15/05/2023
Nomeadamente: Portugal!
2ª Parte
Por Pimpinela Escarlate
15/05/23
Em muitos países, a valorização da língua estrangeira é considerada mais importante do que o conhecimento do próprio idioma. Em Portugal, essa prioridade se reflete em um sistema educacional que visa formar uma mão de obra barata e submissa para atender às expectativas dos turistas e empreendedores estrangeiros.
É alarmante perceber que Portugal é atualmente reconhecido como um fornecedor de mão de obra para a Europa e outros países, além do continente. Os jovens portugueses são incentivados a buscar oportunidades em outros países, o que resulta no envelhecimento da população. Isso ocorre porque há poucos empregos para graduados que atendam a essas expectativas e, para os não graduados, os baixos salários, a exploração e a desvalorização da mão de obra não são atrativos, o que muitas vezes leva os imigrantes mal preparados recém-chegados a ocupar essas vagas.
Embora Portugal esteja em uma situação melhor do que muitos países subdesenvolvidos, ainda está abaixo do nível em comparação com o restante da Europa. Portanto, é importante reconhecer que existem problemas a serem resolvidos e é necessário buscar soluções para mudar essa realidade e tornar o país mais atrativo para seus próprios jovens. A educação desempenha um papel fundamental na melhoria das oportunidades de carreira, mas é preciso encontrar um equilíbrio entre a oferta e a demanda de empregos no país.
Se Portugal continuar investindo e formando jovens apenas para trabalhar fora do país, o mercado interno sofrerá com a falta de trabalhadores qualificados, o que pode acarretar problemas econômicos e sociais. Além disso, o aumento da imigração já é uma realidade que pode impactar a cultura, a história e o comportamento do país. Por isso, é necessário investir em políticas que incentivem a formação de profissionais qualificados capazes de contribuir para o desenvolvimento do país e para a melhoria da qualidade de vida de sua população.
Essas políticas devem visar à formação de jovens e à implementação de ações que os mantenham no país, a fim de construir uma nação forte e independente, capaz de competir com outros países europeus e do mundo. Isso pode começar por meio de um sistema educacional de alta qualidade, que valorize a língua portuguesa e promova a cultura nacional, além de políticas públicas que estimulem o empreendedorismo e fomentem um desenvolvimento econômico sustentável. Assim, deixaremos de ser coadjuvantes e nos tornaremos protagonistas de nosso próprio destino.
A situação em que os alunos são incentivados a aprender línguas estrangeiras desde cedo, enquanto o ensino da língua portuguesa muitas vezes é deficiente e pouco valorizado, precisa ser revisada e alterada. A valorização da língua portuguesa é determinante para a competitividade do país em um mundo globalizado, e não é apenas uma questão de identidade cultural.
Governo, sociedade civil e setor educacional devem trabalhar juntos nesse sentido, incentivando a valorização do idioma português como uma prioridade em todas as esferas da sociedade, a fim de garantir que o idioma português continue sendo uma força viva e vibrante em todo o mundo. É fundamental investir em uma educação de qualidade que valorize os professores, a língua portuguesa e incentive a aprendizagem de outras línguas, seguindo essa ordem de importância.
Somente dessa maneira será possível construir uma sociedade mais inclusiva e competitiva, capaz de se destacar no cenário internacional. Devemos nos valorizar mais para que outros também nos valorizem. No final das contas, a valorização da língua portuguesa é uma questão de soberania e identidade nacional, mas também pode ser uma fonte de desenvolvimento econômico e cultural, fundamental para garantir um futuro promissor para o país e sua língua. Assim, deixaremos de ser conhecidos como o país do "nomeadamente"!