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Kibbutz Nachshon e as Crises ideológicas – Jayme Fucs BarO Hashomer Hatzair movimento que foi parte importante de minha ...
26/10/2024

Kibbutz Nachshon e as Crises ideológicas – Jayme Fucs Bar

O Hashomer Hatzair movimento que foi parte importante de minha vida, se caracterizava por uma forma de atuação ideológica pragmática, que se fazia notar na pedagogia da tnuá, (Movimento) na forma pela qual o movimento concebia a sociedade ideal. Fazia-se aliá (Imigração para Israel) com a intenção de se realizar no kibutz, enquanto Israel f**ava em segundo plano.

A tnuá, através do seu processo educativo, dava-nos a sensação de sermos capazes de mudar a realidade. Os valores eram muito claros, não apenas em termos do socialismo marxista, mas também em relação às posições políticas da direita de Menachem Beguim e das concepções do MAPAI, o partido majoritário de 1948 a 1977, que buscava manter-se sempre "em cima do muro". Aos seguidores do MAPAI chamávamos de "socialistas cor de rosa".

Um bom exemplo foi o que ocorreu alguns anos após a Guerra dos Seis Dias, cuja postura permitiu colonizar os territórios conquistados. Ao lado de Nachshon existia uma aldeia árabe, chamada Emaus, que o governo ordenou destruí-la após a vitória militar de junho de 1967 e na qual nós, do kibutz, decidimos não pisar pelos sentimentos de pesar e vergonha do que lá ocorreu depois da guerra.

No meu período de imigração para o kibutz f**aram claras as razões da quebra ideológica dos membros do garin, ( grupo de brasileiros) ) processo que se intensificou com a ida deles para o exército e a obrigação de proteger colonos nos territórios ocupados.

O auge da quebra ocorreu com a primeira Guerra do Líbano, em 1982, na qual os chaverim do garin (membros do grupo brasileiro) haviam sido convocados a lutar por algo em que não acreditavam, guerra que não condizia com os valores ideológicos nos quais foram educados. Muitos participaram dessa guerra, e quando voltaram, decidiram abandonar o país.

A crise pessoal se expressou também pelo que acontecia dentro do próprio kibutz. A estrutura sociodemográf**a das primeiras gerações de chaverim de Nachshon era composta por sabras, ( Judeus nascidos em Israel e não imigrantes) que viam os chalutzim ( pioneiros) de outros países, a exemplo dos brasileiros ou anglo-saxões, como gente inadequada ao trabalho duro, imbuídos de valores "diaspóricos", que a maioria dos sabras repudiava. Essa questão interna, de valores e identidades opostas, criou muitíssimos conflitos e tensões.

No kibutz, nos deparamos com a prática de uma forte cultura stalinista que resultou no estabelecimento de uma casta burocrática, uma espécie de elite "ideológica" que usufruía de regalias que a maioria não possuía. Eram pessoas ligadas ao Kibutz Artzi e ao MAPAM. A prática era como um jogo de cartas marcadas. Por um lado, deixavam-nos discutir nas assembleias gerais do kibutz por horas a fio e, por outro lado, no final das discussões, utilizavam o termo "din hatnuá", o que signif**ava que éramos obrigados a aceitar decisões instituídas pelo movimento kibutziano.

Do contrário, teríamos que nos submeter a pressões sociais que tornariam muito difícil a vida no kibutz.
Nos anos 1980, o kibutz se assemelhava ao modelo tradicional do movimento juvenil em que os veteranos eram como os madrichim, no sentido em que concentravam funções e posições de mando dentro num círculo fechado, com postura arrogante, como se fossem semideuses.

Essa estrutura se rompeu com a crise econômica que assolou o movimento kibutziano no final dos anos 80'. Com todos os pesares, tiveram que abrir espaço para uma nova geração e opunham-se a qualquer mudança da estrutura tradicional do kibutz. Durante anos, os veteranos criaram uma espécie de sindicato com o propósito de evitar qualquer mudança.

Eu fui secretário-geral do meu kibutz em 1992, com apenas dez anos de vida nele. A crise era tão aguda que não havia dinheiro nem para papel higiênico. A crise econômica parecia pôr fim ao kibutz que devia bilhões aos bancos. Uma geração de jovens, nascidos e criados nos kibutzim, tiveram que abandoná-los, e para os veteranos resultou difícil renunciar ao poder absoluto do qual usufruíram durante 42 anos.

