11/07/2022
Quais as metodologias de uma SEITA e como identificar se você faz parte dela?
PARTE 3: leia com atenção e cuidado pra que você absorva todo o conteúdo, e desta forma identifique, se proteja e se livre de práticas sectárias que envolvem, controlam e destroem vidas.
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VENERE-ME
O líder de uma seita não é uma pessoa comum. Sim, ele/ela é diferente.
Tendem a ser sedutores, carismáticos, persuasivos e dominantes. Eles, inicialmente de maneira subjetiva, convencem seus seguidores a modificar suas vidas, trabalhos e amizades para seguí-los e serem conduzidos pela filosofia instituída no grupo — e se tornam DITADORES DE REGRAS.
Enquanto padrinhos, madrinhas, rabinos, padres, pastores(as), líderes democráticos e de movimentos altruístas REAIS dirigem a atenção de seus seguidores para Deus ou o bem comum, o líder sectário centra a veneração de seus adeptos SOBRE SI MESMO.
Num culto ao narcisismo, se colocam em posição de SUPERIORIDADE acima do grupo, como se fossem dotados de dons divinos e de sabedoria espiritual maior e melhor que a maioria das pessoas, muitas vezes se posicionando como CANAIS das personalidades de poder/admiração dentro da religião que professam: “uma mulher que incorpora a Virgem Maria”, “um padrinho que ouve a voz do Mestre Irineu”, “um pastor que fala em nome de Jesus”.
Precisam de RECONHECIMENTO à sua volta, aceitação e IDOLATRIA, visando status, prestígio e poder próprios. E este comportamento é resultado de uma profunda insegurança em si mesmos, inferioridade e falta de aceitação.
Com aptidões especiais, seja na oratória eloquente, na música virtuosa, em curas ‘extraordinárias’, na inteligência brilhante, imprimem tom místico em suas palavras e ações, e assim ganham a admiração e o CONTROLE de seus adeptos, que lutam entre si pela atenção, pela proximidade, pelo carinho e aprovação de seu líder, seja concedendo ou realizando os mais absurdos atos: presentes caros, dinheiro, abuso sexual, posse de suas ações e relações, veneração cega, perda do raciocino lógico, endeusamento, dentre outros.
Não via de regra, porém historicamente evidente, as seitas costumam ter líderes homens e uma rede de apoio e sustentação majoritariamente feminina. A razão para isso acontecer ainda é geralmente justificada por valores machistas da sociedade.
O homem é visto ainda como um ser com maior capacidade de persuasão, se posicionando como líder supremo e capaz de convencer as pessoas do que ele quer. E as mulheres ainda são vistas como 'muito emocionais', doadoras por natureza, e por isso acabam sendo as aliadas que fazem tudo pelo líder, e que ficam na maioria dos casos, a cargo de arrebanhar mais pessoas e fazer o trabalho de proteção e divulgação da seita.
Nos participantes masculinos, há uma admiração profunda devido a identificação, similaridade e necessidade de ‘ser igual ao líder, como meta pessoal, por partes dos homens — demonstrando também a estrutura machista que sustenta as seitas.
Outro ponto, nos homens, é a tendência de CASTRAÇÃO psicoemocional por parte da liderança e do grupo, que age com ferramentas que subjugam a fim de calar os questionamentos e encerrar a competição masculina pelo lugar de destaque.
E dentre estas ferramentas de controle e subjugação, a mais evidente é o método de CONFISSÃO, onde os adeptos da seita entregam seus segredos, problemas, dramas — em suma, sua vida — nas mãos do líder sectário.
Vamos falar sobre este método no próximo post.
Paz e Bem!