18/12/2022
Pilotos, copilotos e comissários de voo aprovaram na quinta-feira (15), por unanimidade, o início de greve em todo país por tempo indeterminado. A paralisação tem como causa a frustração dos profissionais de aviação em relação a negociações da renovação da Convenção Coletiva de Trabalho.
Segundo deliberação do Sindicato Nacional dos Aeronautas, a paralisação de pilotos, copilotos e comissários de bordo será entre 6h e 8h nos aeroportos de Congonhas (São Paulo), Guarulhos (SP), Galeão, Santos Dumont (ambos no Rio), Viracopos (Campinas), Porto Alegre, Fortaleza, Brasília e Confins (Belo Horizonte).
A orientação é para que eles suspendam as decolagens nesse horário, exceto nos casos de transporte de órgãos para transplante, vacinas ou com enfermos a bordo.
O Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) e as companhias Gol, Latam e Azul foram procurados nesta tarde, mas ainda não responderam.
Os aeronautas cobram das empresas aéreas a recomposição salarial pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e ganho real (acima da inflação) de 5%. Nas cláusulas sociais, pedem a manutenção da convenção coletiva da categoria e a definição de horários de veto para alterações em folgas.
Outra tentativa de acordo foi feita no início de novembro, mas novamente a negociação não avançou. As companhias aéreas ofereceram o reajuste pelo INPC em todos os itens econômicos, como salário e benefício, exceto nas diárias internacionais.
O SNA diz que manterá a greve até que as empresas aéreas respondam sobre as reivindicações. “A negociação viu-se frustrada, e a greve, que é o único instrumento de luta dos trabalhadores, tornou-se necessária”, diz o sindicato, em manual de greve distribuído ao fim da assembleia.
O setor aéreo foi um dos mais afetados no período mais agudo da pandemia de Covid-19, quando as viagens f**aram praticamente paralisadas. Quando o tráfego voltou, ainda foi prejudicado por diferentes regras entre os países e o aumento de custos.
Fonte: FolhaPress