O primeiro branco a pisar a região onde hoje se localiza o município foi o bandeirante Lourenço Castanho Tacques, em suas entradas para o território dos cataguases. Conquanto o sítio fosse pouso obrigatório para quantas bandeiras transpusessem a Mantiqueira, ficou conhecido com o nome de Pouso do Lourenço, mesmo depois da morte daquele bandeirante, em 1677. Até então, não passava de pouso ou, no m
áximo, de latifúndio abandonado à sorte. Com o correr dos anos, desaparecido o primeiro proprietário, vieram os imensos terrenos a pertencer em sociedade aos Srs. João Francisco Viana e Camilo Leris Pinto. Em princípios do século XIX, falecendo João Francisco Viana, seu herdeiro natural que residia na Capital Federal, veio em visita à região, onde pretendia efetuar algumas caçadas. Foi este o primeiro a notar as qualidades pecualiares às diversas fontes que encontrou, dando conhecimento disto posteriormente. Com o tempo, a fama dessas águas foi ganhando terreno, chegando a outras
regiões do Estado, conhecias já como “Aguas Santas do Viana”. Em campanha, o renome delas chegou ao comendador Bernardo Saturnino da Veiga que logo se interessou por sua industrialização, enviando um sobrinho seu a colher amostras e condições de negócio para aquisição dos terrenos. Já, a essa altura, eram proprietários os Senhores Manoel Dias Ferraz e Adolfo Schimidt, que concordaram em vender a propriedade ao comendador Bernardo Saturnino da Veiga. Este, assim efetivada a compra, tratou de requerer ao Governo do Estado o privilégio para a exploração das águas medicinais, organizando em São Paulo, ao mesmo tempo, a Companhia de Águas de São Lourenço, constituindo esta denominaçao uma homenagem a seu progenitor, coronel Lourenço Xavier da Veiga. Foram os incorporadores dessa Companhia, além do citado comendador Bernardo, seus parentes, Drs. de Sales Veiga e João Pedro da Viega Filho. Foi, então, confiada ao engenheiro Alfredo Capelache de Gousbert, auxiliado por Manuel Alves Esteves, a captação das fontes, por já haver aqueles Senhores procedido a igual trabalho em Caxambu e Caldas. O privilégio, para a exploração das águas, deu-se a 4 de junho de 1890; em 3 de outubro de 1891, foi criado o distrito de Águas de São Lourenço, município de Cristina; em 16 de setembro de 1901, foi criado o município, sem fôro, de Cristina, com dois distritos: - o de Silvestre Ferraz (antigo Carmo do Rio Verde e atual Carmo de Minas) e o de São Lourenço do Rio Verde. Em 10 de agosto do mesmo ano, dia consagrado ao mártir São Lourenço, os diretores da Companhia mandaram levantar, no ponto mais alto de seus terrenos, uma cruz, ao pé da qual, improvisou-se uma capela, onde foi celebrada a primeira missa. Em 18 de novembro de 1892, foi projetada a construção definitiva da ermida, a cavaleiro das fontes medicinais, sob a invocação de Bom Jesus do Monte; concluída a construção, foi a mesma, no entanto, consagrada a São Lourenço, em homenagem ao coronel Lourenço Xavier da Veiga, progenitor
de Bernardo Saturnino da Veiga, principal responsável pela fundação da Campanhia. Nesse mesmo dia da consagração do templo, foi batizada com o nome de “Oriente”, a fonte alcalina gasosa, então inaugurada. Após grande surto de progresso, S. Lourenço caiu numa fase de desânimo, que perdurou até 1905, ano em que Afonso Noronha França adquiriu, em nome de seu filho Antônio Noronha França, de sociedade com o médico Doutor Joaquim Nova, as benfeitorias e privilégios da antiga Companhia, dissolvida em 1895, após uma crise financeira. Nessa nova fase, maquinaria apropriada foi adquirida, uma sadia companha de publicidade foi encetada, prédios para engarrafamento foram construídos, etc. Em 1908, faleceu o Sr. Afonso Noronha França, e nova quadra de desânimo sobreveio sem contudo acarretar a interrupção total da indústria; firmas foram sucessivamente se encarregando da exploração das águas, por concessões ou contratos ininterruptos, como Herman Stoltz & Cia.; Vieira Matos & Cia.; Banco da Lavoura e do Comércio do Brasil e Águas São Lourenço S. ª, constituída em 1925. Em 1923 iniciou-se um movimento mais sério para a emancipação do município,
movimento que resultou na passagem do distrito da jurisdição do município de Carmo de Minas (ex-Silvestre Ferraz) para a de Pouso Alto, de cujo distrito-sede adquiriu parte do território. Em 1.º de abril de 1927, estando na Estância o presidente Antônio Carlos Ribeiro de Andrada e o secretário Djalma Pinheiro Chagas, assinaram o Decreto estadual número 7562, criando uma Prefeitura Provisória do distrito de São Lourenço, município de Pouso Alto, e marcando o dia das eleições do Conselho Deliberativo e Juízes de Paz. Foi nomeado, então, primeiro Prefeito o Dr. Bráulio de Vasconcelos. Em 17 do mesmo mês, foram eleitos os primeiros membros do Conselho Deliberativo. Transcorreu, pois, a 1.º de abril de 1957, o trigésimo aniversário da emancipação do município de São Lourenço. Gentílico: são-lourenciano Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de São Lourenço, pela lei estadual n.° 2, de 14-09-1891, subordinado a vila de Cristina. Pela lei estadual nº 319, de 16-0-09-1901, o distrito de São Lourenço foi transferido da vila de Cristina para a vila de Silvestre Ferraz (mais tarde Carmo de Minas). Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o distrito de São Lourenço figura no município de Silvestre Ferraz. Assim permanecendo nos quadros de apuração do recenseamento geral de 1-1X-1920. Pela lei estadual nº 843, de 07-09-1923, o distrito de São Lourenço foi transferido do município de Silvestre Ferraz para o de Pouso Alto. Elevado á categoria de município coma denominação de São Lourenço, pelo decreto estadual nº 7562, de 01-04-1927, confirmado pela lei estadual nº 987, de 20-09-1927, desmembrado de Pouso Alto. Sede no antigo distrito de São Lourenço. Constituído do distrito sede. Não temos a datada de instalação. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído do distrito sede. Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município permanece constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.Transferências distritais
Pela lei estadual nº 319, de 16-0-09-1901, transfere o distrito de São Lourenço da vila de Cristina para a vila de Silvestre Ferraz. Pela lei estadual nº 843, de 07-09-1923, transfere o distrito de São Lourenço do município de Silvestre Ferraz para o de Pouso Alto.