13/06/2022
PARABÉNS, Jardim Botânico do RJ. 214 anos
"O nome do bairro provém do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, criado em 1808 por D. João VI com o nome de Jardim da Aclimatação, em terras da Real Fazenda da Lagoa Rodrigo de Freitas, onde havia sido instalada, um ano antes, uma Fábrica de Pólvora. Tais terras pertenciam no séc. XVII a Martim de Sá, governador do Rio de Janeiro, que ali mandara erguer uma capela, uma das mais antigas da cidade, a de N. S. da Cabeça. Quando, em 1831 a Fábrica de Pólvora foi transferida para Petrópolis, a área da fazenda foi loteada e logo surgiram inúmeros sítios e chácaras e, com eles, vários caminhos foram abertos, e se transformaram com o tempo, nas ruas e avenidas atuais.
Em 1871, foi inaugurada uma linha de bondes, eletrificada em 1902, com 5.230 m de extensão, entre Botafogo e Jd. Botânico, o que contribuiu para acelerar o crescimento desse bairro e de seu vizinho, a Gávea, que rapidamente perderam suas características rurais, transformando-se, já no séc. XIX, em áreas industriais, onde se instalaram diversas fábricas de tecidos e de produtos farmacêuticos que, aos poucos, no entanto, foram cedendo lugar às construções residências.
A origem do jardim remonta ao séc. XIX, à época da chegada da Família Real ao Rio de Janeiro, ocorrida em 1808, fugidos das guerras Napoleônicas. Uma das primeiras providências do então Príncipe Regente D. João foi mandar construir uma Fábrica de Pólvora e uma fundição e torneamento de peças de artilharia, escolhendo como local para sua instalação, as terras do Engenho da Lagoa Rodrigo de Freitas, que foram desapropriadas, passando a se chamar Real Fazenda da Lagoa Rodrigo de Freitas.
Preocupado com o problema acarretado pelas longas viagens, e pelos perigos enfrentados durante o trajeto pelos navios, que transportavam especiarias das Índias orientais, e de outras partes da Ásia para Portugal, grande mercado consumidor; D. João resolveu iniciar a construção, no Rio de Janeiro de um parque onde essas espécies pudessem ser aclimatadas. Com esse objetivo, em 1808, foi criado o Jardim da Aclimatação, em área próxima à Fábrica de Pólvora. Alguns meses depois, o jardim recebia o nome de Horto Real. A partir daí, o local começou a receber grande quantidade de sementes e mudas.
As primeiras espécies vindas da Ilha de França, que fazia parte das Ilhas Maurício, onde existia o ‘Jardin Gabrielle', famoso por suas plantas de extraordinário valor, os exemplares foram trazidos por um prisioneiro fugitivo daquela ilha. Em 1810, após a conquista da Guiana Francesa, em represália à invasão de Portugal pela França; um comandante, enviou ao Horto, grande coleção de plantas exóticas. Em 1812 outro fugitivo enviou as primeiras sementes de chá.
Tão logo D. João foi coroado monarca do Reino de Portugal, Brasil e Algarves, mandou aumentar a área do Horto e mudou o nome para Real Jardim Botânico, anexando-o ao Museu Real. Nessa época, foram introduzidos o cravo-da-índia, trazido pelos jesuítas e uma nova espécie de cana-de-açúcar, trazida pelo Governador de Caiena, em 1817. Com o retorno de D. João VI a Portugal, em 1821, D. Pedro I, ao assumir o trono, franqueou ao público o jardim, que até então, era inteiramente privado.
Em 1824, o primeiro diretor botânico, deu um grande impulso ao jardim, em especial a plantação de chá e, em pouco tempo, no Rio de Janeiro só se bebia chá do Jardim Botânico. O aspecto paisagístico, também mereceu cuidados especiais, com o aterro de certos locais, a construção de lagos e cascatas, a abertura de novas aléias, a plantação de mangueiras, nogueiras, pitombeiras. Em 1829, o local tinha um novo aspecto, mais agradável e acolhedor, e com espécies botânicas que lhe conferiam maior riqueza científica.
A partir de então, até o final do Império e, depois, com a República, quando passou a ter a denominação atual. Ao longo de sucessivas administrações, o local foi objeto de melhorias e expansão, tanto no tocante ao estudo sistemático de botânica, quanto ao cuidado paisagístico de suas instalações. Vários foram os administradores que se preocupavam em valorizá-lo com o aumento das coleções de plantas vivas, a criação de um herbário, uma biblioteca composta inclusive com parte da coleção de D. Pedro II, além da introdução de novas obras de arte e a preservação das já existentes, da conservação dos antigos prédios históricos.
Durante todos esses anos, mais de dois séculos; o Jardim Botânico recebeu a visita de reis, presidentes deste e de outros países, cientistas, pesquisadores. A visita mais marcante, talvez tenha sido a de Albert Einstein, em 1925, que abraçou e beijou um jequitibá, ao ser informado do valor dessa imensa árvore de lei, cuja madeira é empregada na construção naval e civil, além de muito utilizada em marcenaria, servir na fabricação de papel e de sua casca se extrair o tanino, usado no curtimento do couro."
Fonte: “Guia Turístico MICHELIN – Rio de Janeiro Cidade e Estado” – Michelin et Cie, Propriétaires-Éditeurs 1990 – Printed in Brazil 11-90-20 – impressão Editora/Graphos, Rio de Janeiro.
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Imagens (toque e veja por inteiras): “Portal do Jardim Botânico em 1901” Pintura sobre tela 30 X 40 cm (acima à dir.) e
“Rua Jardim Botânico em 1875” Pintura sobre tela 40 X 70 cm (abaixo à dir.) – do livro “Rio Antigo por Camões / Old Rio by Camões” – Volume II – Eduardo Camões – Rio de Janeiro: Art Collection Studio Editora, 2001.
À esquerda, duas imagens de buscador WEB como domínio público.
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