Em Nachshon se criou um triunvirato com um mandato de três anos para salvar o kibutz da crise socioeconômica. Eu tinha 34 anos e pertencia a um garin brasileiro; o segundo dessa liderança tinha 30 anos e era alguém que nasceu no kibutz, enquanto a terceira, com 45 anos de idade, pertencia a um garin israelense.

O processo de mudança foi muito doloroso e terminou em 2006. O kibutz ficou dividido por um lado, aos "bolcheviques", pertinentes aos veteranos e, por outro, aos membros de uma nova geração que clamavam por mudanças. Confesso que até hoje há gente que me diz que eu acabei com o kibutz, aos quais respondo com um "graças a Deus", do contrário, esse lugar seria um asilo de velhos e com certeza deixaria de ser kibutz.

Hoje eles culpam a minha geração como aqueles que dissiparam seus sonhos do kibutz cooperativista. A geração de veteranos jamais entenderá que foram eles próprios os verdadeiros responsáveis pela crise e consequências que tivemos que suportar até poder solucionar os problemas para sobreviver como kibutz inovador.

Outra crise ideológica que vivenciamos ocorreu durante o racha no MAPAM, quando o partido político SHELI, de orientação mais à esquerda, ofereceu alternativas à participação do MAPAM na coalisão com os trabalhistas (MAPAI). A maioria dos membros do garin, eu inclusive, nos filiamos ao SHELI, o que gerou uma tensão interna em Nachshon, também porque essa atitude rompeu com o "din hatnuá" (coletivismo ideológico).

Pessoas costumam perguntar por que, ao final das contas, permaneci em Nachshon quando a maioria absoluta do garin voltou ao Brasil?

Confesso que não tenho uma explicação clara, mas penso que tive a coragem de enfrentar os paradigmas existentes no kibutz e também por haver conhecido a minha mulher, nascida em Nachshon, filha de pioneiros do Hashomer Hatzair da África do Sul.
Apesar de eles se estabelecerem no kibutz cinco anos depois da sua fundação, eles jamais foram vistos como veteranos. Eu me identif**ava muito com eles e com o tempo se tornaram minha nova família. Me senti seguro nas lutas e bandeiras que levantei, sentia que eu não estava sozinho e tampouco era um Dom Quixote.

Sinto que fiz parte da grande revolução que ocorreu em Nachshon, a ponto de dizer, hoje, que nos encontramos numa posição jamais alcançada quando éramos um kibutz "bolshevique" cooperativista. A qualidade de vida em Nachshon é muito boa, a economia do kibutz foi restaurada e, acima de tudo, vivo junto com meus dois filhos e seis netos, e me sinto realizado.

*Texto escrito no Livro " No desvanecer do Fascínio" Memorias de veteranos do Hashomer Hatzair - Organizador por Avraham Milgram (Editora Talu Cultural 2024)

Em homenagem a Henry Sobel  e a Vladimir Herzog - Jayme Fucs BarEu tinha 17 anos de idade quando, em 25 de outubro de 19...
25/10/2024

Em homenagem a Henry Sobel e a Vladimir Herzog - Jayme Fucs Bar

Eu tinha 17 anos de idade quando, em 25 de outubro de 1975, ocorreu o assassinato do jornalista judeu Vladimir Herzog, em São Paulo, nos porões do Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna, o terrível DOI-Codi da Ditadura Militar, uma máquina de perseguir e matar gente.

E o absurdo foi que Herzog chegou de forma voluntária para prestar esclarecimentos sobre a acusação de ser ativista do Partido Comunista Brasileiro. Herzog foi torturado e assassinado cruelmente pelos carrascos da Ditadura Militar.

Como era comum na época, o corpo desaparecia ou simulavam a
morte por suicídio ou por ataque cardíaco.

Nesse ano, eu já atuava como ativista do Hashomer Hatzair do Rio
de Janeiro. Nós fizemos uma reunião sobre o tema com outros jovens da minha idade na nossa sede, na Tijuca, sobre a decisão comunitária de aceitar ou não a informação oficial de que Vladimir Herzog tinha se suicidado na prisão! Lembro-me do impacto que sentimos, como jovens, de pensar que não existia uma voz na comunidade judaica brasileira que pudesse falar em voz alta a verdade: Vladimir Herzog havia sido assassinado cruelmente!

