05/10/2019
Don't listen to what they say, GoSee.
Agência de Viagens Aqui, entre tibetanos, comeram o melhor arroz com feijão de toda as suas vidas, algo que nunca mais esquecerão. Uma viagem transformadora!
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Lisbon
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A GOSEE, Adventure Trips nasceu na sequência da viagem de um casal de aventureiros, o Ricardo e a Susana, que em Setembro de 2015 colocaram mochilas às costas e partiram numa grande aventura de 14 dias pelos Himalayas, na Índia. Partiram sem a segurança de um roteiro previamente definido, sem reservas de alojamento ou de qualquer outro tipo. Partiram apenas ao sabor do desejo de aventura e em direção aos Himalayas. De apoio, levaram apenas 3 folhas de tamanho A4 com referência a algumas das aldeias e localidades que teriam de passar, distância entre elas e um pequeno mapa, tudo entregue por quem lhes alugou a mota. A última mota que o Ricardo teve tinha sido há cerca de 20 anos atrás, nos tempos da faculdade. Era uma pequena vespa de 125cc, na altura em que era preciso carta de mota para esta cilindrada. A Susana nunca sequer conduziu uma scooter. Não se consideravam motards. Tinham a consciência que iam aventurar-se na cordilheira de montanhas mais alta do mundo, nas estradas mais perigosas do mundo, no meio do transito mais caótico do mundo, conduzindo pela esquerda, com pouca experiência de motas e sem qualquer apoio de terceiros. E até pouca preparação física. Podia não correr bem, mas algo os fazia sentir calmos com a ideia, apesar da loucura das condições em que íam. Tinham apenas a certeza que seria uma viagem transformadora, na lendária mota Indiana Classic Bullett de 500cc da Royal Enfield, pelos Himalayas na Índia.
Quando chegaram a Delhi, após um dia inteiro para conhecer esta cidade caótica, iniciaram a sua viagem em direcção aos Himalayas, primeiro de comboio até Chandigarh. Como nada estava grandemente planeado é claro que correu tudo ao contrário. O comboio saiu muito atrasado, como é normal na Índia, já de madrugada. Chegaram a Chandigarh ao início da manhã, e sem dormir. Aqui, estava previsto levantarem a sua nova companheira, a "Bullett". É claro que tinham previsto levantar a mota depois de uma noite de descanso, mas nada disso aconteceu, simplesmente levantaram a mota, sem dormir, e perguntaram: "Para que lado ficam os Himalayas?" A rapariga das motas que os atendeu ficou um pouco perplexa, pegou num pedaço de papel, do tamanho de um "post it", e escreveu as localidades que tinham de passar. Eram muitas, mas rapidamente perceberam que nem metade escreveu. Após catorze horas de condução no meio de um trânsito doido, algumas horas debaixo de um calor escaldante, outras debaixo de um frio intenso, e trinta e oito horas sem dormir, com algum apoio popular, sorte à mistura, e muitas peripécias pelo caminho, chegaram a Manali. Uma cidade situada a cerca de 2050m de altitude onde teriam de permanecer pelo menos durante 36 horas como forma de habituação à altitude, e consequente escassez de oxigénio, evitando assim os sintomas do AMS (acute mountain sickness) ou, "mal da montanha", que em situações extremas pode ser fatal. Tinham feito alguma pesquisa na internet sobre AMS. Foi-lhes entregue uma pequena botija de oxigénio caso fosse necessário, novamente a rapariga das motas, mas não sabiam muito bem o que fazer caso fossem vítimas de AMS. Esperavam poder contar com ajuda de algum viajante. Um dia e meio depois, antes do sol nascer, com a temperatura ainda baixa iniciaram a sua subida à cordilheira de montanhas mais alta do mundo, o teto do mundo, os Himalayas. Montados na lendária "Bullett", com uma pequena bandeira portuguesa amarrada ao retrovisor passaram por lugares incríveis, conheceram pessoas incríveis, como Chacha e Chachi. Um casal de nativos com um pequena casa feita de pedra para apoio aos