04/06/2024
A ilha do Corvo é a mais pequenina das ilhas do Arquipélago dos Açores, localizando-se no Grupo Ocidental, sobre a Placa Norte-Americana, a norte da Ilha das Flores. Tem 17,21 km² de área e menos de 400 habitantes .
A Ilha do Corvo, nos Açores, foi batizada inicialmente de Insula Corvi - talvez devido aos corvos-marinhos que originalmente a habitavam, o seu descobrimento ocorreu em 1452, embora tenha começado a ser povoada só depois de 1548.
Apesar da incerteza quanto à data precisa do achamento português da ilha, é seguramente anterior a 20 de janeiro de 1453, data em que Afonso V de Portugal fez doação de ambas as ilhas a seu tio, Afonso I, Duque de Bragança.
A primeira tentativa de povoamento do Corvo foi empreendida no início do século XVI por um grupo de 30 pessoas, lideradas por Antão Vaz de Azevedo, natural da ilha Terceira, que entretanto culminou com o seu abandono. O mesmo sucedeu com um grupo de povoadores, também oriundos da Terceira, liderados pelos irmãos Barcelos. Mais tarde, em meados do século, a 12 de novembro de 1548, Gonçalo de Sousa, capitão do donatário das ilhas das Flores e do Corvo, foi autorizado a mandar para ilha escravos – provavelmente mulatos, oriundos da ilha de Santo Antão, arquipélago de Cabo Verde – de sua confiança como agricultores e criadores de gado.
Em 1570 foi construída a primitiva igreja. Por volta de 1580, colonos das Flores fixam-se no Corvo, que, a partir de então passou a ser permanentemente habitada, dedicando-se a população à agricultura, à pastorícia e à pesca.
No século XVIII, com a chegada dos barcos baleeiros norte-americanos à Ilha das Flores para recrutar tripulação e arpoadores, uma vez que os corvinos eram apreciados pela sua coragem, iniciou-se uma estreita relação com a América do Norte, que passou desde então a ser o destino de eleição para a emigração corvina e de onde chegaram praticamente todas as novidades à ilha, a qual manteve durante muito tempo uma relação mais estreita com Boston do que com Lisboa. A emigração clandestina era uma constante da vida da ilha, apesar dos esforços repressivos das autoridades portuguesas, preocupadas com a fuga ao serviço militar obrigatório e com a perda de mão-de-obra.
A partir do início do século XIX assistiu-se ao crescimento constante da emigração para os Estados Unidos e Canadá, com um interregno entre 1925 e 1955, num processo que se prolongou até meados da década de 1980.
Possivelmente foi a ilha do arquipélago açoriano que mais teve miscigenação entre os seus habitantes. Portugueses de outras ilhas, cabo-verdianos e florentinos.
Numa superfície tão pequena a tarefa de povoar e alimentar uma população numerosa era praticamente impossível.
A emigração em massa foi a melhor solução para os corvinos fugirem da pobreza e do isolamento.