Não podíamos julgar ninguém, pois esse era um período obscuro
de trevas e de medo, um período que cada brasileiro vivia de forma desesperadora! Todos tínhamos medo de ser mais um Herzog, morto nos porões do DOI-Codi.

Porém dentro desse abismo obscuro de medo e insegurança, como
sempre nos momentos difíceis do judaísmo, aparece uma luz que nos ilumina e nos traz esperanças!

Essa luz foi Henry Sobel, um jovem rabino de 31 anos que se negou
a aceitar a versão oficial dos carrascos da Ditadura Militar de que Vladimir Herzog tinha se suicidado. A farsa era total e absoluta: o DOI-Codi divulgou uma foto de Herzog dependurado pelo pescoço com um cinto, numa altura que obviamente não era suficiente para um suicídio.

Henry Sobel enfrentou a Ditadura sem ter medo das consequências e decidiu ir contra tudo e todos, inclusive as pessoas da própria comunidade judaica, pois todos os outros temiam confrontar as autoridades do Regime Militar. E, ao contrário da versão oficial e das pressões internas, Sobel enterrou Herzog como um judeu assassinado, e não como judeu que se suicidou.

Esse ato foi um desafio claro à versão oficial do Regime Militar
instalado no Brasil. Essa luz incentivou muitos jovens judeus e judias a tomar parte na luta contra a Ditadura e a resgatar o direito à dignidade do povo brasileiro. Henry Sobel, um farol para a restauração da democracia e o fim do Regime Militar.

“Remova os sapatos de seus pés, porque o local onde você pisa
é solo sagrado” (Shemot-Êxodo 3:6). O Rabino Sobel, em sua passagem aqui na Terra, teve a capacidade de tornar sagrado o próprio lugar que ocupou, e será para todos um grande exemplo na luta pelos direitos humanos.

25/10/2024
Renovação e adaptação A criação de Simcha Torá Jayme Fucs BarShemini Atzeret é um feriado descrito na Torá que começa no...
24/10/2024

Renovação e adaptação A criação de Simcha Torá Jayme Fucs Bar

Shemini Atzeret é um feriado descrito na Torá que começa no dia
22 de Tishrei, um dia após o sétimo e último dia de Sucot.
O termo shemini atzeret (assembleia) indica que, no período do
templo, as pessoas se reuniam na sucá no oitavo dia para oração e realização do sacrifício no templo.

Atualmente comemoramos também outro feriado chamado Simcha
Torá, que na verdade é mais uma tradição do que um feriado determinado na Torá. É importante saber que Sheminit Atzeret e Simcha Torá não são o mesmo feriado.

O costume de se comemorar Simcha Torá foi criado pelos judeus
da Babilônia nos séculos VI e VII, quando os nossos sábios sentiram a necessidade de redefinir o fim da leitura da Torá, que aconteceria uma vez por ano, bastante diferente do costume do período bíblico em que se comemorava o fim da leitura da Torá a cada três anos e meio.

A criação desse novo festejo, Simcha Torá, era uma forma prática
e pedagógica de marcar um ciclo de leitura da Torá no mesmo ano do calendário judaico e também o fim de Sucot. Foi uma data escolhida de forma sábia para essa adaptação a fim de fortalecer a identidade judaica.

As mudanças nos costumes e na tradição judaica são constantes, mas é uma pena que as pessoas não tenham consciência disso; muitos acreditam que o judaísmo é algo estático, sem movimento ou que tudo o que fazemos faz parte das leis da Torá. Na verdade, hoje em dia vivemos muito mais o judaísmo do Talmud do que o judaísmo da Torá.

É lamentável que existam certos grupos religiosos que têm uma
grande resistência de dar continuidade ao que os nossos sábios fizeram no passado, pois eles souberam adaptar o judaísmo ao seu tempo, à realidade e às condições do mundo que viviam — graças a eles, o judaísmo continua vivo.

Importante saber que o judaísmo conseguiu uma proeza única na
história: sobreviver durante 2 mil anos na diáspora depois da destruição do Segundo Templo. E isso se deu em razão de dois princípios básicos, a renovação e a adaptação.

Renovação e adaptação sim! Esses são os principais fatores que tornaram a civilização judaica dinâmica, viva e relevante para as futuras gerações.

