29/04/2022
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DE SANTA CRUZ CHEGOU A FESTA
(Para todos que amam Brotas...)
Eis que surge Brotas: pequena vila sertaneja; os chapéus, em suas rotas, conduzindo a boiada. Apenas um simples lugar, mas onde quer que se esteja, onde quer que se vá morar, ela será sempre o nosso pedaço de terra encantada. O mundo chama e a vida por outras partes nos conduz, porém, no peito do brotense que a cidade ama, feito a mãe que do filho arruma a cama, está o Largo de Santa Cruz.
Aqui, controlar as emoções eu já nem tento. Sinto, no rosto, o sopro do vento, e nesse intervalo do mundo em que labuto cansado, descubro um momento de Poesia em pleno estado. O frio aparece, o sino toca e a Alvorada anuncia a seresta. Brotas sorri: de Santa Cruz chegou a Festa! Tem cocada, churros e maçã do amor; o povo – ao menos, num instante – esquece a dor. No parque, tem brinquedo, e as barracas, logo cedo, garantem diversão. A turma se reúne na escada da capela – tão singela, acolhe a todos em seus braços; e são tantos os abraços ao passar no barracão - lanche, chopp e churrasco; a polenta, a batata e a mandioca se encontram na porção: Alegria é um frasco a se guardar no coração.
Pela estrada, eu sempre saio; mas, se a data é 3 de maio – aniversário da cidade –, a Festa vem ao meu caminho: senta, à mesa, a Amizade, servindo frango assado ou à passarinho. À noite, começa a tômbola, com o seu agito: “Bati! Não bateu!” – escuto o grito. “22 – dois patinhos na lagoa! Ventilador quebrado: 90!”. Nossa risada corre à toa, não se aguenta. No último domingo, o astro é o grande bingo, com o Thiago, o Luizinho e o Grão. O sorriso é verdadeiro, o barracão mais parece um picadeiro: é pura animação! O Jacaré, velho companheiro, assiste a tudo e nos abençoa; no fim da tarde, um verso, ali, ecoa; é bem simples a canção: “Na Santa Cruz, a Festa é Tradição!”.
(Gustavo Batista)