viajantes situada a cerca de 4000m de altitude no meio da montanha. Aqui, entre tibetanos em viagem, comeram o melhor arroz com feijão de toda as suas vidas, algo que nunca mais esquecerão. O ponto mais alto da sua viagem foi Kunzum Top a quase 5000m de altitude. Passaram também por Kaza, e pelo seu mosteiro Tibetano - Kee Monastery - situado bem no topo de uma montanha, e importante centro de treinamento para Lamas (título dado, no budismo tibetano, aos professores de Darma), onde assistiram a uma cerimónia tibetana. Circularam junto à fronteira com a China, a poucos quilómetros do Tibete. Conversaram com monges e visitaram muitos outros lugares e mosteiros com mais de 10 séculos de história, como o de Nako. O preferido do Dalai Lama. Passaram por um esforço físico intenso e ainda tiveram tempo para cair da mota 3 vezes, uma à noite (nada de mais além do susto), mas conseguiram chegar inteiros e com muitas histórias para contar. É verdade que correram bastantes risco porque as estradas dos Himalayas são em terra, pedra e por vezes muita água, mesmo muita. Outras vezes com pouco mais de 2 metros de largura, situadas literalmente à beira de autênticos abismos e sem qualquer proteção lateral. Conduziram de noite porque perderam-se, quando era fundamental que não o fizessem. Quando paravam no meio da escuridão ouviam o som distante do rio bem lá em baixo, a estrada estreita e cheia de pedras e buracos era iluminada apenas pelo farol intermitente da mota , sob um céu lindo e estrelado dos Himalayas. A acompanhar apenas o som do motor de 500cc da Bullett. Não tinham escolha possível, não tinham qualquer tipo de comunicação móvel, tinham de seguir em frente apesar do perigo, tinham de encontrar abrigo. Ficaram sem gasolina à noite mas felizmente levavam um jerrycan de 5 litros, como precaução, porque sabiam que não seria nada fácil nem seguro dormir ao relento nos Himalayas apenas com a roupa do corpo e sem cobertores. Foram impedidos de prossegui duas vezes, a primeira porque tinha caído uma derrocada e tiveram que esperar que uma buldozer retirasse os pedregulhos da estrada. A segunda vez porque uma parte da estrada tinha caído e estava uma coluna de militares indianos a transferir a carga, entre camiões, porque um deles era muito largo para passar no que sobrou da estrada. A escolha dos locais para dormir foi também repleta de peripécias e alguns perigos. Quando chegavam às aldeias andavam para a frente e para trás à procura de local para dormir. Algumas Guest Houses de aspeto bem duvidoso, nada mais.
Foi uma viagem de aventura, espiritual e cultural que os fez ter a certeza de que quando algo interior nos diz para avançar, apesar de tudo o resto dizer que não, devemos avançar porque tudo vai correr bem. No final da viagem, já no conforto e segurança de casa, surgiu a vontade de abrir a possibilidade de outras pessoas passarem por uma experiência idêntica. Limaram as arestas, eliminaram os riscos desnecessários, aperfeiçoaram a viagem, identificaram os mais importantes pontos de interesse, e organizaram expedições tipo "Road Trip" de mota ou Jeep aos Himalaias. Estas viagens são ainda mais emocionantes que a sua viagem porque, apesar de toda a aventura que passaram, têm a clara consciência de que perderam alguns dos sítios mais bonitos, passaram depressa demais noutros, não tiveram tempo para contemplar o lugar incrível que estavam porque não sabiam quanto tempo de viagem ainda lhes faltava e não queriam perder o avião de volta. Alguns dos riscos corridos, devido à condição de pioneiros em que foram, são provavelmente demasiados.
Assim nasceu a GoSee, Adventure Trips que agora propôe uma Road Trip de mota ou Jeep, com toda a aventura e perigos inerentes a uma viagem aos Himalayas, mas com tempo para parar, contemplar e sentir este lugar magnífico e as suas gentes. Uma aventura transformadora. A viagem de uma vida. Outras virão...