Se desejarmos preservar o judaísmo, devemos manter, sem temer, o seu dinamismo e a sua forte capacidade de sobrevivência.
Enfim, seja qual for a corrente à qual você pertence ou o tipo de
judaísmo que você prática, ortodoxo, reformista, secular humanista, cabalista, reconstrucionista, conservador etc., todos são manifestações legítimas e desempenham um papel importante para a preservação e a sobrevivência do judaísmo.

Em Memória de Yehuda Bauer (z”l) - Dr. Robert J. Williams, Diretor Executivo da Finci-Viterbi, USC Shoah FoundationYehud...
20/10/2024

Em Memória de Yehuda Bauer (z”l) - Dr. Robert J. Williams, Diretor Executivo da Finci-Viterbi, USC Shoah Foundation

Yehuda Bauer (z”l) era muito mais do que seus muitos títulos merecidos, incluindo (mas não limitado a) Professor Emérito de História e Estudos do Holocausto no Instituto Avraham Harman de Judaísmo Contemporâneo na Universidade Hebraica de Jerusalém, Conselheiro Acadêmico do Yad Vashem e Presidente Honorário da Aliança Internacional de Memória do Holocausto. Ele também era um amigo e mentor.

Nascido em Praga em 1926, Yehuda e sua família deixaram a Tchecoslováquia no mesmo dia em que foi anexada pelos nazistas, 15 de março de 1939. Sua rota os levou para a Polônia e depois para a Romênia antes de finalmente se estabelecerem no Mandato Britânico da Palestina no final daquele ano.

Como estudante do ensino médio em Haifa, Yehuda se apaixonou por história. Ele se juntou ao Palmach e mais tarde ganhou uma bolsa para estudar na Universidade de Cardiff, no País de Gales. Ele retornou a Israel para lutar na Guerra de Israel de 1948-49. Mais tarde, ele se mudou para o Kibutz Shoval e concluiu seus estudos de doutorado na Universidade Hebraica. Yehuda se casou, teve uma família amorosa e levou uma vida profunda e rica, passada com muitos amigos do mundo todo. Todos que o conheciam o tinham no mais alto respeito. Muitos de nós tivemos a sorte de ter sua amizade e passar tempo com ele.

A riqueza da vida pessoal de Yehuda correspondia à sua carreira profissional. Enquanto a dissertação de doutorado de Yehuda se concentrava no Mandato Britanico, ele mudou seu foco para o Holocausto após uma conversa com o conhecido herói partidário, líder sionista e poeta Abba Kovner. Como Yehuda nos contou em seu depoimento de 2015, ele estava com medo de estudar o Holocausto. Kovner disse a ele que era necessário estudar o assunto porque era o evento mais importante da história judaica e que o medo era "um ótimo ponto de partida".

Ao escolher estudar o Holocausto, Yehuda Bauer fez uma contribuição extraordinária para a humanidade. Um verdadeiro poliglota, sua fluência em tcheco, eslovaco, alemão, inglês, hebraico, iídiche, francês e polonês permitiu que ele utilizasse uma variedade de arquivos essenciais para entender essa história e se envolver na discussão acadêmica séria necessária para abrir nossos olhos para os aspectos verdadeiramente internacionais deste assunto. Ao longo de sua carreira, ele publicou mais de quarenta livros, foi o orientador de doutorado de alguns dos principais acadêmicos em nossa área, ajudou a estabelecer vários dos periódicos mais importantes na área e ganhou mais prêmios acadêmicos do que qualquer um pode contar.

Seus prêmios e distinções incluem o Prêmio Israel de "História do Povo Judeu" em 1998, eleição como Membro da Academia Israelense de Ciências e Humanidades em 2001, o prêmio Yakir Yerushalayim (Cidadão Digno de Jerusalém) da cidade de Jerusalém em 2008 e o Prêmio EMET de 2016 em Humanidades. Suas publicações incluem From Diplomacy to Resistance (1970), My Brother’s Keeper (1974), Flight and Rescue (1975), The Holocaust in Historical Perspective (1978), The Jewish Emergence from Powerlessness (1979), ed. The Holocaust as Historical Experience (1981), American Jewry and the Holocaust (1982), Out of the Ashes (1989), Jews for Sale? (1995), Rethinking the Holocaust (2001), The Death of the Shtetl (2010), The Jews: A Contrary People (2014), The World and the Jews (2021), bem como dezenas de outros livros e pelo menos cem artigos de periódicos e outros.

