáveis, belezas ancestrais e uma energia revigorante.
Sempre que conversava com alguém sobre minha viagem 90% dos comentários eram “mas você vai/está sozinha?” ou “Você não tem um namorado para te acompanhar?”, sempre respondia que sim estava sozinha e que era assim que queria que fosse não compreendendo as expressões de espanto ou incrédulo de alguns.
Portanto, SINA que significa “She Is Not Alone” (Ela não está sozinha) é um projeto formado por mulheres e para mulheres e ambicionamos ser o porto seguro das viajantes na terra dos faraós. E quanto mais pensava no assunto, formulava metodologias, imaginava a repercussão e sonhava com o impacto mais tive a certeza de ser este meu caminho, meu propósito, minha SINA.