27/01/2024
O maravilhoso Portugal
Detalhes... no reino encantado de Trás-os-Montes... o Castelo Medieval do Algoso…
“Existe uma dura lei: quando somos ofendidos, nunca nos recuperamos até que perdoemos.” - Alan Paton
Percorrendo o interior de Trás-Os-Montes encontram-se pedaços da história, de quando a fronteira com o reino de Leão era decidida palmo a palmo….
O castelo de Algoso foi construído em posição dominante sobre o cabeço da Penenciada, domina a planície envolvente e a confluência da ribeira de Angueira com o rio Maçãs, do alto dos seus muros avistam-se a serra da Sanábria(em Espanha), a de Bornes e a de Nogueira.
À época da Reconquista cristã da Península Ibérica, a primitiva linha de limites do condado portucalense com o reino de Leão desenvolvia-se ao longo da margem esquerda do rio Sabor até à sua confluência com a ribeira de Angueira. Esta raia era vigiada por quatro sentinelas principais: o Castelo de Milhão, o Castelo de Santulhão (ambos já desaparecidos), o Castelo de Outeiro de Miranda (em ruínas) e o Castelo de Algoso. Complementavam essa defesa principal do sector nordeste transmontano os castelos de P***s Roias, de Mogadouro, e embora mais distante, o de Bragança.
Os estudos mais recentes indicam que a edificação da primitiva estrutura do castelo remonta a algum momento no final do reinado de D. Afonso Henriques, quando seu filho Sancho já exercia o poder régio. Conforme registado nas Inquirições de 1258, o seu construtor foi um senhor local, Mendo Bofino (ou Mendo Rufino), que em troca recebeu o senhorio da vila de Vimioso.
A partir de 1224 a sua estrutura foi radicalmente alterada, momento em que o castelo foi doado por D. Sancho II à Ordem dos Hospitalários (denominada, a partir do século XVI, como Ordem de Malta), após um período relativamente longo de guerra com o reino de Leão. À época, este castelo constituía-se no expoente máximo do poder local, residência do representante real encarregado da arrecadação dos direitos reais em terras de Miranda e P***s Roias.
A antiga vila e concelho de Ylgoso, Ulgoso ou São Sebastião de Algoso, integrava o bispado e distrito de Bragança. No ano de 1230 a Ordem do Templo e a de São João do Hospital fizeram concordata, em Coimbra, sobre várias terras em litígio entre as quais entrava Ylgoso (Algoso), Vila Chã, Atenor, P***s Roias, Paradela e outras, fora do bispado de Bragança.
Posteriormente, a 13 de Fevereiro de 1291, D. Dinis (1279-1325) fez nova composição, em Coimbra, com o Grão-Comendador de São João do Hospital, D. Fernão Peres (o Mossejo), acerca da comenda de Algoso e de outras terras próximas. A importância desta decorria dos rendimentos auferidos anualmente pelo seu comendador: de sete a oito mil cruzados, incluindo-se neste montante a de duas partes dos frutos das abadias de Travanca, Sendim, Vilar Seco, Duas Igrejas e Guide. Este soberano terá determinado ainda a realização de obras de reparo e melhorias no castelo.
Na posse dos Hospitalários, o castelo foi transformado numa fortificação em estilo gótico, destacando-se a construção da sólida torre de menagem, com a função de residência do comendador, e de um torreão na muralha a sul.
Em 1480 Algoso recebeu foral de D. Afonso V, confirmado por D. Manuel I em 1 de Junho de 1510 (Foral Novo). Nesse período, a povoação e seu castelo encontram-se figurados por Duarte de Armas (Livro das Fortalezas, c. 1509). O Numeramento de 1530, refere que, no castelo, só vivia o alcaide.
(41°27'41.60"N 06°34'45.74"W) Algoso – Vimioso – Bragança – Nordeste - Trás-os-Montes – Região Norte - Portugal
©Daniel Jorge https://www.facebook.com/fotos.djtc