Em 2015, tivemos a sorte de garantir o testemunho de Yehuda como parte de nossa coleção. A entrevista durou cinco horas. Se você tiver tempo, recomendo que assista. Tendo passado grande parte da minha vida profissional conversando com Yehuda, posso garantir que você não só aprenderá muito com ele, mas também crescerá para apreciar mais essa história e seu signif**ado graças a ele.

De muitas maneiras, todo o campo da educação, lembrança e pesquisa do Holocausto é parte do legado de Yehuda. Falando pessoalmente, ele sempre esteve presente em meus estudos. Embora histórias genéricas da Alemanha nazista tenham me atraído para esse assunto, os três volumes de Yehuda sobre as atividades do Comitê de Distribuição Conjunta Americano abriram meus olhos para o verdadeiro estudo da história. Para historiadores da minha geração, muitos dos livros que lemos na pós-graduação foram contribuições de Yehuda. Se não estivéssemos lendo Yehuda, havia uma boa chance de estarmos lendo as obras de historiadores treinados e orientados por Yehuda.

Yehuda também foi notavelmente presciente. Em 1980, ele escreveu: "O antissemitismo é, como sabemos, uma resposta irracional a desafios racionais. Ela surge em períodos de crise, como uma solução de "atalho", evitando assim a necessidade de enfrentar problemas reais com ações realistas. A conjunção de uma série de grandes crises mundiais parece ser um terreno fértil ideal para o renascimento do estereótipo antissemita.”

Na época, Yehuda era uma das poucas vozes no deserto. Sua erudição, insights e sua força de vontade franca e infatigável levaram a algo notável. Ele foi, de muitas maneiras, a força que levou à criação do que hoje é conhecido como International Holocaust Remembrance Alliance. Lá, ele serviu principalmente como o primeiro conselheiro da IHRA antes de se tornar seu presidente honorário vitalício. Líderes mundiais procuraram Yehuda para buscar conselhos sobre como garantir melhor educação sobre o Holocausto, esforços de comemoração que lembrassem o público mais amplo da importância da Shoah e iniciativas de pesquisa que sempre manteriam o assunto vivo. Quantos historiadores tiveram primeiros-ministros, presidentes e até reis os procurando? Eles podem não ter gostado da honestidade de sua orientação, mas ele sempre trabalhou a serviço da verdade e para garantir que o mundo nunca esquecesse o que aconteceu durante os anos terríveis da Shoah.

Como meu amigo e um dos alunos de Yehuda, David Silberklang escreveu uma vez, o intelecto e a percepção de Yehuda eram o resultado de sua visão clara e objetividade. Ele olhou para o Holocausto "no nível dos olhos, sem lentes coloridas, mistif**ação ou preconceito ideológico tanto quanto possível, levando as testemunhas oculares judaicas dos eventos a sério". Esses são os mesmos valores que defendemos e precisamos deles agora mais do que nunca.

As perguntas que Yehuda fez também precisam de atenção. Ele foi amplamente responsável por iniciar muitas conversas críticas necessárias hoje, incluindo a singularidade do Holocausto, os papéis dos perpetradores, as experiências de sobreviventes e vítimas, as complexidades do resgate e o cinismo com que alguns estados e movimentos usam mal a história do Holocausto.

Quando nos envolvemos com o Holocausto, a influência de Yehuda sempre permanecerá, nos guiando a questionar constantemente. A não tomar nada por garantido. A não sofrer nenhuma distorção da história. A valorizar o arquivo e a nunca ter medo de se envolver em um discurso civil em busca da verdade.

Aos 98 anos de idade, tivemos a sorte de passar muitos anos com Yehuda. Ainda não foi o suficiente. Sentiremos falta de sua orientação, senso de humor e amizade, e a memória de Yehuda Bauer sempre será uma bênção.

—Dr. Robert J. Williams, Diretor Executivo da Finci-Viterbi, USC Shoah Foundation

Original em Ingles - https://sfi.usc.edu/news/2024/10/36861-tribute-professor-yehuda-bauer

Uma bracha para Sucot! Jayme Fucs Bar Bendita seja a Sucá que nos relembra que fomos um povo nômade que viveu em cabanas...
17/10/2024

Uma bracha para Sucot! Jayme Fucs Bar

Bendita seja a Sucá que nos relembra que fomos um povo nômade
que viveu em cabanas frágeis no deserto.

