As raízes dos nossos olivais aprofundam-se na História, partilhando os mesmos solos que outrora alimentaram o Império Romano na brava província da Lusitânia. Sucederam os Visigodos, mais tarde os Muçulmanos e já no século XII, a ancestral vila Egitânia (Idanha-a-Velha), é legada à Ordem Templária que instalou aqui a sua comenda.
Generosamente, estas terras, alimentaram todas estas crenças, culturas e gerações…
É com profundo respeito, que cuidamos destes olivais centenários. Neles, recriamos ecossistemas biodiversos, sustentáveis e duradouros unindo Olivais, Pastagens e Ovinos em perfeita simbiose.
O projecto Azeite Egitânia é dinamizado pela empresa Real Idanha, Lda.
Fundada em 2007, demos início a um dos primeiros projectos de Agricultura Biológica na região de Idanha-a-Nova, que passou a integrar a rede internacional de Bio-Regiões em 2018.
Dedicámos os nossos primeiros 7 anos de existência, à produção de hortícolas e morangos biológicos, enquanto, paralelamente, fomos descobrindo a paixão pelo azeite regional, através da “exploração” da nossa parcela de olival.
Cedo entendemos a beleza do sector do azeite, as suas fragilidades na região e o seu potencial exclusivo.
Identificámos que, o contínuo despovoamento e envelhecimento do interior e sua consequente falta de mão-de-obra, a desertificação progressiva do território derivada das alterações climáticas e a fraca competitividade do preço do azeite (jamais da qualidade) comparativamente com o do crescente olival intensivo de regadio, são os principais factores de risco que ameaçam este sistema produtivo milenar.
Acreditamos que, caso não seja encontrada uma estratégia eficiente, o destino do olival tradicional de sequeiro da Beira Baixa e das suas variedades genéticas autóctones, será, a médio prazo, votado ao completo abandono.
Contudo, o Olival Tradicional de Sequeiro, não é apenas um mero sistema produtivo, é um importante património Agrícola, Cultural e Paisagístico, ligado intimamente à História desta terra e gentes, que necessita ser revitalizado. Decidimos intervir.
Foi assim que, em 2014, invertemos radicalmente a nossa estratégia empresarial e optámos por abordar o olival tradicional de sequeiro da Beira Baixa como nosso principal sector de actividade.
Optimizámos a área produtiva e enobrecemos o azeite regional, tornando-o num produto de alta qualidade e valor acrescido.
Baseados nos preceitos da Agricultura Regenerativa, introduzimos o pastoreio de ovinos no olival, resgatando, para o efeito, 2 raças autóctones ameaçadas (Merino da Beira Baixa e Merino Preto Alentejano), com o intuito de criar um ecossistema fechado e auto-suficiente, transformando o olival tradicional num organismo vivo, saudável e produtivo.
A simbiose entre Olival e Ovinos foi perfeita, sendo que uma actividade complementa e beneficia completamente a outra.
Apostámos no desenvolvimento de sistemas de captação e retenção de água no solo, na não mobilização do mesmo (mantendo um coberto vegetal permanente para minimizar a erosão e evaporação), assim como no constante incremento de matéria orgânica proveniente da compostagem dos sobrantes vegetais da colheita, da poda e palha misturada com o estrume animal, fomentando a biodiversidade e uma actividade microbiológica crescente no solo, que consequentemente beneficia estas árvores seculares de onde extraímos o nosso singular azeite.
Situada entre Monsanto e Idanha-a-Velha (antiga Egitânia), a quinta, estende-se ao longo de 180 ha com um enquadramento Histórico e Paisagístico inestimável.
Conscientes desse legado, assim como da nossa responsabilidade secular mas efémera, é nossa missão, hoje, valorizar e afirmar as virtudes e singularidades das nossas cultivares endémicas (Galega da Beira Baixa, Bical e Cordovil de Castelo Branco), por forma a garantir a preservação deste importante Património Agrícola, Cultural e Paisagístico, sempre sobre uma premissa de sustentabilidade agro-ecológica, preparada para os emergentes desafios climáticos do futuro.
O Azeite Egitânia é, assim, a afirmação do carácter e cultura de uma região.
É elaborado com todo o pormenor técnico, a partir de azeitonas exclusivamente de variedades endémicas da Beira Baixa, provenientes de olivais tradicionais de sequeiro, enraízados em solos de xisto a 400 metros de altitude.
É um azeite Virgem Extra de Qualidade Superior, extraído a frio de azeitonas em perfeito estado de maturação, colhidas manualmente pela população local e processadas num período máximo de 24 horas após colheita, apresentando um valor máximo de 0,2% de acidez.
Todos os padrões de qualidade de produção em modo biológico são seguidos a rigor desde o olival até ao lagar.
É sujeito a um blending criterioso, para que este possa exaltar as melhores virtudes e características de cada uma destas variedades, preservando contudo, a sua identidade tradicional.
Culmina num azeite frutado, doce, e encorpado, elevado no seu potencial por notas de amargos e picantes que se juntam em perfeita harmonia, desdobrando-se, depois, em singulares e exuberantes sensações organolépticas, à semelhança da vida nas serras da Beira…
Saboreie mais de 2000 anos de História Mediterrânica.
Azeite Egitânia – Enraizado na História…