29/04/2023
POR QUE A ESFINGE DE GIZÉ NÃO TEM NARIZ?
É impossível que você não tenha reparado: sempre que aparece uma foto desse famoso monumento, a falta da napa chama a atenção. Você já se perguntou por quê? Não? Bom, eu vou responder assim mesmo, tá? Mas existem outros mistérios que envolvem essa estátua com corpo de leão e cabeça de homem.
A Grande Esfinge de Gizé impressiona: tem 72 metros de comprimento e 20 metros de altura. Porém, o corpo ficou enterrado na areia por séculos. Só aparecia a cabeçona. Somente a partir da década de 1920 é que começaram a desenterrar a parte do leão. Aí começou a dar mer… A escultura, que estava protegida pela areia do deserto, começou a erodir sob os ventos e a umidade do ar.
Essa criatura de pedra teria sido esculpida há 4.500 anos por ordem do faraó Quéfren. A hipótese mais aceita é que represente o deus Ruti, guardião do mundo inferior. Mas a fuça do bicho foi inspirada no rosto do Quéfren. E o objetivo era proteger as pirâmides – as tumbas dos faraós (tá certo que não encontraram nenhum corpinho lá dentro até agora, mas a maioria dos arqueólogos batem o pé dizendo que eram túmulos). Existe até uma inscrição na boca da esfinge ameaçando fazer picadinho de quem se atrever a violar o local. Não com essas palavras.
Tem outra: alguns pesquisadores sugerem que o monumento tenha sido construído cerca de 10 mil anos a.C., baseados na análise do calcário e sinais de erosão provocados pela água. Ou seja, muito antes de qualquer faraó conhecido. Lascou. Já vão falar dos extraterrestres de novo. Pelo amor de Rá!
E o nariz? Teorias não faltam. Por muito tempo, historiadores alegavam que as tropas de Napoleão Bonaparte seriam as responsáveis pelo estrago. Na invasão do Egito em 1798, o comandante teria ordenado um tiro de canhão na direção da cara da escultura gigante. Nada a ver. Desenhos feitos em 1737 já ilustravam a estátua sem o narigão.
Um outro historiador do século 15, um tal de Al-Maqrizi, atribui a perda da venta ao vandalismo. Segundo o Al, um fanático religioso muçulmano chamado Muhammad Sa’im al-Dahr, ao ver camponeses deixando oferendas à esfinge na esperança de aumentar suas colheitas, ficou nervosinho e causou o estrago.
A versão mais atual é a de que, entre os séculos 16 e 17, cristãos coptas (egípcios que adotaram o cristianismo) ou os otomanos tenham cortado fora essa parte da esfinge, mas não por acaso. No Egito antigo, os ladrões tinham o nariz extirpado como forma de punição. E também servia pra quem batesse o olho no sujeito já saber que se tratava de um gatuno. Com o tempo, os egípcios e também alguns povos invasores passaram a mutilar estátuas assim como forma de, simbolicamente, tirar a honra de uma pessoa.