Bendita seja a Sucá que foi erguida ao ar livre para admirar o céu e
as estrelas.

Bendita seja a Sucá que nos adverte sobre a nossa fragilidade humana.

Bendita seja a Sucá que nos recorda que somos parte da mãe natureza.

Bendita seja a Sucá com suas quatro espécies da natureza.

Bendita seja a Terra do Etrog [árvore cítrica] que exalta seu forte
cheiro e gosto.

Bendita seja a Água do lulav [palmeira] que tem gosto doce, mas não
tem cheiro.

Bendito seja o Fogo da Hadas [mirta] com seu cheiro contagiante,
mas sem gosto.

Bendito seja o Ar da Arava [o salgueiro que não tem cheiro e nem
gosto].

Bendito seja em Israel um ano de Paz e Normalidade

Termos, costumes e expressões populares de origem judaica no Brasil e em Portugal. Jayme Fucs BarApresento a vocês uma l...
15/10/2024

Termos, costumes e expressões populares de origem judaica no Brasil e em Portugal. Jayme Fucs Bar

Apresento a vocês uma lista de termos e expressões populares, usados até hoje em nosso idioma. Muitos não sabem, mas esses termos têm origem na herança judaica de Portugal e do Brasil colonial:

Fazer mesura pode estar relacionado à mezuzá, peça colocada
no umbral das portas dos judeus.

O nome Seridó, região do Rio Grande do Norte e da Paraíba, pode ter origem na palavra hebraica “she’erit”, que signif**a “refúgio de Deus”, ou no termo “serid”, que signif**a “refúgio”.

Ficar a ver navios se relaciona ao decreto do Rei Dom Manuel I, quando em 1497 concentrou os judeus de Portugal no porto de Lisboa, sob a promessa de que haveria navios suficientes para que todos partissem de Portugal. Na verdade “f**aram a ver navios” e foram batizados à força.

Passar a mão na cabeça é uma expressão que pode ter relação com o hábito judaico de benzer com a mão na cabeça um filho ou filha, um neto ou neta, um sobrinho ou uma sobrinha.

Que Deus te crie, expressão popular utilizada quando alguém dá um grande espirro ou durante a bênção de um familiar, vem da herança judaica, originalmente da frase “Elohim shmor”, que pode ser traduzida como “Deus te guarde”.

Pedir a bênção ou, no Nordeste do Brasil, “pedir a ‘bença’” é um costume judaico que se tornou muito popular na cultura popular católica.

Entrar e sair pela mesma porta é uma expressão supersticiosa sobre o ato de entrar e sair de um lugar, como forma de obter sorte e felicidade, cuja origem se relaciona ao conceito da mezuzá, item afixado nos umbrais das portas das casas dos judeus.

Que massada! é dita sempre de forma relacionada a algo muito negativo. Esse dizer provavelmente se refere à história de Massada, fortaleza localizada no deserto da Judeia, que serviu como o último baluarte de resistência e utilizado pelos judeus zelotes em sua rebelião contra o Império Romano, onde, no ano 73 da Era Comum, ocorreu um suicídio coletivo realizado pelos judeus, para que não fossem escravizados, mortos ou torturados pelos romanos.

Apontar para as estrelas faz nascer verrugas nos dedos, essa expressão se relaciona à superstição popular, utilizada para proibir as crianças de f**arem esperando a chegada das estrelas que anunciam a entrada e a saída do shabat. Este fato, na época da Inquisição, poderia ser tornar perigoso caso fosse visto em público, motivo de provável denúncia por prática judaizante.

Caiu a carapuça ou a carapuça serviu são expressões que provavelmente se relacionam com o traje obrigatório utilizado pelos judeus para se distinguir da comunidade cristã. Era um tipo de gorro mais parecido com um chapéu cônico de três pontas.

Lá onde Judas perdeu as botas é uma expressão que pode se relacionar aos lugares do interior para onde os judeus fugiram e se refugiaram. Mas, mesmo assim, foram descobertos pela Inquisição.

Judiar, termo muito comum na cultura popular com fortes traços antissemitas, signif**a fazer mal ou maltratar o outro. Quando alguém pisava no pé de outra pessoa, o dono do pé machucado tinha o costume de dizer: “O debaixo é meu, o de cima é do judeu”.

O sábado é o dia da glória é uma forma de desejar “Shabat Shalom” às outras pessoas.

Dia Puro é uma forma de se referir ao Yom Kipur ou de dizer “Chag Sameach” nas comemorações judaicas proibidas.

Passar mel na boca de fulano. Essa expressão vem da antiga cerimônia de circuncisão, quando se passava o mel na boca da criança para evitar o choro, durante a remoção do prepúcio.

Sisa , nome de um imposto português, é um termo que vem do aramaico: “sizah”, que designa quando se paga o imposto.

Essa é para o santo”, expressão muito popular no Brasil, onde existe o hábito, antes de se beber alguma bebida alcoólica, de derramar uma parte no chão. Esse costume pode ter raízes na tradição judaica, em que parte do vinho era reservado em um copo para o Profeta Elias, durante o Pessach.

Abracadabra é um termo que provavelmente deriva da expressão em aramaica “abra cidabra”, que signif**a “na medida em que falo, criarei”. Na Cabala da magia, existe a ideia de que determinadas combinações de letras hebraicas contêm poderes criativos para realizar determinadas coisas. A Cabala valoriza imensamente as palavras que contêm poderes e podem conceder a vida. Esses segredos estão reunidos em diversos livros medievais, como o próprio Sefer Yetzirah (Livro da Formação).

Sair de casa, Beija o chão e apontar para o Céu é a forma de substituir as mezuzot no umbral da porta. Hoje esse costume é muito usado principalmente pelos jogadores de futebol, que ao entrarem no campo beijam o chão, fazendo o sinal da cruz.

Ter o cotoco é um termo muito usado na região de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte para designar uma pessoa inquieta e que não f**a parada em um lugar por muito tempo. A origem dessa expressão vem do fato de que se dizia anteriormente que os judeus tinham parte com o diabo e que, por isso, alguns deles tinham rabo. Por isso, os paraibanos teriam “o cotoco” por terem muito sangue judeu. O grande escritor Ar**no Suassuna escreveu sobre essa expressão no seu Romance d’A Pedra do Reino e do Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta".

Pão do sábado – Na região da Beira, em Portugal, existe um pão que se chama assim. Você pode encontrar em muitas padarias regionais esse Pão do Sábado, que é parecido com o Ciabatta. Esse pão era no mesmo formato que os judeus faziam em Portugal, na região da Beira, para a mesa do Shabat.

Biscoito de Azeite – são vários formatos. Podem ser redondos, compridos, quadrados etc.. mas na região da Beira, até hoje, existe em pequenas padarias tradicionais o biscoito de azeite com a Letra Xin do alfabeto hebraico, que vem da palavra Xadai, um dos nomes de Deus. Esse era um costume judaico que tinha a influência da cultura cristã, onde os judeus eram obrigados a comer a hóstia na igreja. Já em suas casas, os judeus ingeriam a "hóstia judaica", que era o biscoito com a letra Xin, como forma de apagar tudo o que eram obrigados a fazer na Igreja.

O mistério das Ananei haKavod de Sucot- Jayme Fucs Bar“No dia quinze do sétimo mês, ao recolherem o fruto da terra, come...
14/10/2024

O mistério das Ananei haKavod de Sucot- Jayme Fucs Bar

“No dia quinze do sétimo mês, ao recolherem o fruto da terra, comemorem uma festa para Deus por sete dias. O primeiro dia será um dia de descanso, e o oitavo dia será um dia de descanso. […] Durante [estes] sete dias, habitem tendas. Cada nativo de Israel deve viver em barracas de palha. Isto é para que as futuras gerações saibam que eu fiz com que os Filhos de Israel vivessem em tendas quando Eu os tirei da terra do Egito. Eu sou o Senhor, o Seu Deus” (Vayikrah – Levítico 23:39; 42-43).

Esse trecho da Torá nos apresenta de forma clara a razão de viver durante sete dias em uma sukah. A maior beleza de toda a Torá, porém, é a quantidade de perguntas em aberto que o texto nos traz, sempre para pensar e refletir. Uma dessas perguntas é: qual seria o verdadeiro signif**ado espiritual dessas cabanas?
Essa pergunta se complica logo depois de encontrarmos um novo trecho da Torá, que menciona um termo misterioso: “Ananei haKavod” [Nuvens da Glória].

O que vêm a ser essas “Ananei haKavod”, as “Nuvens da Glória”?

Em geral, as interpretações do uso da palavra “sukot” na Torá entendem que o termo simplesmente se refere às cabanas. Os sábios Rashi e Maimônides, porém, defendem uma interpretação diferente para “sukot”. Eles relacionam o termo a uma passagem diferente da Torá, que tem vínculos diretos com o interessante evento das “Ananei haKavod”, as “Nuvens da Glória”, mencionadas em Vayikrah – Levítico 23:43, que diz: “que em sukot eu fiz com que os Filhos de Israel vivessem sob Nuvens da Glória”.

Na opinião de Rashi, as “Ananei haKavod” apresentam um signif**ado espiritual mais profundo da palavra “sucot”. Embora de fato o Povo de Israel tenha vivido em cabanas no deserto, a “sukah que Deus” fez para eles era protegida por “Ananei haKavod”, Nuvens da Glória!

Maimônides concorda com Rashi sobre esse tema. Ao explicar o trecho “que em sukot eu fiz com que os Filhos de Israel vivessem sob Nuvens da Glória”, ele entende que Deus ordenou que as gerações se lembrassem dos atos e dos milagres que fez para o Povo de Israel no deserto. Segundo ele, “as ‘Ananei haKavod’, Nuvens da Glória, eram o escudo de proteção espiritual das sukot”.

O Rabino Moshe Feinstein nos ajuda a aprofundar mais um pouco nesse mistério, ao explicar que aquela geração do Povo de Israel alcançou um nível espiritual muito elevado durante seus quarenta anos no deserto. Esse fato possibilitou o surgimento dos futuros profetas. Por isso, mesmo se assentando em cabanas genuínas, os filhos de Israel precisavam dessas “Ananei haKavod”, Nuvens da Glória, pois teriam que sobreviver não somente de forma material, mas também espiritualmente.

Apesar das explicações desses grandes sábios sobre “Ananei haKavod”, as Nuvens da Glória, que rodeavam as cabanas do Povo de Israel no deserto durante sua difícil e árdua caminhada em direção à terra prometida, são ainda um grande mistério.

A festa de Sucot tem, sem dúvida, uma mensagem universal que nos ensina que, “por meio de nossos atos, podemos alcançar uma ‘Ananei haKavod’, uma das Nuvens da Glória, para enfrentarmos as dificuldades e os desafios humanos! Sucot é a festa da simplicidade, que nos ensina a nos comportar com mais humildade para nos elevarmos espiritualmente como seres humanos!

Sucot é uma festa que se comemora de forma muito prática. Não é preciso fazer grandes rezas nesse festival, mas sim praticar a construção de sua própria sukah familiar ou comunitária. A sukah deverá ser erguida ao ar livre e é constituída de folhagem, para que possamos ver o céu, as nuvens e as estrelas através de seu teto. A sukah deverá ser construída pelo trabalho conjunto do grupo, da família ou da comunidade.

O ato de construirmos juntos a sukah, onde realizaremos nossas refeições e, se possível, onde também iremos dormir, nos faz relembrar a cada ano da fragilidade dos bens materiais e da necessidade de uma vida mais modesta, menos individualista, menos consumista e menos competitiva, nos lembrando do nosso afastamento da natureza.

“Ananei haKavod”, as Nuvens da Glória, foram o escudo protetor da espiritualidade do Povo de Israel, que viveu em cabanas nos quarenta anos no deserto. Foi essa experiência espiritual coletiva que determinou a mudança de sua realidade, de escravos do Egito a seres humanos livres! Em razão disso, a festa de Sucot também lembra que neste mundo ainda existem milhões de pessoas que vivem em casas frágeis desprotegidas, vagando sem uma terra prometida no deserto da pobreza.

O Talmud nos conta que o mandamento da sukah, “Taaseh velo min haasui” na verdade diz: “Faça você mesmo as coisas e não espere que os outros as façam por você!”. Ou melhor: “Não fique de lado olhando as coisas acontecerem e assuma suas responsabilidades, para poder mudar a realidade de nossas vidas, que muitas vezes são difíceis e de grandes obstáculos!”.

Sucot é a festa do judaísmo prático, que não se concretiza com pensamentos e palavras, mas sim em atos, em que, na construção física e material da sukah, com nossas próprias mãos, nos humanizamos e nos elevamos para alcançar as Nuvens da Glória, “Ananei haKavod”.

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